quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

"Triplica o número de mulheres alcoólatras"


EM MENOS DE DUAS DÉCADAS, AVANÇO DO ALCOOLISMO ENTRE MULHERES MAIS DO QUE TRIPLICA, PASSANDO DE 10% PARA 33%; AUMENTO É MAIS SIGNIFICATIVO ENTRE AS JOVENS DE 14 A 17 ANOS UM TERÇO DOS BEBEDORES COMPULSIVOS de todo o mundo é do sexo feminino. No Brasil, dos anos 90 até agora , a participação das mulheres entre a população alcoólatra mais do que triplicou, passando de 10% para 33%. Na faixa entre 14 e 17 anos, 6% das meninas e 10% dos meninos foram classificados como consumidores compulsivos de álcool, o que equivale a cinco doses ou mais ingeridas no mínimo uma vez por semana. Os que bebem cinco doses ou mais de uma a três vezes por mês (ocasionais) são 16% dos garotos e 14% das garotas.

PELO MENOS EM 14 ESTADOS DA FEDERAÇÃO, A PESQUISA MOSTROU que essas jovens começaram a consumir álcool antes dos 15 anos, em casa e por influência dos pais. É também em casa onde elas experimentam pela primeira vez outras substâncias nocivas, como os derivados do tabaco.

OS DADOS SÃO O RESULTADO DE UM ESTUDO ELABORADO PELA Secretaria Nacional Antidrogas em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - batizada de 1º Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira. A pesquisa revelou, também, que o consumo de tabaco e seus derivados, a exemplo do que vem ocorrendo com o álcool, tem crescido mais entre a população feminina.

SEGUNDO EXPLICAM OS PESQUISADORES DA UNIFESP, na concepção dos jovens, incluindo as mulheres, o álcool não é problema, uma vez que é culturalmente aceito e até estimulado o seu uso, assim como o cigarro. "Para eles, bebida e cigarro não trazem danos graves", dizem.

MULHERES SÃO MAIS SENSÍVEIS AOS EFEITOS DO ÁLCOOL

AS MULHERES TÊM MAIS UM MOTIVO PARA SE PREOCUPAREM com o avanço do vício entre o sexo feminino, isso porque ele é biologicamente menos tolerante ao álcool. Conforme explica o médico Drauzio Varella, se forem administradas para dois indivíduos de sexos opostos a mesma dose de álcool, ajustada de acordo com o peso corpóreo, a mulher apresentará níveis alcoólicos mais elevados no sangue. Isso se explica pela maior proporção de tecido gorduroso no corpo das mulheres e por variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo menstrual. "Por essas razões, as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações médicas", diz Varella.

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