quinta-feira, 30 de julho de 2009

IDOSOS


IDOSOS:QUEM MAIS ESTÁ DEVENDO PARA ELES É A SOCIEDADE, A FAMÍLIA OU OS GOVERNANTES?“Eu fui empurrado no metrô, pisado, ninguém teve coragem de me ajudar, de me levantar. Me humilharam e disseram que eu sou coroa, e que lugar de coroa é no cemitério". O depoimento acima é de um senhor de 73 anos, aposentado, que vive no Rio de Janeiro. Se apenas as palavras já chocam, presenciar uma cena de violência contra um idoso qualquer vai além do sentimento da perplexidade, ela provoca um misto de revolta e sede de justiça. Uma sociedade que não respeita sua senilidade não respeita a si mesma e, por isso mesmo, não tem grandes chances de êxito futuro. Perplexo, outro senhor de 68 anos, também morador da cidade do Rio de Janeiro, diz já ter sido maltratado por diversos motoristas de ônibus que, à sombra de desrespeito, parecem desprezar que o tempo age com a mesma velocidade para todo mundo: “Ele me prensou na porta e queria me bater ali. Só não me bateu porque eu chamei atenção e ele conseguiu abrir a porta e eu consegui sair do coletivo, mas fiquei com uma parte da perna prensada e machucada.“, lamentou o aposentado. De acordo com o presidente do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI), “Os idosos são vítimas de várias espécies de maus tratos, mais notadamente a apropriação de seus benefícios pelos parentes mais próximos. Há outras espécies de violência, como abandono dos idosos em asilos e maus tratos no trânsito”. Pesquisas realizadas por serviços de atendimento ao idoso, como os disque-denúncia, revelaram que aproximadamente 60% dos casos de violência cometida contra idosos são praticados por parentes próximos, que geralmente vivem na mesma casa que eles. Em segundo lugar ficam os casos de desrespeito na rua. Como se tudo isso não bastasse, o abandono sofrido pelos idosos por parte dos órgãos públicos também é um fator que chama a atenção, uma vez que o Estatuto do Idoso, em vigor desde 1994, assegura, pelo menos na teoria, o bem-estar daqueles que já chegaram aos 60 anos. Os principais pontos do estatuto são: atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS), direito ao transporte público gratuito. Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão. Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer. É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer. E, finalmente, é obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos. Somadas à violência física, psicológica e ao abandono, sente-se também agredido o idoso que, ao tomar contato com o estatuto que o protege, percebe que tais leis funcionam mais como mero adorno na Constituição do País. Um país que, durante toda a vida, ele ajudou a construir.

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