sábado, 18 de agosto de 2012

Gianni Albertoni (Modelo e apresentadora) fala da importância da AMC na Fundação Casa.


“Saía com mulheres”


Cada menina tinha o seu ponto, nenhuma podia ultrapassar a linha da outra. Chovesse ou fizesse frio, estávamos lá. Umas porque precisavam pagar a faculdade, outras porque tinham filho para criar, outras para sustentar o vício, e eu... Bem, nem sei por que estava lá.

Quantas vezes vi meninas acabarem de fazer um programa e ligarem para a mãe querendo um consolo, ouvir a voz de alguém que as amasse realmente. Não era fácil, nem sempre pegávamos homens que faziam o que tinham de fazer e iam embora; muitas vezes ouvíamos besteiras, palavrões, até apanhávamos. Outros eram estranhos, feios, fedidos, sujos, horrorosos, parece que queriam devorar a gente só com o olhar. Nessas horas eu me lembrava do monstro.

Uma vez, uma das meninas apanhou tanto do rapaz que ficou com um olho inchado, não conseguia ver nada. Outra teve o braço direito quebrado. Parece que eles jogam toda a raiva e vontade de matar em cima das meninas. Outra ficou grávida e, na hora de fazer o aborto, morreu na cirurgia por causa de uma hemorragia. São muitos os casos que acontecem com mulheres que não são maduras nessa profissão... Porque eu me acho bem madura, sou dona de mim e sei o que faço.

Na verdade, era até bom que elas saíssem do caminho, assim eu teria a clientela delas.

Uma delas saía sempre com mulheres, já tinha as pessoas fixas; mas a coitadinha foi presa por porte ilegal de armas e recebeu uma pena de sete anos. Coitada dela mesmo, porque fiquei com toda a parte que lhe cabia.

Comecei a sair com mulheres também. Eram mais calmas que os homens e pagavam bem. Não era qualquer uma que eu atendia no meu ponto. Eram mulheres ricas, cheias de ouro, bem casadas, e eu nem ligava.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Bullying antibeleza


Críticas nem sempre devem ser levadas em conta


“Aonde você vai vestida desse jeito? Namorado novo?”

“O que houve com o seu cabelo?!”

“Olha a fulana toda maquiada! Vai encontrar com alguém?”

“Vejam como ela se veste! Ela agora pensa que é importante...”

Isso é o que eu chamo de bullying antibeleza!

Talvez você tenha passado a maior parte da sua vida sem se preocupar com sua aparência, mas depois de descobrir que existe uma mulher linda dentro de você e que é importante, sim, se valorizar, tem início uma nova etapa. Aos poucos sua maneira de se vestir vai mudando, você redescobre sua autoestima e começa a se tornar uma nova mulher, mais bonita, mais interessante, mais segura de si. Então o que acontece? Aparecem pessoas surpresas com a sua mudança, e começam a zombar e tentar desencorajá-la para que volte a ser como antes, afinal de contas, “quem você pensa que é para ser melhor do que eles?”, pensam.

É como se ninguém tivesse o direito de melhorar, se cuidar, se sentir bem. E aqueles que se atrevem a quebrar essa regra têm que sofrer com deboches e piadas de mau gosto.

Que triste isso!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

AMC É UMA SEMENTE DE AMOR, FÉ E ALEGRIA.

 Logo que brilhou o sol Rosana, com a equipe de voluntárias, se dirige à Fundação Parada de Taipas. Um lugar deserto, guardando quase sessenta internas que cometeram deslizes na sociedade.
Na idade de 14 a 21 anos ali elas permanecem, e dentro da rotina vão se socializando e se educando nas regras e leis a cumprir.
Chegando à quadra, um espaço cedido para o evento, elas aparecem sorrindo e cumprimentando o grupo da AMC que lhes espera.



