sábado, 10 de julho de 2010

Pedra no caminho










Por Daniel Santini
daniel.santini@folhauniversal.com.br


Crack avança com velocidade no Brasil e recuperação de dependentes continua sendo um desafio. Internados contam como é difícil deixar de fumar as pedras


O consumo de crack disparou no Brasil. A droga, obtida a partir da combinação de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio e amoníaco, conquista mercado com a mesma rapidez com que destrói famílias, aumenta índices de violência e causa um impacto alarmante no sistema de saúde público.

De acordo com o ministério da Saúde, em 5 anos, o consumo mais do que triplicou. De 183 mil usuários no País em 2005, a estimativa passou para 600 mil em 2010. É uma projeção.

O número pode ser bem maior. Há pesquisas em andamento de universidades federais da Bahia e do Rio de Janeiro e novos dados devem ser apresentados no segundo semestre.
O vício avança em diferentes regiões, em áreas rurais ou urbanas, atropelando qualquer diferença social, particularidade ou contexto.

Afeta desde operários da construção de hidrelétricas no rio Madeira, em Rondônia, até cortadores de cana-de-açúcar do interior de São Paulo.

O crack ganha espaço mesmo em mercados então restritos a outras drogas.
Gradualmente sobe os morros cariocas, substituindo a venda de cocaína.

Invade o Polígono da Maconha, no sertão de Pernambuco, provocando, segundo policiais de cidades como Cabrobó e Belém de São Francisco, aumento de crimes violentos.

Aparece como “oxi”, uma mistura ainda mais destrutiva à base de querosene e cal virgem, em estados como Acre, Maranhão, Pará e Piauí.

De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas de 2010, apresentado na semana retrasada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), o Brasil está, ao lado da Argentina, Equador, Uruguai e Venezuela, entre os países em que o consumo de cocaína e derivados (como o crack) mais aumentou em 2009.

O problema é, primordialmente, de saúde pública. “A dependência é tratável e não uma sentença de morte. Os dependentes devem ser tratados, não presos ou mortos”, ressaltou, na apresentação dos dados, o diretor-executivo do Unodc, Antonio Maria Costa.

Ele cobrou mais respeito aos direitos humanos de quem está com problemas.

Em todo o mundo, em vez de priorizar a recuperação de dependentes, diferentes governos seguem apostando no combate a traficantes.

Gasta-se mais com armas do que com tratamento e prevenção.
No caso do crack, o tratamento é justamente o principal desafio. Recuperar quem se afundou com a droga custa caro, é demorado e difícil.

“Os pacientes chegam sem autoestima, deprimidos, sem memória e sem capacidade de decisão. Estão debilitados fisicamente, com os dentes muito estragados, e sem a capacidade de sonhar.

Muitos não sabem exprimir sentimentos”, relata Cláudia de Oliveira Soares, de 40 anos, diretora terapêutica do Grupo Viva, que reúne clínicas particulares consideradas referências no tratamento.

Dependência química
“O dependente de crack normalmente chega com uma ou mais doenças mentais, como depressão e psicose. As drogas causam lesões cerebrais, provocam desde desarranjos químicos até sequelas. Há danos que são reversíveis e outros não. Nosso trabalho é fazer com que os pacientes voltem a atribuir significados para a vida”, diz a especialista.

Ela viu, em poucos anos, o número de dependentes de crack superar o de outras substâncias como álcool e cocaína. Em 4 anos, os usuários de crack passaram de 30% dos pacientes da clínica para 99%. O tratamento é composto por sessões de terapia e atividades diversas. O apoio da família é importante para a recuperação. Leia ao lado o depoimento de dois pacientes que conseguiram avanços significativos.

“A sociedade precisa conhecer e admitir que a dependência química existe. É uma doença, a pessoa não fica assim por não ter caráter ou por ser fraca. É preciso acabar com o preconceito e tratar quem precisa”, afirma a diretora.

A situação é muito triste, muito sofrida, mas é importante que as pessoas saibam que a recuperação não é impossível. Dá para sair, dá para ter esperança, mesmo sendo tão difícil. O principal problema é que quem fuma sempre quer mais. Com o crack, como costumam dizer, “uma é muito e mil é pouco”. A pessoa fuma até acabar o corpo. E não tem diferença social, não tem nada. A droga pega desde quem está na favela até a alta sociedade. Eu comecei fumando maconha e bebendo com 16 anos. Com uns 23, comecei a usar, primeiro cocaína e depois crack. Minha vida só piorou e eu fazia as pessoas sofrerem. Agora quero ficar limpo, fazer minha família feliz e nunca mais usar. Vou conseguir.

Técnico de inspeção de 28 anos. Internado há 3 meses.

O crack é uma droga traiçoeira. É importante que as pessoas saibam o que é e nunca experimentem. Eu, mesmo sendo professor de biologia, não tinha ideia. Vicia muito rápido. A euforia dura minutos e é muito forte. Depois vem o vazio. Comecei com maconha aos 17 anos, fui para cocaína com 20 anos e, aos 21, quando já lecionava, comecei a chegar drogado no trabalho. Com 24 anos mudei para o litoral do Rio Grande do Sul para tentar me afastar, mas lá conheci o crack. Passei a cometer atos insanos, vendi roupas, celular, tudo. Cheguei a ficar internado, mas saía e caía de novo. O tratamento precisa ser construído. Só isolar as pessoas sem terapia não adianta. O mais difícil é lidar com a culpa quando a realidade volta. Vem solidão e saudade. Hoje estou confiante, mas tenho os pés no chão. Sei que o tratamento continua para sempre.

