sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pregação no Espírito Bispo Romualdo Panceiro.

Em São Paulo bispos visitam cenáculos e ensinam os valores do Jejum




Desde que o “Jejum de Daniel” foi anunciado, o trabalho de bispos, pastores e obreiros da IURD tem sido contínuo. Incansáveis, eles oram, atendem as pessoas nos cenáculos, fazem visitas, pois o objetivo é que todos recebam o Espírito Santo. Reuniões especiais têm acontecido em diversas regiões do País. Dois encontros recentes reuniram verdadeiras multidões, a exemplo do ocorrido na matriz do Cenáculo do Espírito Santo, em São Paulo, no bairro do Brás, e no Cenáculo do município de Osasco, situado na grande São Paulo.

No Brás, a reunião especial foi realizada pelo bispo Romualdo Panceiro, que explicou às milhares de pessoas presentes a importância do Espírito Santo na vida do ser humano e de que forma alcançá-Lo. O bispo ressaltou, porém, que, muitas vezes, a pessoa chega à Igreja preocupada apenas em receber a cura, a transformação do seu casamento, a bênção sentimental, financeira, e se esquece que, enquanto ela não esvaziar-se disso tudo, deixar de lado a ansiedade e as preocupações, nada do que fizer surtirá resultado ou efeito.

“A sua vida só vai mudar completamente quando você receber o Espírito Santo”, determinou o bispo Romualdo, fazendo, em seguida, a busca ao Espírito Santo, momento em que várias pessoas foram batizadas.

Antes e depois em Osasco



Um domingo especial e marcante para os participantes da reunião Terapia da Família, realizada às 9h30, no Cenáculo do Espírito Santo em Osasco, na Grande São Paulo. Assim pode ser definido o encontro realizado no domingo (31). Ao lado do pastor Raul Nascimento, responsável evangelístico da Igreja, bispo Guaracy Santos ministrou o encontro que teve como principal objetivo levar os participantes a despertar para a importância de ter uma vida totalmente nas mãos de Deus. Uma oração pela família foi realizada logo no início da reunião, em seguida a mensagem foi direcionada aos casais. Na oportunidade, ele alertou que não há homem ou mulher perfeito, sendo indispensável que um entenda o outro, evitando assim conflitos que possam destruir o relacionamento.

O “Jejum de Daniel” foi destacado pelo bispo Guaracy como fundamental, pois a partir deste propósito haverá um “antes e depois” na vida de milhões de pessoas, já que o propósito de fé está ocorrendo em todos os países onde a Igreja Universal desenvolve o trabalho evangelístico e social.

Dia marcante

Presentes à reunião o gerente geral Carlos Eduardo dos Santos, de 37 anos, e sua esposa, a advogada Vanessa dos Santos Aboud, de 29, comentaram que a reunião foi especial para os dois. “Somos casados há 7 anos e o fato de estarmos na Igreja não significa que não precisemos de orientações, pois aprendemos sempre. Esta reunião acrescentou muito à minha vida”, comentou Carlos Eduardo.

Vanessa concorda com o esposo e acrescenta: “O encontro foi objetivo e maravilhoso. Crescemos espiritualmente e na vida sentimental”, garantiu.

No limite

Brasileiras aparecem em quarto lugar em ranking das mulheres mais estressadas do mundo

Talita Boros

talita.boros@folhauniversal.com.br

Você se sente pressionada para ter uma sólida carreira profissional e ao mesmo tempo manter as responsabilidades da vida familiar? Se sua resposta for sim, você está entre a maioria das mulheres do País que sofre para conseguir conciliar todas as obrigações da vida moderna. As brasileiras aparecem em quarto lugar no ranking das mais estressadas do mundo, realizado pela consultoria Instituto Nielsen em 21 países. A pesquisa, chamada de The Women of Tomorrow (A Mulher do Amanhã, em português) mostrou que duas em cada três brasileiras se consideram estressadas.


Com 67% das entrevistadas no Brasil afirmando viver em constante pressão, o País fica atrás apenas da Índia (87%), México (74%) e Rússia (69%). Segundo o estudo, o estresse feminino é atribuído às múltiplas funções desempenhadas por elas – em casa e no trabalho –, e à falta de tempo para o descanso. Para a psicóloga Ana Elizabeth Luz Guerra, do Centro Internacional de Análise Relacional (Ciar), a inserção da mulher no mercado de trabalho e a crescente necessidade de mão de obra contribuíram para as superposições dos papéis atribuídos socialmente a elas. “É fato que a mulher não pode ser mil ao mesmo tempo. As consequências disso são os sentimentos de inadequação, incompetência, frustração, estresse, além de doenças”, explica. Ao todo, a pesquisa ouviu 6,5 mil mulheres, incluindo 318 brasileiras, entre fevereiro e abril deste ano.