 Inicialmente Rosana agradece aos responsáveis e funcionários, valoriza o trabalho desenvolvido pelo Pr. Geraldo Vilhena, da Igreja Universal, onde, semanalmente, com um grupo de apoio busca resgatar a ideia perdida,  e mostra, através da palavra de Deus, que há uma nova chance para  quando ficarem livres desse passado.
É feita uma oração de agradecimento e são convidadas a participar de um café da manhã preparado por todas as voluntárias.















 No retorno, são presenteadas com um livro que fala do Pecado e Arrependimento, onde Rosana lê uma página e explica o significado de se perdoar. Dá o incentivo de uma nova chance e, ainda com todos os erros cometidos, Deus está pronto para recebê-las com o arrependimento. Todas atentamente dão ouvidos e acompanham cada palavra.
 


 Para surpresa das meninas a AMC leva um Kit de maquiagem para cada uma, e Gianni Albertoni  (modelo e apresentadora), com todo o brilho e luz, ensina como se maquiar. Todas muito atentas fazem uma roda ao seu lado e começa a aula.
Gianni com sorrisos e simpatia comenta cada detalhe e pinta as meninas de forma profissional, dando muitas dicas dos passos que se devem seguir. Elas, que também fazem alguns cursos profissionalizantes dentro da Fundação, dizem que foram privilegiadas com essa visita.
Sempre muito alegres, não deixam transparecer que, por trás de cada uma, já exista uma história marcante. Acreditamos que se existir nas instituições motivação, oportunidade de trabalho e educação seguramente muitas delas serão beneficiadas e, saindo, terão chance de um começo diferente: sem droga, sem roubos, sem homicídios.  É necessário que existam leis não só para a prisão, mas que existam, no mundo, sistemas de melhorias de condições para as classes sociais afinal, sempre estamos na esperança de um país em desenvolvimento, porém também com condições mais apropriadas e de visão para dignidade do próximo.
Nada justifica, mas tudo colabora. Com Deus, trabalho e educação muitos estariam protegidos e longe da força do mal.
Finalmente, Junior com seu violão anima  as meninas que cantam diversas músicas,  secular e gospel, que  fazem a alegria de todos.








 Carlinda finaliza com uma oração, pedindo a Deus a sua misericórdia e determinando um novo coração na vida de cada uma delas.


“Fiz abortos para me livrar das coisas”



Eu sempre me protegi muito, morria de medo de engravidar novamente de outra "coisa", só que desta vez eu não iria perder tempo, pois agora era madura e experiente, dona do meu próprio dinheiro e muito conhecida, era só fazer o aborto e tudo bem.

Mesmo me prevenindo, em 1 ano fiz dois abortos. Tinha um cliente que conhecia o amigo de um doutor e que sempre ajudava as mulheres da noite a se livrar das tais "coisas".

E o tempo foi passando e eu me achando cada dia mais poderosa, nada nem ninguém mandava em minha vida. O desejo de vingança contra o monstro ainda continuava...

Resolvi mudar o meu estilo, radicalizar! Mudei o meu visual. Era conhecida como a dama da noite e deveria ser mais poderosa do que nunca.

Uma roupa preta. Essa era minha marca registrada: roupa preta, muito justa, quase não entrava nela, e maquiagem muito escura. Meus cabelos já não eram mais loiros e cacheados, eu os pintava de preto e estavam lisos. Os sapatos eram de salto alto e pretos, a meia-calça era rasgada e as bijuterias, grandes
e pesadas.

Quando eu chegava em casa, por volta das 7 horas da manhã, a "coisa" estava dormindo. Passava longe do seu quarto, não queria nem ouvir a sua voz.

Um dia, cheguei em casa e não tinha ninguém. Resolvi deitar e dormir porque estava muito cansada. Tinha feito cerca de cinco programas naquela madrugada e meu corpo estava quebrado, além da bebida.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

“Crack: o meu grande amor”


Um dia acordei na praia pela manhã, estava toda suja e sem roupas. Meu cabelo estava muito embaraçado, minhas unhas, com sangue e meu corpo, dolorido. Minhas roupas estavam jogadas ao meu lado, meus braços com grandes arranhões, provavelmente eu mesma os tinha feito, estava com uma unha quebrada. A depressão era profunda. Lembrava-me de minha mãe... Coloquei as roupas sujas e fui para casa descalça.

