Há alguns anos casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes se tornaram comuns no noticiário, o que mostra que as denúncias são cada vez mais frequentes. Esses crimes são geralmente associados aos homens, mas, apesar de menos comuns, os crimes sexuais cometidos por mulheres existem. E pior: muitas vezes passam despercebidos ou são até tolerados pela sociedade. Isso porque alguns pais se baseiam na ideia errada de que o filho “se tornou homem” com a primeira relação sexual, ao invés de pensar nele como uma criança indefesa e abusada.
De acordo com o médico Jefferson Drezett, diretor do Ambulatório de Violência Sexual (AVS) do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, alguns pais aceitam o ato de violência como natural. “É lenda dizer que esse tipo de crime não existe. Se um homem do convívio familiar tivesse relações sexuais com a filha, o pai jamais aceitaria. Mas, com os meninos, acaba sendo diferente”, diz.
O perfil da abusadora, segundo o médico, é recorrente. “São sempre conhecidas e têm fácil acesso à criança: mães, madrastas, pessoas do núcleo familiar e membros da comunidade, como vizinhas. Também não é raro que sejam mulheres em posição de cuidadoras, como médicas e professoras.” Foi o que aconteceu com o produtor Davi Castro, de 28 anos, abusado pela professora de educação física aos 11. “Uma criança com aquela idade não teria consciência alguma das consequências. Quando um pedófilo seduz, ele oferece o que tem de melhor e faz a criança acreditar que é ela quem quer tudo aquilo.” Davi relatou sua experiência no livro “Tia Rafaela” (Editora Panda Books).
Em entrevista à Folha Universal, o produtor conta que a relação começou na escola. Depois a professora convenceu a família dele de que o garoto deveria ir morar na casa dela para ter uma vida melhor. Davi passou a ser amante da mulher e, quando tinha 13 anos, engravidou “Tia Rafaela”. Somente aos 19 anos conseguiu se desvencilhar da situação. “Primeiro ela se aproximou oferecendo amizade, companhia e carinho.
Quando ganhou minha confiança, partiu para o jogo de sedução. Começou a me levar para passeios que acabavam em momentos íntimos. Às vezes era no sítio do pai dela, ou na sauna do clube que frequentava, e outras vezes em sua casa mesmo, se aproveitando da ausência do marido. Eu me sentia a criança pobre que vivia os momentos felizes ao lado da tia Rafaela”, lembra. Segundo Drezett, estatísticas do Hospital Pérola Byinton mostram que as mulheres abusadoras não têm preferência entre meninos e meninas. Ao contrário dos crimes cometidos por homens, em que de cada quatro casos três são contra meninas, os números de crimes cometidos por mulheres mostram que metade dos casos são contra meninos e metade contra meninas.
Um exemplo recente dessa dualidade de vítimas é o caso da professora de matemática Cristiane Barreiras, de 33 anos, presa acusada de abusar sexualmente de duas alunas de 13 anos da Escola Municipal Marechal Rondon, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro.
A professora foi indiciada por estupro de vulnerável e corrupção de menor. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. Para Drezett, as crianças vítimas de abusos normalmente são mais vulneráveis e sofrem danos muitas vezes irreparáveis: “Abusos destroem o desenvolvimento psicossocial das crianças. Muitos desenvolvem sérios problemas emocionais. É um desastre naquela vida.”
Nos últimos 6 anos, a organização Childline (linha da criança, em tradução literal), que administra um número telefônico especializado em dar auxílio a vítimas no Reino Unido, registrou um aumento cinco vezes maior nas denúncias de crimes sexuais cometidos por mulheres, se comparadas com o gerado por homens.
Em 2008, das 16.094 crianças que ligaram para a Childline denunciando crimes sexuais, mais de 2 mil se disseram vítimas de mulheres. Segundo a organização, isso representa um aumento de 132% em comparação com 2004. |
Os fim está próximo, cada vez mais acontece os absurdos, o amor no ser humano já é algo raro. Que Deus tenha misericórdia do ser humano....
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