quarta-feira, 5 de agosto de 2009

AS FEIAS QUE ME PERDOEM


'AS FEIAS QUE ME PERDOEM, MAS BELEZA É FUNDAMENTAL':QUEM PENSA ASSIM É PRECONCEITUOSO, REALISTA OU ILUDIDO?O conceito de beleza não é algo estático, imutável. Longe disso, o belo varia de tempos em tempos e, a cada novo padrão estabelecido, trava-se uma guerra quase doentia para conquistá-lo. Durante a Renascença, por exemplo, a beleza estava diretamente associada ao que hoje é rejeitado, ou seja, às formas roliças e volumosas. A mulher que deixava à mostra o tecido adiposo transbordar era objeto de desejo e devoção. Nas artes, Renoir retratou a beleza feminina ao pintar mulheres gordas deitadas na relva. Monet é outro bom exemplo de exaltação àquilo que, hoje, deixou de ser belo e virou motivo de chacota. Sua obra está recheada de mulheres ‘arrojadas fisicamente’. Não importa qual seja o modelo de beleza exigido por uma época, o importante é estar adaptado a ele. Essa é a regra social. Foi assim sempre e assim continuará a ser. Hoje, no entanto, com as novas tecnologias e a ascensão do mercado de cosméticos, alcançar o padrão de beleza exige apenas um pouco de disposição e a um bocado de dinheiro. Algumas clínicas de estética de São Paulo chegam a cobrar até R$8 mil por um tratamento de cabelo e pele. As expressões faciais podem ser amenizadas por pouco mais de R$1 mil. E, para quem deseja abandonar de vez a Renascença, o mercado oferece as lipoaspirações por preços convidativos. Bastam dinheiro e um pouquinho de coragem. Mas para muita gente, principalmente no Brasil, a preocupação com os custos é algo totalmente secundário. Prova disso é que o País já é o terceiro do mundo em número de cirurgias plásticas realizadas com fins corretivos ou por simples vaidade. À frente dele, só mesmo México e Estados Unidos, responsável por cerca de quase 17% de todas as cirurgias plásticas realizadas no mundo. O Brasil abocanha 9%. E, em tempos em que beleza e perfeição suplantam até mesmo outras características como a maturidade intelectual e o bom senso, nem mesmo crianças e adolescentes fogem ao modismo das plásticas. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cada ano o Brasil realiza cerca de 30 mil cirurgias plásticas em crianças e jovens de até 17 anos. Todas por motivos meramente estéticos. Isso significa que 10% das pessoas que se submetem a tais intervenções estéticas ainda não atingiram a maioridade, uma vez que o total anual dessas cirurgias gira em torno dos 300 mil. E os números não param de crescer.

2 comentários:

  1. Éééééééééé...! Pena que não dá para fazer plástica na consciência... Tudo muda através dos tempos, contudo a futilidade permanece. Até quando? Boa a matéria, com bom conteúdo, que desperta a reflexão. Lourdes. Deus abençoe a todos.

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