Andei quilômetros para chegar em casa, não sabia como tinha ido parar tão longe, afinal, o ponto que eu ficava era perto e não tão longe.

Tinha uma banheira no banheiro do meu quarto, eu enchi de água e sabão e entrei dentro dela, adormeci.

Depois de algumas horas acordei com muita angústia, uma sensação de vazio imensa, algo parecido com depressão, dava a impressão de que o meu coração havia sido arrancado. Sinto saudades de minha mãe.

Não sei ao certo o que aconteceu. Quando olhei do meu lado, a "coisa" estava lá, me olhando e segurando um copo de leite quente.

– Eu fiquei aqui esperando a senhora, fiz leitinho para agradá-la.

Fiquei sem fala, apenas tomei o leite...

No dia seguinte perguntei para algumas amigas o que tinha acontecido e elas relataram que eu fiquei muito doida. Peguei carona com um homem muito conhecido da rapaziada, que também era usuário, só que ele usava cocaína injetada, o efeito é tão potente quanto o crack.

Disseram que eu saí com ele em seu carro e não voltei mais. Realmente não sei o que aconteceu, não me lembro de nada.

Quando uso o crack, sinto uma euforia, alegria, fico confiante, minha energia aumenta e eu desejo cada vez mais o crack. Daria tudo o que tenho por uma pedra do meu amor, meu grande amor.... o crack.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

O álcool mata mais do que muitas doenças sérias e transmissíveis, como a aids e a tuberculose.


Álcool é responsável por quase 4% de todos os óbitos no mundo. Entre a classe média, bebida mata mais que obesidade e tabagismo


O uso abusivo do álcool mata 2,25 milhões de pessoas por ano (quase 4% de todas as mortes no mundo), sendo que cerca de 320 mil são de jovens com idade entre 15 e 29 anos. Em comparação, drogas ilícitas fazem 250 mil vítimas anualmente, segundo pesquisa recente realizada pela Universidade de South Wales, em Sydney, na Austrália. Isso quer dizer que o álcool é responsável por nove vezes mais mortes do que todas as drogas consumidas no mundo. E não para por aí: na classe média, o álcool é o maior fator de risco para a saúde, pior que a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo.

De acordo com o levantamento mais extenso já feito sobre o assunto nos últimos 7 anos, realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o álcool também mata mais do que muitas doenças sérias e transmissíveis, como a aids e a tuberculose. Segundo o órgão, a maior parte das mortes relacionadas ao álcool é causada por ferimentos ocorridos em decorrência do abuso da substância, cirrose e problemas cardíacos.

No Brasil, o consumo de bebidas alcoólicas cresceu nos últimos 5 anos, aumentando o risco de doenças e acidentes, de acordo com o I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, realizado pelo governo federal. Outro estudo, feito a partir da base de dados do Datasus, mostrou que a bebida tirou a vida de 34.573 brasileiros entre 2006 e 2010. De todos os adultos que bebem no País, pelo menos 45% deles tiveram algum problema relacionado ao consumo em excesso.

A OMS elaborou uma série de recomendações para tentar barrar esse aumento da popularidade do álcool, principalmente em países emergentes como o Brasil. Entre os itens listados como essenciais pela organização, estão o aumento de impostos sobre as bebidas, a restrição cada vez maior das vendas e a adoção de programas de prevenção ao alcoolismo.

