quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Veredictos no Brasil


VEREDICTOS NO BRASIL

JUSTIÇA PEDE A PRISÃO PREVENTIVA DE SANDRO DOTA, ACUSADO DE TER ASSASSINADO SUA CUNHADA, BIANCA CONSOLI, NA NOITE DE 13 DE SETEMBRO; PARA OS INVESTIGADORES QUE TRABALHAM NO CASO, NÃO RESTA NENHUMA DÚVIDA QUE ELE É O AUTOR DO CRIME



O MOTOBOY SANDRO DOTA, DE 40 ANOS, ACUSADO DE MATAR SUA CUNHADA na noite de 13 de setembro, a universitária Bianca Ribeiro Consoli, de 19 anos, na Zona Leste de São Paulo, teve a prisão preventiva decretada na nesta madrugada (13) pelo DHPP/SP. Ele ficará detido até o dia de seu possível julgamento.

A PRINCIPAL PEÇA USADA PELO DHPP PARA CONSEGUIR QUE A JUSTIÇA DECRETASSE A PRISÃO de Dota foi um exame realizado com pedaços de pele recolhidos sob as unhas da jovem. O resultado dos exames mostrou que os vestígios de pele são mesmo de Sandro Dota, que, apesar de ter se recusado a fornecer amostras de sangue para a perícia, teve um pedaço da calça que usava no dia do crime, sujo de sangue, colhido pela polícia.

ALÉM DO TESTE DE DNA, OUTRAS PROVAS, COMO UMA TESTEMUNHA QUE DISSE TER VISTO o motoboy rondando a casa de Bianca um dia antes do assassinato e o rastreamento de seu celular, que indica o lugar em que o acusado estaria no dia do crime, dão força ao pedido de prisão preventiva contra Dota.

RAIO-X DA JUSTIÇA BRASILEIRA

SEGUNDO A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL DE SÃO PAULO (OAB-SP) o número de juízes no País está muito inferior aos padrões ideais. Na Alemanha, há um juiz para cada 3 mil habitantes. No Brasil , existe um juiz para cada 30 mil habitantes. Para que se chegue aos padrões europeus, portanto, o País teria de dar um salto dos atuais 15 mil juízes para algo em torno dos 150 mil.

BUROCRACIA E OBSOLETISMO

EM SÃO PAULO, O ESTADO MAIS PRÓSPERO E DESENVOLVIDO DA FEDERAÇÃO, qualquer processo entre a primeira e a segunda instância leva, em média, sete anos e pode chegar a mais de 10 anos para ser julgado. E apesar de o País já ter embarcado na era científico-tecnológica, em muitas varas a informática ainda é pouco ou nada utilizada. Os recursos que a moderna tecnologia oferece ainda parecem estar longe de contribuir para uma Justiça mais célere. Além disso, a falta de escolaridade da população, ainda segundo a OBA, tem sido uma dos principais motivos para o fraco desempenho da Justiça brasileira.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

INTERNAÇÃO FORÇADA DE USUÁRIOS DE DROGAS

APONTADO COM O SEGUNDO MAIOR CONSUMIDOR DE DROGAS DO MUNDO, BRASIL VAI INVESTIR R$ 4 BILHÕES NO COMBATE AO CRACK; MEGAPLANO PRETENDE TAMBÉM INTERNAR À FORÇA DEPENDENTES QUÍMICOS, DECISÃO QUE TEM DIVIDIDO OPINIÕES



O BRASIL JÁ TEM CERCA 30 CRACOLÂNDIAS, TODAS COM ALTA CONCENTRAÇÃO DE COSUMIDORES, espalhadas por 17 capitais. Em nove dessas cidades, os principais pontos de consumo de crack ficam na área central, apesar de serem itinerantes, ou seja, essas cracolândias se movimentam de acordo com a atuação da polícia e a briga entre traficantes. Os dados são da Secretaria Nacional Antidrogas, em parceria com a fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que avalia, também, que, em todo o Brasil, é consumida mais de uma tonelada de craque por dia, fazendo do País o segundo maior consumidor do mundo.

