quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ele aliciava mulheres para prostituição e o tráfico.

História de Sidnei mostra que não importa o passado, é possível ser diferente, mesmo quando o ambiente não é favorável







Quem chega à Universal de Guaíra, cidade paranaense na fronteira do Brasil com o Paraguai, e vê Sidnei Castelhano, 38 anos, ao lado de sua esposa, Miriam, 35 anos, feliz e casado há mais de uma década, não é capaz de imaginar o que ele viveu.


Natural de Curitiba (PR), Sidnei é o segundo dos quatro filhos de uma manicure e um lanterneiro, ambos alcoólatras. A violência doméstica foi uma constante durante a infância do menino, que via o pai espancar a mãe e seus irmãos. Ele também não escapava das agressões. Ao contrário, por ter herdado os traços indígenas da mãe, apanhava em dobro do pai.


Vivendo de bicos e com uma renda insuficiente para manter um aluguel, a família viva do favor de parentes e amigos, mudando de endereço toda vez que o pai bebia demais e exagerava nos espancamentos.


Morador de rua e traficante


Com câncer, a mãe de Sidnei precisou ser submetida a uma cirurgia de estômago. Tudo parecia bem, mas ao fazer um exame de rotina, ela passou mal e acabou falecendo, vítima de parada cardíaca.


Nos meses seguintes a morte da mãe, as agressões por parte do pai só aumentaram. E durante uma das surras, o jovem Sidnei acabou sofrendo um descolamento de retina e, pela primeira vez, decidiu revidar as agressões paternas. Ainda embriagado, o pai apontou uma arma de fogo para a cabeça do rapaz, dando-lhe como alternativas sair de casa ou a morte.


Adolescente, desempregado e sem instrução, Sidnei se tornou morador de rua. Aos 16 anos, conseguiu um emprego como garçom em um restaurante no centro de Curitiba. Porém, o restaurante fechou e ele passou a trabalhar como guardador de carros em frente a uma boate.


Nas ruas, Índio, como era conhecido pelos amigos por causa dos cabelos compridos e das tatuagens, logo estava envolvido com o submundo do tráfico e da prostituição, tornando-se um temido cafetão. A maconha e cocaína lhe proporcionavam um prazer passageiro. E assim como o pai, ele também passou a beber exageradamente, envolvendo-se em brigas por causa de drogas.


“Já que Deus não me quis, o diabo me quer”, pensava ele, que sentia dentro de si um vazio inexplicável.


Reencontro transformador


Sidnei relembra que a semente da mudança foi plantada em seu coração por uma prostituta com quem morou durante um tempo. Ela insistia para que ele abandonasse aquela vida desrregrada e de vícios.


Foi o conselho da antiga companheira, martelando em sua mente, que fez com que Sidnei decidisse, mesmo sem muita convicção, a entrar e assistir a uma reunião na Universal. O jovem que esperava a rejeição das pessoas por sua aparência, surpreendeu-se ao ser recebido de forma acolhedora e mais ainda ao reencontrar a irmã caçula, Cristina, que era voluntária na Universal. Foi ela quem o incentivou a participar regularmente dos encontros e a colocar em prática o que ouvia nas reuniões.


Aos poucos, a vida do rapaz foi se transformando. Ele pediu demissão da boate e passou a trabalhar como carregador de caixas no mercado municipal. Cortou os cabelos e buscou esquecer o passado, perdoando o pai, que passou por uma clínica de reabilitação e chegou a morar com Sidnei durante um período. Em pouco tempo, ele estava casado com Miriam e ambos passaram a ser voluntários na Universal. Certo dia o bispo Renato Maduro chamou o casal para conversar e convidou Sidnei para ser pastor. Hoje, ele é o responsável regional pelo trabalho evangelístico em Guaíra.

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