No outro extremo da lista estão as suecas e malaias, consideradas as mais tranquilas do mundo. Nesses dois países, menos da metade (44%) delas afirma estar estressada na maior parte do tempo. “A divisão das tarefas do lar entre homens e mulheres se faz naturalmente mais igualitária em países desenvolvidos, como a Suécia”, destaca Ana Elizabeth.


Para Maria Isabel Bellaguarda Batista, também psicóloga do Ciar, o acesso a sistemas de educação e saúde confiáveis, tanto para si como para seus familiares, assegura à mulher possibilidades de ausentar-se do território familiar para exercer suas funções no trabalho de forma mais leve e com menos culpa. “A possibilidade de ter tempo para cuidar de si, para vivenciar o prazer de encontrar amigos, por exemplo, pode diminuir os níveis de estresse”, diz Maria Isabel.


A dica das especialistas para aliviar a sobrecarga do estresse é investir no autoconhecimento para dominar habilidades e limites. “A mulher sofre as consequências da modernidade de forma mais direta pelo fato de não se sentir compreendida e valorizada suficientemente. Parece que elas sempre estão em falta com algo ou com alguém”, ressalta Maria Isabel.

A luta contra a tuberculose.

A luta contra a tuberculose

Doença tem cura, mas abandono do tratamento é o principal motivo para que mais de 1,7 milhão de pessoas ainda morram todos os anos no mundo

Da redação

redacao@folhauniversal.com.br

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, na semana passada, que cesse o uso de teste sorológico (de sangue) para detecção de tuberculose – doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch que atinge principalmente os pulmões, tem cura, mas ainda mata 1,7 milhão de pessoas no mundo todos os anos. Segundo a OMS, o teste é falho e não identifica metade dos casos. Apesar de não usar esse tipo de exame, o Brasil ainda registra cerca de 4,7 mil mortes anuais por conta do bacilo. Em 2009 (dados mais recentes), o País teve quase 71 mil novos casos, segundo o Ministério da Saúde. O principal motivo para que a tuberculose ainda faça tantas vítimas é o abandono do tratamento por parte dos pacientes.


“A maior dificuldade que enfrentamos é a continuidade no tratamento, que dura entre 6 meses, nos casos simples, a 2 anos, quando o bacilo é resistente. Entre 10 a 15 dias tomando o remédio, o paciente começa a se sentir melhor, tem menos febre e tosse e, por isso, acha que está curado e abandona o tratamento. Isso torna o bacilo mais resistente à medicação”, explica Draurio Barreira, coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde. “São três os pilares para o controle da tuberculose: descentralizar as unidades de atendimento, pois um quarto dos postos de saúde ainda não podem tratar os doentes; o empenho do doente de levar o tratamento até o fim e a disseminação de informação em forma de campanhas ou reportagens.”

Francis Varaine, especialista da doença dos Médicos Sem Fronteira (MSF), ensina como identificar os sintomas de tuberculose: “Tosse por mais de 3 semanas, com catarro ou não, febre baixa que se manifesta entre o fim da tarde e o começo da noite, suores noturnos e perda de peso são os principais sintomas de tuberculose. O escarro com sangue ocorre em casos mais avançados da doença”, diz. Segundo ele, quem tiver um ou mais sintomas, não deve hesitar em procurar um posto de saúde e fazer o teste.


No Brasil, tudo é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS): do diagnóstico – que é feito por meio de teste que identifica a presença do bacilo pelo catarro do paciente ou por raio X – ao tratamento. “As pessoas desconhecem a doença, pensam que é coisa do século 19. Mas a tuberculose nunca foi erradicada, não existe uma vacina contra ela. O tratamento é simples, mas não é fácil: tem efeitos colaterais, causa manchas vermelhas na pele, enjoos, porém o abandono do tratamento pode levar à morte”, alerta Barreira.