“O USUÁRIO DE CRACK NÃO

TEM CONDIÇÃO DE AVALIAR

SE QUER CONTINUAR USANDO DROGAS”

(Rodrigo Bethlem, secretário municipal de Assistência Social do Rio)

PROCURANDO COMBATER ESSE CENÁRIO, O GOVERNO FEDERAL LANÇOU UM MEGAPLANO de combate ao crack no valor de R$ 4 bilhões. Fazem parte desse plano a internação compulsória adotada pela Secretaria Municipal de Assistência Social da cidade de São Paulo. O modelo é semelhante ao que já existe no Rio e tem três fases: recolhimento, triagem e decisão judicial de internação. Com o aval da justiça, o usuário será recolhido e levado à avaliação de um psiquiatra mesmo contra a vontade, uma vez que, segundo a lei, os “toxicômanos são considerados incapazes”.

“É DEVER DO ESTADO INTERVIR

E ZELAR PELA SAÚDE DAS PESSOAS”

(Idem)

A DECISÃO DE INTERNAR À FORÇA VICIADOS EM DROGAS TEM DIVIDIDO OPINIÕES. Entidades defensoras dos direitos da criança e do adolescente promoveram, na semana passada, em frente a Assembleia Legislativa do Rio, um protesto contra a internação compulsória. Para o secretário municipal de Assistência Social do Rio, Rodrigo Bethlem, “o usuário de crack não tem condição de avaliar se quer continuar usando drogas. É dever do Estado intervir e zelar pela saúde essas pessoas”. As entidades acusam o secretário, assim como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, de desrespeitarem os direitos humanos a adotar a internação obrigatória. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, recebeu a mesma acusão.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PEDRAS EM BRASA NOS SEIOS

Em Camarões, 25% das adolescentes têm o peito queimado pelas próprias mães, que veem o hábito como o melhor jeito de tentar atrasar o início da vida sexual das filhas


Engomar os seios das meninas com objetos extremamente quentes assim que aparecem os primeiros sinais do desenvolvimento sexual é uma tradição mantida às escondidas no oeste da África, especialmente em Camarões, onde um quarto das adolescentes sofre para disfarçar a puberdade. A prática, comum também em Guiné-Bissau, África Central e Ocidental, é normalmente realizada pelas próprias mães.


Alegando preocupação com os olhares libidinosos dos homens, encontros sexuais prematuros, estupros, abortos inseguros, gravidez indesejada e até o medo de que elas abandonem a escola, as mães passam diariamente nos seios das filhas pedras, paus ou martelos aquecidos em carvão incandescente. Outro motivo: em Camarões, muitos homens acham que as meninas estão prontas para o sexo quando começam a ganhar formas femininas. Muitas famílias acreditam que devem deixar as filhas “menos atrativas”, tentando, no mínimo, adiar o desenvolvimento do corpo das filhas.


No ritual propriamente dito, muitas vezes as mães usam um pano para proteger as suas mãos do calor, enquanto o peito da jovem é pressionado com força. Existem relatos de que, em razão das altas temperaturas, as meninas ficam com os seios deformados e com
tamanhos diferentes.


“Engomar os seios sempre existiu”, diz a ginecologista Sinou Tchana, vice-presidente da Associação de Médicas de Camarões, em entrevista ao site do “Diário de Moçambique”. Tchana trabalha há mais de 20 anos para conscientizar a população sobre os riscos da prática, que além de prejudicar o desenvolvimento do seio danifica o tecido, causa feridas, abscesso e infecção, deixando as meninas predispostas a contrair câncer, sem contar os danos psicológicos.


Em seu trabalho, a ginecologista encontrou mães desesperadas depois de terem queimado a mão e percebido o quanto machucavam as filhas. “Perdoa-me, doutora, eu não tinha noção da medida da dor, mas quando me queimei percebi o tipo de sofrimento que a minha filhinha passava”, disse uma mãe a Tchana que, por outro lado, já ouviu depoimentos de meninas em pânico, que torciam até para nem ter seios e de outras que decidiram fugir de casa para não passar pelo ritual.


