domingo, 26 de julho de 2009

ASCENSÃO E DECADÊNCIA NO FUTEBOL:

ASCENSÃO E DECADÊNCIA NO FUTEBOL:FALTA ESTRUTURA EMOCIONAL, PROFISSIONAL OU SE DEVE AO EXCESSO DE EXIGÊNCIA DOS CLUBES?Para muitos profissionais e torcedores, a Copa do Mundo de 82 foi a última competição em que o futebol-arte brasileiro brilhou, mesmo sem vitória. No dia 5 de julho daquele ano, o Brasil foi ao estádio do Sarriá para decidir a classificação contra a Itália. Para a seleção canarinho, um empate já era suficiente para garantir vaga nas semifinais. Logo aos cinco minutos do primeiro tempo, Rossi, da Itália, abriu o placar. Mesmo assim, a dupla Sócrates e Zico empata o jogo doze minutos depois. Para a seleção e outros milhares de brasileiros, a classificação estava garantida. Isso se, mais uma vez, Rossi não tivesse feito seu segundo gol, faltando dezesseis minutos para o fim da partida. A Itália foi para a final com a Alemanha e acabou levando a taça. Três a um! O futebol brasileiro ficou pelo caminho. Mesmo assim, aquela seleção foi eleita pela imprensa internacional especializada como a melhor da Copa e uma das melhores que o mundo já tinha visto até então. A derrota brasileira foi difícil, no entanto, a equipe de Telê foi ovacionada dentro e fora de casa. Os canarinhos não trouxeram a taça, mas impressionaram o mundo. Por isso mesmo, há quem diga que a imagem heróica que atletas contemporâneos como Robinho, Ronaldinho Gaúcho, Diego, Ronaldo Fenômeno e tantos outros têm hoje foi na verdade construída no período que vai até 82. Muitos de nossos atletas ainda se sustentam na obra de artistas como Zico, Pelé, Sócrates, Garrincha, Leônidas e muitos outros que realmente construiriam o título de “Brasil, o País do Futebol”. De lá para cá, quase tudo mudou. A fama permanece, mas o talento, a arte e o amor ao futebol ficaram por lá, esquecidas, abandonadas nas arquibancadas e no gramado do Sarriá. Na década de 70, Vicente Matheus, que não era Presidente, e sim diretor de futebol, prometeu a Rivelino, um dos maiores craques da história, luvas e salário fixo para que o atleta jogasse. Naquele mesmo ano, Paulo Maluf resolveu esbanjar. A proposta era doar um Fusca zero-quilômetro para cada jogador da seleção campeã do mundo no México. Mas Maluf levou um processo e foi condenado em todas as instâncias. Os jogadores, no entanto, mal podiam acreditar naquele prêmio, um fusquinha reluzente. Realmente tudo está muito mudado, e a seleção, assim como o Fusca, tentou ressuscitar, mas sem êxito. A maioria dos grandes craques da atualidade, também. Ronaldinho Gaúcho, mesmo dando o honroso exemplo de atender ao celular enquanto recebia a medalhe de bronze nos Jogos Olímpicos da Pequim, em 2008, aparece empatado com o astro do basquete americano Michael Jordan na lista dos 25 que mais faturaram naquele ano. Segundo estimativas da revista Forbes, Ronaldinho faturou mais de US$ 31 milhões. O dinheiro tomou o lugar de muitos talentos. Roubou a cena e o encanto pelo verdadeiro futebol. Fazer fama passou a valer muito mais que fazer gols. Desde 82 que o Brasil criou fama e permanece deitado na cama. E o pior de tudo: torcer por um time virou algo bem próximo a torcer por um banco. Ambos visam ao lucro, mas dissimulam que o cliente (ou será torcedor?) é o que está em primeiro lugar!

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