sábado, 25 de julho de 2009

MUDANÇA DE ESTÉTICA


MUDANÇA DE ESTÉTICA:A TRANSFORMAÇÃO É APENAS FÍSICA, ATINGE TAMBÉM O LADO SENTIMENTAL E PROFISSIONAL OU NÃO PASSA DE ILUSÃO?Basta analisar rapidamente alguns periódicos de moda, decoração ou paisagismo para se deparar com sugestões do tipo: “Já pensou em mudar o rumo de sua vida trocando a cor da parede de seu quarto?”, ou então: “Que tal renovar seu guarda-roupa e mudar de vida?”. Há também convites mais incisivos e com promessas ainda mais ousadas, como esta a seguir, publicada em uma grande revista de moda e beleza: “Por que não revolucionar a sua vida, virar uma estrela da TV e arrumar um novo amor, começando pela transformação total de sua aparência?”. Pode parecer exagero, mas quem nunca se sentiu atraído por tais apelos? Quem nunca pensou em mudar o interior, apagar magos e frustrações transformando apenas o corpo físico? A maioria dos que se submete a transformações estéticas radicais não quer apenas melhorar, consertar ou disfarçar. O objetivo é mudar da cabeça aos pés, virar outra pessoa, deixar para trás o invólucro da sem-gracice e renascer outro, mais belo e amado. Apesar de as cirurgias plásticas estarem cada dia mais banalizadas, tem se difundido fortemente na mídia programas que promovem transformações completas, como é o caso da atração norte-americana “I Want a Famous Face”, criado pela MTV. A proposta do programa é acompanhar a mutação de candidatos que querem se transformar em clones de seus ídolos. Em um polêmico episódio, gêmeos terrivelmente tímidos e cheios de espinhas queriam virar Brad Pitt. Em outro, uma garota de pele escura e olhar triste almejava ser Kate Winslet, e afirmou que continuaria muito melancólica caso não atingisse tal proeza. No Brasil, uma jovem de 27 anos pôs na cabeça que queria se transformar na dançarina de axé Scheila Carvalho. “Comecei a ver a Scheila como minha referência, e até hoje já gastei 100.mil reais em cuidados estéticos para ficar igual a ela”, diz. Todo esse dinheiro foi gasto com cabelo cortado, tingido e tratado como o da musa, programa de exercícios igual ao dela, guarda-roupa idem, aplicações de botox, lipoaspiração em sete lugares e duas cirurgias para colocar próteses de mama. “Já quase cheguei lá, agora só falta serrar os dentes caninos”, completa. Para os psicólogos, esse tipo de comportamento pode denunciar uma forte e perigosa não-aceitação própria, uma renúncia do “eu” e a idolatria do “outro”. Quando isso acontece, explicam, as pessoas acreditam que seus problemas interiores não têm solução, que estão condenadas para sempre e que, por isso, a única forma de escapar dessa encruzilhada é através da incorporação de um novo ser, como se ela fosse um carro velho sem possibilidade de reparo. “O grande problema, no entanto, é que a transformação estética nunca muda a personalidade, nem faz de ninguém outra pessoa, e isso ela irá perceber em pouco tempo. Daí, o sentimento de frustração pode se agravar ainda mais”, esclarecem os médicos. “Há registros de pessoas que chegaram ao suicídio quando perceberam que eram outra pessoa por fora, mas que continuavam as mesmas de sempre por dentro”.

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