Uma associação de mulheres chamada Renata, apoiada pela agência alemã GTZ, orienta 15 mil jovens camaronesas a evitar essa prática dolorosa, chamada de “passar a ferro”. Mas como o sigilo prevalece em relação ao tema e até mesmo homens camaroneses desconhecem o procedimento, porque falar sobre sexo é um tabu no país, a tradição é mantida há gerações pelas mulheres. Às vezes os homens só ficam sabendo da prática após se casar: são surpreendidos ao ver o estado do corpo da própria mulher.


Na internet, circula um documentário em vídeo que mostra uma professora explicando sobre os perigos do ritual. Diante de crianças incrédulas, um garoto confirma que sua irmã sofre com a situação e chora quando a mãe “passa o ferro” em seus seios.


O mesmo vídeo ainda apresenta imagens chocantes de como é o ritual e como ficam deformados os seios de mulheres já adultas. A professora admite que não é o modo mais adequado para se orientar as crianças, mas confessa o desejo de que elas não passem pelo mesmo sofrimento a que ela foi submetida.


No entanto, por outro lado, o mesmo documentário mostra que muitas mães, mesmo tendo vivido tal situação na juventude, ainda acreditam que “passar os seios” é a melhor maneira de evitar a atenção dos homens, por medo especialmente da gravidez precoce.


Ou seja, diante desse cenário, o segredo ainda prevalece na maioria das famílias, e uma em cada quatro meninas segue sendo alvo do ferro quente diariamente em Camarões, um país de 19,5 milhões de habitantes, dos quais cerca de 8 milhões têm menos de 14 anos. Assim, a partir dos 9 anos de idade, muitas meninas ainda devem ter os seios engomados.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Revelação de uma mídia importante.

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o maior executivo da história da Rede Globo, afirma que emissora teria ajudado Collor na eleição presidencial de 1989

Uma revelação de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, que já foi o homem mais poderoso da Rede Globo (abaixo apenas do dono, Roberto Marinho), reacendeu a polêmica sobre o que a emissora teria feito em 1989 para interferir no resultado da primeira eleição presidencial pelo voto direto, depois de 29 anos.


A surpreendente informação sobre um episódio recente da história do Brasil foi dada por Boni em entrevista, na semana passada, ao canal Globo News, da própria Globo. Foi também a primeira vez que um homem do alto escalão da Globo admitiu abertamente que a emissora teria manipulado a favor do candidato Fernando Collor de Mello (PRN), contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles disputavam o segundo turno da eleição presidencial. “Nós fomos procurados pela assessoria do Collor. O Miguel Pires Gonçalves [que era superintendente-executivo da Rede Globo] que pediu que a gente desse alguns palpites, e eu achei que a briga do Collor com o Lula estava desigual, porque o Lula era o povo e o Collor era a autoridade”, disse Boni, que, aos 76 anos, está lançando um livro de memórias intitulado “O Livro do Boni”.


Boni contou ainda detalhes da suposta ajuda ao candidato Collor: “Nós conseguimos tirar a gravata do Collor, colocar um pouco de suor com glicerinazinha e colocar as pastas todas que estavam ali com supostas denúncias contra o Lula. Essas pastas estavam inteiramente vazias, com papéis em branco. Foi uma maneira de melhorar a postura do Collor junto ao espectador, para ficar em pé de igualdade com a popularidade do Lula”.



No primeiro turno presidencial participaram 23 candidatos. Collor foi ao segundo turno com 20,6 milhões de votos (28% do total). Lula recebeu 11,6 milhões de votos (16%). O último debate na TV no segundo turno, transmitido para todo o País, foi realizado na sede da Rede Bandeirantes, mas organizado num pool de emissoras, que incluiu ainda a Globo, o SBT e a TV Manchete. Sobre o confronto, ao ser perguntado se até o suor de Collor no debate foi produzido, Boni declarou: “Todo aquele debate foi, foi... não o conteúdo. O conteúdo era do Collor mesmo. Mas a parte, vamos dizer assim, formal, nós é que fizemos.” A edição dos melhores momentos do debate apresentados pelo “Jornal Nacional” no dia seguinte também foi alvo de críticas, por supostamente favorecer Collor, que foi eleito presidente. A partir desse episódio a Globo passou ter como norma não editar debates políticos.

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