A ABADS, antiga Sociedade Pestalozzi de São Paulo, comemorou, recentemente, 59 anos de trabalho digno e assistência solidária
Ivonete Soares
ivonete.soares@folhauniversal.com.br
Uma comemoração especial marcou o 59º aniversário da Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (ABADS), antiga Sociedade Pestalozzi de São Paulo, no final do mês passado, com a presença de autoridades e convidados, como a do prefeito da cidade, Gilberto Kassab, que além de acompanhar as apresentações dos alunos da instituição e emocionar-se ao lado da vice-prefeita, Alda Marco Antônio, e da presidente da ABADS, Grace Pereira, também assinou um contrato de comodato concedendo à associação o direito de permanecer no local pelos próximos 50 anos.
No terreno, de propriedade da Prefeitura Municipal de São Paulo, a instituição mantém um estruturado espaço com salas especiais, que atendem cerca de 500 alunos em dois períodos. No decorrer de mais de 5 décadas, construiu uma história de prestação de serviços a crianças e adolescentes portadoras de necessidades especiais, como Síndrome de Down. Mais recentemente, passou a oferecer atendimentos clínicos e educacionais aos autistas.
A ABADS realiza um trabalho intenso nas áreas da saúde, educação e capacitação profissional e, de acordo com Grace Pereira, a visita do prefeito, bem como o fato de ele permitir que esse trabalho continue, concedendo-lhe o espaço por mais 50 anos, é uma grande vitória. “A vinda do prefeito é uma esperança, pois vamos ter um espaço para ampliar as parcerias e, assim, ajudar mais crianças”, comemorou a presidente.
Ainda de acordo com Grace, para que esse objetivo se cumpra, “não se mede esforço para buscar, junto aos apoiadores, as condições de prosseguir neste trabalho, que tem beneficiado não somente as crianças e jovens, mas também os seus familiares”.
O evento comemorativo contou também com a apresentação de dança (tango e balé) dos alunos e uma peça musical das crianças cadeirantes, todas da ABADS, que abrilhantaram a manhã.
Para o prefeito Kassab, conceder esse espaço à instituição também é motivo de grande alegria, “um presente de aniversário”, disse, e acrescentou: “A ABADS vai trazer mais harmonia para a cidade, porque ela tem a segurança de poder realizar o seu trabalho por mais 50 anos e, com isso, a prefeitura terá condições de dar um apoio maior”, discursou.
Profissionalismo
Na ABADS, profissionalismo e comprometimento são as molas propulsoras à saúde. O Centro de Diagnóstico e Tratamento (CDT) desenvolve recursos e apoios especializados na área da saúde às crianças que se beneficiam com as ações voltadas à estimulação e à reabilitação terapêutica.
O objetivo dessas intervenções é minimizar possíveis atrasos relacionados ao funcionamento cognitivo e às habilidades sociais, em prol da melhoria na qualidade de vida e do favorecimento à participação ativa na comunidade. O setor conta com uma equipe multidisciplinar em diversas especialidades, tais como coordenação clínica, assistência social, fonoaudiologia, pedagogia, psicologia, fisioterapia, enfermagem, neuropediatria, entre outras.
A ABADS também oferece cursos dirigidos aos familiares em geral, voluntários e estagiários da instituição, a fim de proporcionar conhecimentos relacionados à pessoa com deficiência, promovendo, com isso, a qualidade de vida de todos.
Os eventos são realizados na sede da ABADS, localizada na Avenida Morvan Dias de Figueiredo, 2.801, Vila Guilherme, São Paulo. Para mais informações, acesse o site da instituição: www.abads.irg.br.
Resultados
Se para os profissionais envolvidos com o trabalho, diariamente, observar a evolução dessas crianças e adolescentes é, no mínimo, louvável, imagine-se para os pais ou responsáveis conseguirem encontrar o diagnóstico e um tratamento digno, como aconteceu com a diarista Rosineide Dias Lima, de 32 anos, mãe de Gabrielly Dias Lima, de 7, autista e aluna da ABADS há um ano e meio.
Segundo Rosineide, até pouco mais de 4 anos a filha não falava, era bastante agitada e ninguém entendia muito bem as razões. “Em casa ela era retraída, brincava sozinha e ficava irritada quando não conseguia terminar algo que havia começado. Ela chorava e gritava. Muitas vezes, tentava se comunicar comigo fazendo gestos, mas eu não conseguia compreender”.
Desde que iniciou o tratamento na ABADS, garante Rosineide, a mudança da filha foi “da água para o vinho”: “Agora ela interage com outras crianças, participa de passeios na escola que ela frequenta. Para mim a ABADS é um porto seguro”, elogia.
Na opinião, da dona de casa Lúcia Teixeira Rios, de 40 anos, mãe de Debora Teixeira Rios, de 19, portadora da Síndrome de Down, a passagem da filha pela ABADS foi muito importante. “Cheguei à instituição em 2000. Até então, eu estava muito triste, desesperada, pois pensava que ela nunca mudaria, que nenhum lugar a aceitaria. De lá para cá, a evolução foi muito grande. A Débora é muito caprichosa, meiga, todas as coisas dela são muito bemorganizadas. Hoje, ela tem amizade com meninas normais e eu sempre a levo para passear com as amigas. A ABADS para mim foi como uma segunda mãe”, finaliza, contente.
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