Dr. Pinóquio

Falsos médicos são contratados por hospitais públicos e privados que descumprem regras básicas na hora da seleção. Pacientes correm risco de vida com doutores de mentira

Gisele Brito

gisele.brito@folhauniversal.com.br

A carreira de médico é uma das mais difíceis, concorridas e prestigiadas no País e no mundo. Quem veste jaleco branco costuma transmitir uma credibilidade quase inquestionável. Falhas de gestores públicos e administradores de hospitais privados, porém, têm permitido a contratação de falsos médicos, colocando em risco a vida dos pacientes.


No início deste mês, o Conselho Regional de Medicina (CRM) de Pernambuco recebeu duas denúncias de exercício ilegal da profissão. Em uma delas, o falso doutor atuava há mais de 10 anos. Ele chegou a participar da equipe de dirigentes de um hospital.


No primeiro caso, um médico formado em Cuba foi pego atuando com o número de registro de um médico de mesmo nome. Segundo Helena Carneiro Leão, presidente do CRM pernambucano, na Região Norte, em função da proximidade com as fronteiras, muitas pessoas que cursam medicina em outros países, e não poderiam atuar no Brasil sem passar por um curso de adaptação e ter o diploma reconhecido, exercem ilegalmente a profissão.


Apenas 4 dias depois dessa fraude ser descoberta, veio à tona o caso de Leonardo de Moura Cintra, que trabalhou durante 10 anos em hospitais pernambucanos sem ter concluído o curso de medicina. O caso dele é considerado excepcional porque, além de ser bastante respeitado e conhecido, Cintra atuava no Hospital Regional do Agreste, o maior do interior do estado, em Caruaru, e chegou a integrar a diretoria de outro hospital. “Muitas vezes, em cidades pequenas, para resolver um problema ou por falta de profissionais interessados em atuar, os gestores contratam sem muitos critérios, o que é errado. Nesse caso, era um hospital grande, não havia essa pressão. Mas, apesar de ser um hospital público, ele não era concursado. Esse vínculo empregatício precário e a falta de um plano de carreira para os médicos colaboraram para a situação”, explica Helena Leão.


Embora nos dois flagrantes registrados em Pernambuco os falsos médicos tenham frequentado cursos de Medicina, casos assim são menos comuns, segundo José Fernando Vinagre, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). “Normalmente é só alguém que pendura um estetoscópio no pescoço ou fez 1 ano de enfermagem e sai dizendo que é capacitado para atender”, diz.


Na Paraíba, por exemplo, dois supostos médicos, que usavam números de registros profissionais falsos, foram pegos durante fiscalizações do CRM em fevereiro último. Um deles prescrevia receitas a pacientes com erros grosseiros. Isso, segundo o CRM paraibano, já deveria ser o suficiente para impedir a compra dos medicamentos em farmácias.


Entre 2005 e 2010 o CRM de São Paulo registrou 131 denúncias do mesmo tipo. Mas esse número pode ser ainda maior, já que os conselhos regionais são comunicados apenas quando há, de fato, um médico devidamente registrado envolvido no caso.


Há casos em que a fraude resultou em tragédia. Em meados de 2009, o estudante de medicina Alex Sandro da Cunha Silva foi contratado pela médica Sarita Fernandes para cobrir seus plantões no Hospital Rio Mar, no Rio de Janeiro. Lá, em agosto do ano passado, ele atendeu Joanna Cardoso Marcenal, de 5 anos. Dias depois, a menina morreu de parada cardiorrespiratória. O caso chocou o País. Os dois acusados irão a júri popular, segundo o Tribunal de Justiça. Alex Sandro usava o número de CRM de outro médico. Segundo as investigações, Sarita sabia que ele não era formado e o ajudou a falsificar documentos.


Como evitar a fraude


No caso do doutor de mentirinha Leonardo Cintra, em Pernambuco, a fraude poderia ter sido desmascarada facilmente. Ele usava o registro profissional de uma médica. Os hospitais que o contrataram descobririam isso se tivessem pedido uma certidão de regularidade ou verificado a veracidade do número do registro profissional no site do conselho regional.


Todos os conselhos têm seu cadastro estadual de médicos, que também pode ser acessado por pacientes que queiram se certificar se estão sendo atendidos por um profissional de verdade. “O médico é obrigado por lei a divulgar esse número em todo tipo de divulgação que ele faz, em receitas, propagandas e pedidos de exames”, diz José Vinagre, presidente do CFM. Ele reforça que a responsabilidade para evitar situações desse tipo é dos contratantes.


