A fim de mudar completamente a aparência humana, homens e mulheres têm recorrido a bizarras transformações
Com tatuagens verdes, língua bifurcada, alargador na orelha e implantes subcutâneos nas sobrancelhas, Erik Sprague, de 39 anos, conhecido como o "homem-lagarto", chama a atenção por onde passa. O visual exótico, segundo ele, começou ainda na faculdade, quando teve a ideia de utilizar procedimentos corporais de modificação (inicialmente tatuagem) para uma peça de arte corporal. Para alcançar uma diferenciação ainda maior, resolveu usar a modificação definitiva, porque afirma ter sentido um compromisso permanente com a afirmação artística.
Para chegar à modificação atual, Erik passou por cerca de 700 horas de tatuagem, além de implantar de forma subcutânea cinco chifres de teflon acima de cada um dos olhos para formar sulcos com chifres. E mais: quatro dos dentes foram transformados em presas afiadas e a língua foi bifurcada. Mesmo não tendo um registro exato do custo total da modificação corporal, Erik calcula que tenha gasto aproximadamente US$ 250 mil, isso sem contar os serviços realizados gratuitamente ou a custo reduzido.
Sinal de patologia
Maria Luiza Bustamante, chefe do serviço de psicologia aplicada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), explica que os fatores principais que levam um indivíduo a fazer tatuagens, operações plásticas e pequenas modificações no corpo têm sua origem na questão da insegurança.
"A pessoa se sente insegura, não se avalia como bem-sucedida na sua vida e acaba atribuindo à própria imagem a culpa desse insucesso. Isso em menor grau acontece com o cabelo que é crespo e as pessoas alisam, a pessoa que quer emagrecer para se parecer com a personagem da tevê. Então, daí outras coisas podem surgir", aponta.
Para a especialista, casos como o do homem-lagarto, e tantos outros que modificam radicalmente a própria imagem, estão ligados a uma patologia grave que requer tratamento psiquiátrico.
"Quando a pessoa chega a esse ponto, sofre de uma desidentificação; ela vai se deformar ainda mais para ficar parecida com algo que acha ser bom ou que vale a pena. A relação com a família e questões como aceitação e aprovação, principalmente da mãe, são fatores que ajudam a desencadear esse comportamento", explica.
De acordo com o bispo Renato Cardoso, o ser humano é composto por uma trindade: corpo, alma e espírito, e quando a pessoa está vazia espiritualmente, alma e corpo ficam livres e desenfreados para realizar os seus desejos e caprichos, sem limites. "O espírito dá o equilíbrio ao corpo e à alma. Mas quando a pessoa está longe de Deus, o espírito dela fica à deriva e assim se torna escravo da alma e do corpo ao invés de dominá-los. Daí se entende estes extremos de modificações corporais, que, na verdade, são apenas uma variação dos frutos do corpo e da alma. São mais chocantes aos nossos olhos por serem raros, mas não diferentes de outros comportamentos hoje mais aceitos, como a prostituição, os vícios, a sensualidade e outras obras da carne", afirma.
Situações constrangedoras
O representante comercial Claudio Moraes, de 44 anos, tem diversas tatuagens espalhadas pelo corpo. Segundo ele, o cheiro de sangue que sentia enquanto realizava os trabalhos como tatuador lhe dava uma espécie de frenesi. Não demorou a querer se autotatuar. Mas hoje Claudio revela que não pretende fazer outras tatuagens, pois a discriminação é frequente. "Antigamente, as pessoas recriminavam ainda mais. Já passei por diversas situações constrangedoras em locais de trabalho, na rua, com a família. Quando preciso ir ao banco e uso camisa de manga curta, os seguranças logo ficam atentos à minha chegada", conta.
Ele lembra que já foi revistado por conta das tatuagens: "Estava indo buscar minha filha na creche, quando passei numa rua onde havia uma viatura. Eles me revistaram e apontaram para as tatuagens, para saber os significados", diz. Hoje Claudio tenta não se importar com os olhares e evita usar camisas curtas, já que as tatuagens vão até o pulso.
Tatuagem é de Deus?
A imagem ao lado é uma gravura maori de um rosto tatuado, prática comum deste povo. Existem muitas provas arqueológicas afirmando que tatuagens foram feitas no Egito, entre 4 mil e 2 mil a.C.. E também por nativos da Polinésia, Filipinas, Indonésia e Nova Zelândia (maori), que se tatuavam em rituais ligados à religião. A pergunta é: será que as tatuagens criadas e desenvolvidas pelos povos pagãos tinham algum fundamento bíblico? Do ponto de vista espiritual ou histórico, não. Antes, a essência de sua inspiração foi e é satânica, uma vez que contraria os princípios da fé judaica e cristã.
"Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã, desapossareis de diante de vós todos os moradores da terra, destruireis todas as pedras com figura e também todas as suas imagens fundidas e deitareis abaixo todos os seus ídolos..." (Números 33.51-52)
Chama atenção a ordem: "destruireis todas as pedras com figura…" Ora, se Deus mandou destruir as pedras com figuras, por que Ele permitiria que figuras pudessem ser gravadas no corpo humano, que é o templo do Seu Espírito?
O apóstolo João viu os condenados, que serão tatuados com certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte. Essa marca será do nome da besta ou do seu número: 666 (Apocalipse 13.16-18). Isso não é uma tatuagem?
O corpo do servo do Senhor Jesus é o templo do Espírito Santo. Para que tatuá-lo? Qual o seu benefício? (I Coríntios 6.19)
A meu ver, tatuar é querer parecer com os filhos de Baal. Os filhos de Deus não devem jamais querer imitá-los, mesmo que isso contrarie as regras deste mundo podre.
A mensagem sobre a tatuagem é dirigida aos servos que não fizeram nenhuma marca no corpo. O objetivo é alertá-los quanto ao modismo satânico. Entretanto, para os que foram chamados à salvação e já tinham tatuagens, não há qualquer condenação. Se o Espírito de Deus os chamou estando tatuados, quem somos nós para rejeitá-los? Pelo contrário: sejam todos bem-vindos. Quanto a mim, vou continuar lutando até a morte para salvar tantos quanto puder, sejam tatuados ou não.
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