sábado, 17 de junho de 2017

Ler e Escrever: combate ao analfabetismo e capacitação profissional


Ler e Escrever: combate ao analfabetismo e capacitação profissional
Projeto já formou milhares de jovens e adultos no Brasil e em outros países. Saiba mais


publicado em 17/06/2017 às 00:15.

Por Michele Roza / Fotos: Demetrio Koch e Arquivo


Tags: 40 anos Universal Ler e Escrever alfabetização capacitação responsabilidade social




A Universal, além do intenso trabalho evangelístico que vem fazendo há 40 anos, realiza também projetos de cunho social e cultural no Brasil e em outros países em que está presente. Um desses projetos, de grande atuação, é o Ler e Escrever, que todos os anos forma milhares de jovens e adultos, combatendo o analfabetismo e oferecendo capacitação para inserção no mercado de trabalho.

Desde os seus primeiros passos, no estado do Rio de Janeiro, no início da década de 1990, o projeto vem se desenvolvendo e crescendo Brasil afora. Em São Paulo, o Ler e Escrever teve início em setembro de 1996, quando o obreiro voluntário da Universal Luiz Antônio Dobroca (foto abaixo), também coordenador pedagógico do projeto, reuniu os 30 primeiros representantes das igrejas que dispunham de espaço. Começaram o ano letivo de 1997 com 13 salas de aula.

Luiz Dobroca, hoje com 66 anos, e a esposa dele, Elza Dobroca, de 62, começaram a frequentar a Universal no bairro do Brás, na zona leste da capital paulista (mesma região em que hoje funciona a sede do Ler e Escrever), em 1984. Entraram

para o grupo de Evangelização e, em 1991, tornaram-se obreiros. Na época, Luiz Dobroca era comerciante autônomo e passou a dividir o seu tempo entre o trabalho, a família e a ajuda que levava às pessoas dos bairros próximos ao Brás. Cinco anos depois, ao assistir a uma reportagem sobre o Ler e Escrever no Rio de Janeiro, ele decidiu dar início ao projeto em São Paulo.

A expansão do Ler e Escrever no Brasil pode ser vista em diversos estados, de todas as regiões do País, como, por exemplo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí, Rondônia e Amazonas, entre outros.

Erradicar o analfabetismo

Segundo dados do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf) de 2016 – pesquisa realizada por amostragem –, 27% dos brasileiros com idade entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais. Eles conseguem decodificar minimamente as letras e os números, mas não desenvolvem habilidade para interpretação de textos e operações matemáticas.

O principal objetivo do Ler e Escrever é contribuir para erradicar esse número de analfabetismo, preparando os alunos para que possam fazer os testes de avaliação em órgãos oficiais e prosseguir os estudos. A partir dessa premissa, o projeto oferece, sem custos, cursos de alfabetização, ensino fundamental e médio em classes de aceleração de aprendizagem – processo instituído pelo Ministério da Educação (MEC), em 1997, que visa corrigir a defasagem entre a idade e a série que os alunos deveriam estar cursando.

Responsabilidade social

Em outros países de língua portuguesa, como Angola, país da costa ocidental da África – onde a Universal está presente desde 1991 –, o projeto também vem contribuindo para transformar a vida da população – 

que ainda enfrenta muitadesigualdade econômica e social, sendo considerada uma das menos desenvolvidas do mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU). Quando o Ler e Escrever iniciou as suas atividades, em 2007, o índice de analfabetismo no país era superior a 50%. Hoje, o índice já se mostra abaixo dos 30%.

Além de Angola, Moçambique e Portugal, hoje o trabalho já se expande também para um país de língua espanhola (castelhano), a Argentina, e ainda no Brasil já há a inserção de classes para estrangeiros que residem no País e precisam ou querem aprender a língua portuguesa.

“Sabemos que as pessoas que estudam no projeto buscam também a sua dignidade. Temos muitos alunos que saíram de uma sala de aula e hoje já são formados, são advogados, professores, enfermeiros, entre outras profissões. Isso é muito importante: alfabetizar e capacitar para que estejam preparados para o mercado de trabalho e sejam devidamente inseridos”, afirma Luiz Dobroca.


Consciente de suas responsabilidades sociais, o Ler e Escrever também conta com uma parceria em prol dos jovens em regime semiaberto da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) do estado de São Paulo. Os jovens infratores que têm desejo de mudar de vida e interesse em aprender, são direcionados a salas de aula do projeto e frequentam aulas de alfabetização e informática.

Capacitação profissional

Além das classes de alfabetização e de aceleração de aprendizagem, os educadores (voluntários, estagiários de pedagogia e profissionais de diversas áreas) do projeto Ler e Escrever também se dedicam ao ensino de outras habilidades, como, por exemplo, uma língua estrangeira ou capacitação profissional.

Aulas de inglês, espanhol e francês são ministradas frequentemente. Além disso, o projeto conta com laboratórios de informática. Há também disponível o curso de Libras, a língua brasileira de sinais para surdos, que é realizado pela internet.


Ainda é possível aprender um ofício ou participar de cursos de capacitação profissional, que são oferecidos em parcerias com grandes empresas, como o Sebrae e outras instituições (dependendo da instituição parceira é cobrada uma taxa simbólica sobre o custo do material).

Os cursos de capacitação permitem aos alunos ingressar no mercado de trabalho e abrangem áreas como informática, estética e gestão empresarial. Atualmente, só na capital paulista são dezenas de unidades escolares do projeto; no estado de São Paulo cerca de 2 mil alunos estiveram em sala de aula em 2016. Somando esses dados aos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, o número de alunos atendidos no ano passado aumenta para quase 4,4 mil.

Conheça as metas e objetivos do projeto Ler e Escrever:


- Ser mediador entre o aluno e o mundo, oferecendo-lhe oportunidades e mostrando-lhe o valor da educação;

- Capacitar profissionais para o mercado de trabalho;

- Ministrar ensino de qualidade com profissionais idôneos;

- Contribuir para a condição socioeconômica de nossa sociedade, fundamentada na livre iniciativa, capacidade empresarial, ética e autonomia;

- Utilizar uma meta eficiente, política e consciente, adequada às necessidades e dificuldades do aluno, despertando-o para a sociedade em que vive.

Reconhecimento


Em 2011, o projeto Ler e Escrever ganhou o reconhecimento da Câmara Municipal de São Paulo por sua contribuição para o desenvolvimento social e educacional, pelas atividades gratuitas que tem oferecido para a população (foto ao lado). Só no estado de São Paulo, nesses 20 anos de atividade, foram atendidos mais de 20 mil alunos.

Se você quer concluir os estudos, se profissionalizar ou mesmo indicar alguém para ter a chance de se alfabetizar, todos os meses há cursos com inscrições abertas no projeto Ler e Escrever. O telefone para saber sobre os cursos e inscrições em São Paulo é o (11) 3497-1656. Você pode também procurar mais informações do projeto em uma Universal na sua cidade.

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