RECONHECIDA RECENTEMENTE PELA PSIQUIATRIA, A "GAMOFOBIA" SE CARACTERIZA PELO MEDO MÓRBIDO DE SE CASAR
DISTÚRBIO É LIGADO À ANSIEDADE E ATINGE AMBOS OS SEXOS, MAS INCIDÊNCIA É MAIOR ENTRE OS HOMENS
Medroso? Insensível? Cafajeste? Nada disso. A ciência agora já tem um diagnóstico para aqueles que, só de ouvir falar em casamento, começam a suar frio. O nome da doença, reconhecida pela psiquiatria moderna e caracterizada pelo medo mórbido de se casar, é gamofobia.
"O casamento implica responsabilidades.E eles querem ser adolescentes a vida toda"
(José Carlos Zapellini, psiquiatra)
Segundo especialistas, a causa mais frequente desse distúrbio, que é também um tipo de ansiedade patológica, são as experiências de casamentos fracassados na família ou com alguma pessoa próxima. Quando esse não for o caso, outra razão bastante comum é a falta de maturidade de alguns homens em assumir a idade adulta, transtorno este chamado de Síndrome de Peter Pan e reconhecido pela psiquiatria desde o início dos anos 80.
"A realidade mostra-nos uma expressão significativae crescente de doentes com Gamofobia"(idem)
"O casamento implica responsabilidades. E eles querem ser adolescentes a vida toda", explica o psiquiatra José Carlos Zepellini. Ainda de acordo com Zepellini, não existem pesquisas para quantificar os casos, "mas a realidade mostra-nos uma expressão significativa e crescente de doentes com Gamofobia", diz.
SINTOMAS
Boca seca, irritabilidade, enxaquecas, distúrbios no sono, irregularidades respiratórias e cardíacas, agressividade, falta de paciência, entre outras que o sujeito não domina, são os principais indícios de gamofobia. Esses sintomas surgem dos mecanismos de defesa que todo ser humano tem e que é ativado involuntariamente para protegê-lo das situações que lhe causam medo. "É a mesma coisa que sente, por exemplo, alguém vai prestar uma prova para o vestibular, sofre um assalto ou é ameaçado por um animal perigoso. Nosso organismo se prepara para enfrentar essas situações de estresse e reage naturalmente assim, Com quem tem medo de se casar, é a mesma coisa", diz Zapellini.
TRATAMENTO
A ajuda psicológica é, até o momento, a forma mais eficaz de se livrar do problema. As terapias não medicamentosas são as mais indicadas e que dão os melhores resultados. Com elas, o "gamofóbico" irá compreender que a vida é feita de erros e de aprendizagens e que, com o casamento, é a mesma coisa. Depois de algum tempo, em média seis meses, apesar de variar muito de paciente para paciente, o distúrbio pode ser vencido por meio da descontração e da descoberta dos prazeres da vida conjugal.
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