A prática ilegal da medicina é um delito com pena que varia de 6 meses a 2 anos de detenção, sem contar outras implicações, devido à falsidade ideológica ou em casos de lesão ou morte de pacientes.

O valor dos professores.

O valor dos professores

Maioria dos estados paga menos que o piso estabelecido por lei. Docentes se mobilizam e greves prejudicam volta às aulas

Gisele Brito

gisele.brito@folhauniversal.com.br


Ana Jimenez, de 27 anos, atua há 4 na rede pública estadual na cidade de São Paulo e não nega que já sabia que seu futuro seria difícil quando ingressou na faculdade de Geografia e decidiu dar aulas. A vontade de contribuir para diminuir as mazelas do mundo, porém, a motivou, diz ela. Hoje, em meio à dificuldade de comprar um imóvel, Ana sente certa frustração. “Uma manicure ganha R$ 20 reais por 1 hora e meia de trabalho. Eu ganho R$ 7,50. Não é desmerecer o trabalho da manicure, até porque uma das minhas tias é manicure, mas ela não fez faculdade”, conta. “Para o meu pai, todo o investimento na minha formação está sendo desperdiçado. Por ele eu não seria professora. Nenhum pai quer que seu filho seja professor”, afirma. Em São Paulo, o salário inicial para um professor da rede estadual com nível superior é R$ 1.438,33. É pouco, mas há situações ainda mais críticas em outros estados.


Em maio, Amanda Gurgel, de 29 anos, comoveu milhares de pessoas ao proferir um discurso diante de deputados do Rio Grande do Norte. A professora, formada em Letras, questionou se os parlamentares seriam capazes de viver com seu salário-base: R$ 930. E denunciou o descaso com a educação. O vídeo foi parar na internet e virou um sucesso. Meses depois, porém, Amanda diz que tudo continua igual para os professores potiguares. “A gente não quer ser milionário, só ter uma vida digna No Rio Grande do Norte nada mudou. Fizemos uma greve que durou 81 dias, nenhuma das nossas reivindicações foi atendida. Fomos humilhados mais uma vez”, conta.


Os baixos salários entre os professores não são novidade, mas, com a entrada em vigor da lei que estabelece um piso nacional para a categoria, este quadro deveria ter começado a se alterar. A lei foi promulgada em 2008 e questionada na Justiça. Ficou suspensa até abril deste ano, quando o Supremo Tribunal Federal sentenciou que o texto é constitucional. O piso nacional passou a ser de R$ 1.187,97 para professores de nível médio, aqueles que não cursaram Ensino Superior.


Mesmo com a determinação, porém, pouco mudou. A maioria dos estados ainda paga remuneração inferior ao piso estabelecido, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Os professores têm feito protestos e greves para reclamar da situação. Algumas já duram meses e para muitos alunos o reinício das aulas previsto para agosto será adiado.


No Rio de Janeiro, por exemplo, onde esses professores recebem R$ 650, a situação só deve se definir nesta quarta-feira (3), quando haverá uma assembleia. Eles estão parados desde 7 de junho. “O Governo defende que paga um salário proporcional ao piso, já que a nossa carga horária é de 22 horas e meia, mas nós queremos receber o valor estabelecido pela lei”, explica Sérgio Paulo Aurnheimer Filho, coordenador do sindicato dos profissionais de educação do Rio de Janeiro. Segundo ele, centenas deixam a rede estadual, atraídos por salários em redes municipais que pagam até o dobro.


“Os professores ficam só esperando a aprovação em outro concurso para saírem. Isso prejudica o desenvolvimento de projetos educativos de médio e longo prazo”, aponta Aurnheimer.


Em Minas Gerais, onde o salário-base é de R$ 396,89 por uma jornada de 24 horas semanais, valor inferior ao piso, mesmo proporcionalmente, a situação não é diferente. A greve, que começou em 8 de junho, não tem previsão para acabar de acordo com Beatriz Cerqueira, coordenadora-geral do sindicato dos profissionais de educação de Minas. “Existe uma lei, mas o Governo de Minas não fez nada para se adequar. Por isso fizemos uma greve. Dar aula é, para muitos, apenas uma atividade de passagem, algo que se faz enquanto não se encontra outro trabalho que pague melhor. E tudo isso afeta o processo educativo”, emenda.


