Ajuda para encarar a maternidade
Projeto
T-amar, da Universal, oferece orientação e apoio para mães que buscam
preparo emocional e espiritual para educar os filhos
publicado em 06/03/2016 às 00:05.
Rê Campbell / Fotos: Demetrio Koch
Educar
a filha Déborah Louise, de 9 anos, sempre foi um desafio para
Christiane Dantas, de 35 anos. (foto ao lado) Desde muito pequena, a
menina esbanjava energia e apresentava um “temperamento difícil.” Na
tentativa de controlá-la, Christiane recorria a castigos, críticas e
repreensão.
O autoritarismo era a base do relacionamento entre
as duas. “Ela sempre foi hiperativa e eu tinha dificuldade. As pessoas
cobravam certas atitudes dela e me cobravam também. Eu jogava todas as
broncas em cima dela”, relembra. A tática, entretanto, não funcionava.
“Ela não mudava e eu ficava frustrada”, afirma.
Há alguns meses,
Christiane passou a coordenar reuniões de mães em atividades promovidas
pelo projeto T-amar, em Teresina (PI). “Aprendi a respeitar as
diferenças, sem deixar de educar e cobrar. Antes, eu era intransigente,
colocava meu ponto de vista e ponto final. Agora, aprendi a dialogar e
ouvir”, destaca.
Déborah se aproximou mais da mãe e ficou mais
atenta aos seus conselhos. Christiane também mudou. “Procuro ter mais
paciência, elogio seus acertos e trabalho seus pontos fracos. Aprendi a
não cortar as asas, mas orientar o voo”, diz.
O que é o T-amar?
Ser
mãe é mesmo uma tarefa desafiadora. E foi pensando nas dúvidas e
dilemas enfrentados pelas mães que o T-amar foi criado em 2012. A
coordenadora nacional do projeto, Edineia Dutra, (foto ao lado) explica
que a iniciativa reúne mulheres de todas as idades com algo em comum:
buscar preparo emocional e espiritual na criação dos filhos. “Nosso
objetivo é carinhosamente acolher, apoiar e orientar as mães.
Trabalhamos para que aprendam a vencer seus desafios pessoais e
familiares.”
Atualmente, o projeto atende milhares de mães em
todo o País e conta com o apoio de 1.150 voluntárias. Elas participam de
encontros mensais, trocam experiências, recebem orientações e aprendem a
aplicar os conselhos por meio de tarefas práticas. As atividades
ocorrem em diversas unidades da Universal. Há mulheres que nunca
receberam apoio do pai de seus filhos, viúvas, divorciadas e também
mulheres que dividem a responsabilidade de educar com os pais.
No
processo, Edineia acrescenta que as mães descobrem que autoridade é
diferente de autoritarismo e que o bom uso da palavra provoca resultados
surpreendentes. “Elas também percebem que um gesto de carinho pode
expressar mais do que mil palavras”, conta.
Sem controle
Muitas
mães chegam ao T-amar ao perceber que perderam o controle parcial ou
total sobre os filhos. Em muitos casos, a autoridade delas é ignorada.
Essa era a sensação de Sheila Feijó, de 48 anos, que participou pela
primeira vez de uma reunião do T-amar em Viamão (RS). “Tenho
dificuldades com meu filho mais velho, ele se envolveu com drogas. Fazia
tempo que não conversávamos sem discutir. Atendendo a uma tarefa
sugerida na reunião, decidi fazer um café da manhã para ele e escrevi um
cartão dizendo que o amava e que ele podia contar comigo. Ele está mais
carinhoso e pediu perdão”, diz.
Sheila afirma que o projeto
também está fazendo bem para a relação dela com os outros filhos – uma
jovem de 20 anos e um rapaz de 26 anos – e com o neto, de 11 anos. “Me
renovo a cada encontro e aprendo a ser uma mãe melhor”, ressalta.
Equilíbrio
Lígia
Maria dos Santos, de 32 anos, começou a frequentar as reuniões do
T-amar em meados de 2015, em Del Castilho (RJ). Na época, ela enfrentava
o fim de um casamento de oito anos, a morte da mãe, a depressão do pai e
a demissão no trabalho. Os problemas se refletiam na relação dela com a
filha Laura, de 7 anos. “Tudo isso mexeu com o psicológico e a fala da
Laura. Deixei de brincar com ela, de sorrir.”
As duas já passavam
por tratamento médico, mas a recuperação ainda não era completa. “A
equipe do T-amar é muito unida e me deu carinho e atenção. Reaprendi que
preciso ter momentos para sentar e brincar com a minha filha”, destaca.
Laura conseguiu superar os problemas na fala e melhorou o desempenho
escolar. “Aprendi que posso crescer como mulher e mãe.”
Já
Isonete da Silva, de 34 anos, (foto ao lado)começou a participar das
reuniões do T-amar em São Paulo (SP) porque se sentia sobrecarregada.
Ela cuida sozinha do filho Davi, de 3 anos. “Eu era agressiva, batia e
ele respondia com agressividade, ficava chateado. Hoje eu procuro
conversar, explico as coisas. Ele está mais calmo, mais obediente”,
conclui.
Como participar
Os encontros acontecem todo segundo domingo do mês nas principais capitais do Brasil.
Em São Paulo, capital, eles são realizados no 10º andar do Templo de Salomão, às 15 horas, na Av. Celso Garcia, 605 – Brás.
E
também, na Av. João Dias 1.800 – Santo Amaro, 3º andar, sala do TF
Teen.Confira outros endereços mais próximos de você:
Site:projetotamar.org. Facebook Tel. (11) 3573-3505.
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