Segundo pesquisa feita pelo governo federal, de forma geral, os brasileiros apoiam as políticas públicas contra o álcool, tanto aquelas voltadas para a ampliação do tratamento e prevenção, quanto as mais restritivas.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Empurrando com a barriga

Hábito de adiar tarefas não é exclusividade de brasileiros, mas afeta a maioria, aponta estudo




Deixar para começar o regime e a atividade física na segunda-feira ou ainda apagar e-mails quando o melhor seria estar trabalhando num relatório. Afinal, quem já não decidiu fazer qualquer outra coisa, por mais desinteressante que seja, só para não realizar aquilo que é realmente necessário?


Uma pesquisa realizada pela internet, com mais de 4 mil pessoas de 22 Estados do País, mostrou que 97,4% dos brasileiros adiam atividades ao longo de sua rotina. O levantamento, feito pela Triad Productivity Solutions, empresa especializada em produtividade, foi recentemente publicado no livro “Equilíbrio e resultado: por que as pessoas não fazem o que deveriam fazer?”.


“O brasileiro adia bastante, mas todo mundo em qualquer país faz isso, porque é um hábito do ser humano”, diz Christian Barbosa, especialista em produtividade e gestão do tempo que coordenou o estudo.


O comportamento de deixar algo para fazer depois já era chamado pelos romanos de procrastinação. Em latim, procastinare significa “encaminhar para amanhã”. Agora, com a internet, não são poucas as distrações que o mundo virtual oferece e que, segundo os entrevistados da pesquisa, também são os principais motivos para a procrastinação. “O ser humano nunca precisou da internet para procrastinar, mas hoje existe uma pressão cultural para a obtenção de prazeres imediatos”, analisa a psicanalista Cecilia Orsini, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.



Deixar para depois foi o que fez Flávia Fray, de 22 anos, durante uma seleção de emprego. “Fui adiando e deixei para comparecer no último dia da entrevista. Quando cheguei lá, a vaga já tinha sido ocupada.” Na vida pessoal, os afazeres domésticos também costumam ficar para depois. “No fim, tenho de fazer tudo correndo.”


Flávia não é exceção. Segundo a pesquisa, 26% dos entrevistados dizem adiar assuntos pessoais, 13% os profissionais, 61% postergam os dois e 71% assumiram deixar tudo para fazer na última hora. “É mais comum adiar as coisas pessoais porque não tem ninguém te cobrando”, comenta Barbosa. Exercícios físicos (68%) e leitura de livro (64%) são as tarefas mais postergadas pelos brasileiros, seguidos por assuntos de saúde (53%) e planejamento financeiro (47%).


“Você deveria fazer as coisas, mas muitas vezes não as faz porque não quer enfrentar uma situação que pode ser penosa. A pessoa se autoengana, pensando que pode ser menos difícil no futuro”, diz a psicanalista Cecilia. “Não há nada contra em adiar uma coisa ou outra. O problema é quando isso se torna crônico e você deixa de realizar coisas importantes frequentemente”, diz Barbosa.


De acordo com o estudo, o sonho de se casar, mudar de apartamento ou emprego são os menos adiados e as tarefas chatas e longas são as mais postergadas. Na avaliação de especialistas, empurrar o problema com a barriga não resolve a questão. “É preciso ter a consciência de que a vida é feita de escolhas, com custos e benefícios. A gente paga por elas quer queira, quer não”, diz Cecília.


Wagner Quarterone, de 51 anos, lembra bem do estresse pelo qual passou ao adiar o envio da declaração de Imposto de Renda. No prazo limite, seu computador quebrou. Depois disso, conta, procura fazer tudo com antecedência. “Agora policio a minha agenda, até mesmo para ter a chance de errar e poder corrigir.”


Para Denise Diniz, coordenadora do Núcleo de Qualidade de Vida da Universidade Federal de São Paulo, adiar as tarefas muitas vezes gera uma sensação de impotência e frustração. “O homem tem uma necessidade psicológica de realização, o que fica diretamente associado à autoimagem da pessoa”. Para Cecília, desde que a pessoa queira, ela pode mudar o hábito de procrastinar.

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