Muitos professores arranjam outros empregos para complementar a renda. “Preparar uma boa aula demanda tempo e esse tempo não é integralmente pago. Ou seja, além de ganhar pouco o professor trabalha de graça quando quer oferecer algo legal para os alunos. É óbvio que quando você está cansada e desmotivada fica tudo mais difícil”, diz a professora Ana.


Para Heleno Araújo Filho, secretário para assuntos educacionais da CNTE, a falta de vínculos com a comunidade e as múltiplas jornadas prejudicam a qualidade da educação. “O piso foi um instrumento muito comemorado, mas foi muito descaracterizado graças a interpretações errôneas e à má vontade dos gestores”, comenta.


IURD TV Bispo Macedo homenagem dia dos pais.

IURD TV Bispo Darlan apresenta um video muito importante veja,

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sem direção

Sem direção

Motoristas que matam e saem impunes contribuem para a violência epidêmica no trânsito, que só aumenta no Brasil. Entre as vítimas que sobrevivem, 20% têm sequelas permanentes

Talita Boros

talita.boros@folhauniversal.com.br


Os acidentes de trânsito são os maiores causadores de mortes de pessoas entre 5 e 29 anos no mundo. A cada ano, 1,2 milhão de pessoas morre nas ruas e estradas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de feridos está perto dos 50 milhões. Destes, muitos sofrem sequelas graves, como paralisias, amputações e traumatismos.


No Brasil, o trânsito mata mais de 38 mil pessoas por ano. Isso equivale a 100 vidas perdidas por dia. Este ano, as indenizações pagas pelo seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) já ultrapassaram R$ 1 bilhão. Desde 2003, esse valor aumentou 133%. As principais causas são excesso de velocidade, uso de álcool e drogas, sono ao volante e desatenções como falar pelo celular. Para os especialistas, falta punição.


Dirceu Rodrigues Alves, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), diz que no Brasil os crimes de trânsito normalmente têm penas brandas e raramente o motorista responsável é sentenciado à prisão. “Não há punição. Hoje se paga doando cestas básicas. Os crimes são sempre considerados culposos (quando não há intenção de matar)”, afirma. “A questão é que o veículo é uma arma e o motorista desconhece isso, ou ignora”, emenda. Os últimos dados sobre trânsito no País são de 2008 e mostram que as taxas de mortalidade nas ruas em decorrência de imprudência são duas vezes maiores que a de países como o Canadá.


Recentemente, o engenheiro Marcelo Malvio de Lima, de 36 anos, se envolveu no acidente que matou a advogada Carolina Menezes Cintra Santos, de 28 anos, em São Paulo. Lima dirigia um Porsche a mais de 150 km/h, de acordo com a perícia. Segundo o delegado responsável pelo caso, Paul Henry Verduraz, do 15º Distrito Policial, ele deve ir a júri popular e pode responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar). Para não ser preso na noite do acidente, o engenheiro pagou fiança de R$ 300 mil.


Outro caso famoso de imprudência é o do ex-deputado paranaense Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que em 2009, matou os jovens Gilmar Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, em Curitiba (PR). Com o impacto da batida, o carro dos jovens “voou” por mais de 100 metros. Carli Filho responde a processo em liberdade pelo acidente. Ele dirigia com a habilitação suspensa. De acordo com a perícia do Instituto de Criminalística do Estado, Carli Filho estava alcoolizado e dirigia 167 km/h numa via de velocidade máxima permitida de 60 km/h. Ele deve ir à júri popular ainda este ano, por duplo homicídio com dolo eventual.


Além da imprudência, dois outros fatores concorrem para o número elevado de acidentes fatais: o crédito facilitado e a estabilidade econômica que fez surgir uma nova classe média com sede de consumo. A quantidade de veículos nas ruas do País mais do que dobrou em 10 anos, atingindo a marca de quase 65 milhões no fim do ano passado, informa o Departamento Nacional de Trânsito. Ou seja, há hoje 35 milhões de veículos a mais em circulação, uma média de um carro para cada 2,94 brasileiros.


As internações por lesões de vítimas de acidentes de trânsito custaram ao Sistema Único de Saúde (SUS) mais de R$ 113 milhões em 2008. Um estudo feito pelo Hospital das Clínicas revela que as vítimas de atropelamento representam mais de 20% das internações, seguidas pelos acidentados com motos, com 19%. Os homens são maioria: 62,9% em atropelamentos e 89,3% nos acidentes com motos.