Professor de biologia de 25 anos no último dia de tratamento de 6 meses.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Uma Dose mais forte na Fundação Casa de Raposo Tavares UI-27

Em rítimo de copa do mundo Voluntários e o grupo DOSE MAIS FORTE da Igreja Universal do Reino de Deus, mostraram todo desempenho neste último sábado 19/06, na Fundação Casa Raposo Tavares UI-27, em mais um evento recheado de atividades para os internos, seus famíliares e funcionários.






Para dar início ao evento, o Pastor Geraldo Vilhena coordenador estadual de evangelização, nas unidades da Fundação Casa de São Paulo, pediu para que a Diretora Sra Sandra Regina Sato, participasse de uma oração, na qual abençoou a unidade, os adolescente, e suas respectivas família. Elogiou também o trabalho que vem sendo feito na unidade, com desenhos feito a base de grafite a maior parte dos desenhos com temas sobre esportes. Em homenagem a copa do mundo.




Esteve presente também um integrante do dose mais forte, Michael Rauph o qual deu seu testemunho, falou que entrou no mundo das drogas, perdeu seu pai aos 15 anos foi internado na fundação casa, e com a ajuda de Deus, e dos voluntários conheceu o Senhor Jesus,







A CIA Teatral Força Jovem apresentou uma peça que emocionou a todos os presentes, a peça conta a História de uma pessoa. Leilão de uma pessoa sobre sua alma, a primeira que vem da o primeiro lance, foi a religião, o segundo lance prostituição, terceiro lance bebidas, curtição, quarto lance foi a ganância, e drogas, e por último a morte que deu um lance maior, já no último suspiro, vem o Senhor Jesus que resgata sua alma tirando todas as correntes do mal, e lhe dá uma nova chance.





No embalo da banda Nesher, e dos cantores Amanda Xavier, e Ricardo Adriano, que animou todos os presente com sua belas canções, era servido muito bolo, doces, e refrigerantes. Durante o evento os voluntários distribuíram bíblias, livros e plenitudes















e para a beleza das mães foi improvisado um salão de beleza onde puderam desfrutar de escova,cortes de cabelo, e muito mais.


Para finalizar, os adolescente da Fundação apresentaram um teatro com a tema sobre esperança, e é isso o que nos da IURD, realmente queremos esperança de ver eles transformados pelo poder de Deus.




A Diretora Sandra, elogiou o evento e agradeceu a presença da força jovem e voluntários, e disse que as portas estão abertas para novos eventos.






NELCI PAIVA

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Multas de trânsito há um exagero


MULTAS DE TRÂNSITO HÁ UM EXAGERO, SÃO NECESSÁRIAS PARA EDUCAR OU O MAU MOTORISTA NÃO SE INTIMIDA? Em janeiro deste ano, o Jornal da Tarde noticiou em primeira página um novo recorde, batido em 2009: o das multas de trânsito, que atingiram a impressionante soma de R$ 473 milhões, ou quase meio bilhão. Esse resultado já era esperado desde a divulgação dos dados relativos ao primeiro semestre do ano passado, quando se constatou que o número de multas aplicadas havia chegado a 3,1 milhões, aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2008. As estatísticas divulgadas pelo Jornal da Tarde, portanto, mostram que, na capital paulista, uma nova multa é aplicada a cada 5 segundos. Para que seja possível aplicar tantas multas em intervalo de tempo tão pequeno, a quantidade de radares espalhados pela cidade teve de crescer no mesmo ritmo: de 180 em 2004 para 456 em meados do ano passado. A arrecadação, portanto, passou de R$ 328 milhões em 2004, para R$ 350 milhões em 2005, R$ 391 milhões em 2006, R$ 391,8 milhões em 2007, um pequeno e excepcional recuo em 2008 (R$ 386 milhões) e chegou a R$ 473 milhões em 2009. E um novo recorde será batido em 2010, com R$ 532 milhões, se as previsões da Prefeitura de confirmarem. Mesmo assim, o crescimento exponencial de arrecadação e aplicação de multas não tem evitado a morte de quase 40 mil pessoas no trânsito, todos os anos. Em números absolutos, tem-se verificado que a quantidade de mortes em acidentes cresce continuamente desde a década de 60, quando 51.125 pessoas perderam a vida em decorrência direta ou indireta do trânsito. Na década de 70 esse número subiu para 139.689 mortos, e na década de 80 foram registradas 229.254 mortes. Já entre 1992 e 1995, o número de acidentes nas rodovias federais brasileiras aumentou 50,4% , o de feridos cresceu 38,2%, e o número de mortos registrou crescimento de 21,4%. Ironicamente, a capital paulista, hoje a que mais aplica multas no trânsito em todo o País, é também a que mais registra acidentes: um a cada 3,2 minutos. E a cada 7 horas um pedestre morre atropelado.

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