O administrador Vitor Gurman, de 24 anos, foi atropelado à noite na calçada quando voltava de uma festa no mês passado na Vila Madalena, em São Paulo. Do outro lado estaria a nutricionista Gabriella Pereira, de 28 anos, ao volante de um Land Rover. Ela disse que dirigia o carro do namorado, Roberto de Souza Lima, de 34 anos, porque ele tinha bebido muito. A polícia ainda apura se era Gabriella mesmo que estava ao volante. Vitor foi atingido pela camionete, que capotou, e morreu no hospital. O veículo acumula 26 multas (dez por excesso de velocidade).



Segundo a Abramet, as principais vítimas com lesões permanentes são pedestres e motociclistas. Dados do DPVAT revelam que a indenização para vítimas do trânsito com lesões irreversíveis é a que mais cresce no País. Em 2005, as indenizações por invalidez respondiam por 17% do total de ressarcimentos do seguro. No primeiro semestre de 2010, o percentual subiu para 59%. “Estudo feito em Rio Preto revelou que em 70% dos acidentes na cidade um motoqueiro está envolvido”, diz Marcelo dos Anjos, gerente da Associação Preventiva de Acidentes e Assistência às Vítimas do Trânsito, sediada no interior paulista.


A tecnologia deixou os carros mais seguros, mas também mais velozes, aumentando os riscos. Segundo Johann Gwehenberg, chefe de Pesquisa de Acidentes e Prevenção de Sinistros da Alemanha, o ônibus é o veículo mais seguro, porque os motoristas são treinados e andam em velocidade moderada. “O índice de fatalidade por milhagem é 40 vezes menor do que viajar de carro.” Em 2006, após constatar que a mortalidade no trânsito não caía, a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que de 2011 a 2020 será a Década de Redução dos Acidentes. A meta é reduzir em 50% as ocorrências no período. O Brasil aderiu à proposta e está implantando o Plano Nacional de Redução de Acidentes para a Década, que aborda fiscalização, educação, saúde, infraestrutura e segurança veicular.


Segundo Alves, da Abramet, para resolver o problema em curto prazo é necessário rigor. “É preciso fiscalizar e punir duramente quem não cumpre as leis.” Para o especialista, a educação no trânsito precisa começar na infância, abordando atitudes dos pedestres e os perigos dos carros. “Hoje os motoristas são malformados, não sabem nada. Precisamos salvar a próxima geração que vai estar nas ruas”, alerta.


Estados se mobilizam


São Paulo lançou em maio campanha para proteger os pedestres: agentes em cruzamentos sem semáforos auxiliam na travessia. A partir de amanhã, quem invadir a faixa ou pôr pedestres em perigo será multado em até R$ 191,53. Outra medida foi a redução do limite de velocidade para 60 km/h em grandes vias paulistanas. A meta é reduzir os acidentes em 20%.


No Amazonas, a campanha “Amigo Legal”, sobre os perigos da mistura álcool e direção, quer diminuir os acidentes em 10% até o fim do ano. Agentes vão a bares e escolhem uma pessoa do grupo para voltar dirigindo. Eleito, o “Amigo Legal” recebe pulseira e uma blusa da campanha.


O Paraná, o terceiro estado em vítimas fatais, iniciou campanha para os motociclistas em Umuarama. As ocorrências com motos somam 65% do total de acidentes no município.


No Tocantins, com o tema “A Vida é Feita de Escolhas”, o Governo faz blitze educativas, e distribui panfletos sobre dicas de segurança para quem vai pegar a estrada.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mais um VENENO leia.

Surge uma nova droga

Feita na Rússia com mistura caseira que inclui até gasolina, o krokodil, ou crocodilo em português, destrói a pele e mutila o corpo dos usuários

Uma nova droga de efeito devastador se espalha como uma epidemia pela Rússia: o krokodil ou crocodilo em português. Trata-se de uma mistura feita com um derivado de ópio, a codeína, e uma série de químicos como gasolina, solvente de tinta, ácido clorídrico, iodo e fósforo vermelho. A combinação ganhou esse nome porque a região da pele em que o krokodil é injetado fica esverdeada e com uma textura escamosa. Com o tempo, as veias se rompem, os tecidos morrem e se soltam do corpo. O que se vê são viciados em farrapos de carne, apodrecendo vivos, corroídos pela acidez da droga.

A heroína é muito popular na Rússia. O governo estima que 2,5 milhões de pessoas usem a droga no país. Ela é produzida principalmente no Afeganistão e chega a preços que variam entre o equivalente a R$ 50 e R$ 150 o grama ao consumidor final. O krokodil, que tem efeito dez vezes mais potente que a heroína, custa entre R$ 5 e R$ 8 o grama e tornou-se a alternativa para quem não têm como sustentar a dependência química em heroína. A expectativa de vida para quem é usuário da nova droga é de 1 a 3 anos. Os que sobrevivem sofrem amputações e ficam dementes, com problemas motores, de raciocínio, de fala e de visão. Em entrevista à revista norte- americana “Time”, uma ex-usuária relatou mortes de amigos por pneumonia, envenenamento, meningite, explosões de artérias do coração ou putrefação até a morte.

“A codeína é um opiáceo, uma substância natural encontrada no ópio, ativo obtido da papoula. O iodo, em contato direto com a pele, causa lesões. O fósforo vermelho, se aquecido, se torna fósforo branco e é extremamente venenoso. Os solventes e a gasolina, usados no refino, são substâncias tóxicas que atacam fígado, rins e cérebro”, explica Nadia Tawil, toxicologista do Instituto Brasileiro de Estudo e Avaliação Toxicológica (Ibemax).

“Nos últimos 5 anos, as vendas de codeína em comprimidos cresceram dezenas de vezes”, declarou Viktor Ivanov, chefe do Controle de Drogas da Rússia ao jornal inglês “The Independent”.

No país, esses comprimidos são vendidos sem receita médica. No Brasil, segundo técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não existe codeína em forma pura, apenas em xaropes e em doses pequenas, o que torna impossível sua dissociação para usos escusos.

De qualquer maneira, são fármacos que exigem retenção de receita e controle de vendas. A codeína, assim como qualquer opiáceo, é altamente viciante.

“Estas drogas causam dependência com extrema facilidade. E quando o dependente, por qualquer motivo, para de tomar a droga, ocorre um violento e doloroso processo de abstinência, com náuses, vômitos, diarreia, cãibras musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento e coriza, que pode durar entre 8 a 12 dias. Mas os opiáceos não são facilmente encontrados no Brasil”, diz o psiquiatra clínico José Carlos da Fonseca, da clínica de reabilitação Renascer.

domingo, 7 de agosto de 2011

Aposta macabra

Aposta macabra

Jovem britânico é condenado por matar ex-namorada. Em troca do crime, ele ganharia um café da manhã dos amigos

Talita Boros

talita.boros@folhauniversal.com.br

Os limites para crimes brutais por motivos fúteis parecem não ter fim. Na semana passada, o jovem Joshua Davies, de 16 anos, foi condenado no Reino Unido pelo assassinato de sua ex-namorada, Rebecca Aylward, de 15 anos. A sentença deve ser definida em setembro, mas Davies já foi considerado culpado pelo crime, ocorrido em outubro do ano passado em Bridgend, no País de Gales. O adolescente cometeu o ato bárbaro após apostar com um amigo que, se realmente acabasse com a vida da ex-namorada, ganharia um café da manhã grátis.


De acordo com jornais locais, durante o julgamento, Davies disse ao júri que “às vezes” odiava Rebecca e que um amigo havia sugerido que ele “se livrasse dela”. Segundo a polícia, o adolescente era bom aluno, aparentemente não usava drogas e tinha boas relações com a família da vítima. Os dois tinham terminado o namoro de 3 meses e os pais de Rebecca ficaram felizes quando souberam que ele havia ligado para ela para marcar um encontro. A jovem aceitou o convite e chegou até a comprar roupas novas para o reencontro.


Davies matou Rebecca com vários golpes usando uma pedra do tamanho de uma bola de rúgbi em uma floresta da região. Segundo a psicóloga Dirce Perissinotti, do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência da Universidade Federal de São Paulo, a necessidade de aprovação, combinada com baixa autoestima, motiva crimes como este. Segundo ela, pesquisas recentes evidenciam que o comportamento violento entre jovens é cada vez mais comum. “Uma das explicações é que as famílias hoje cuidam menos das crianças e os contatos afetivos na primeira infância são menores. Dessa forma, os valores familiares são menos transmitidos, o que pode influenciar a ter um comportamento violento”, aponta.

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