sábado, 23 de fevereiro de 2013

Receita da felicidade



A herança genética que passa de pai para filho, somada a boas ações e à interferência do ambiente em que se vive, é a fórmula para ser feliz, afirmam cientistas


Considerada objetivo fundamental do homem pela Organização das Nações Unidas (ONU), a felicidade ganha cada vez mais contornos científicos e passa a ser estudada como uma característica da personalidade humana. Especialistas garantem que ela pode ser compreendida como a combinação entre sensações positivas e ausência de sentimentos negativos. E pode ser aprendida, assim como se aprende a andar de bicicleta.

Manter laços de amizade, ser solidário, praticar boas ações e traçar metas e objetivos são ingredientes para garantir o sucesso desta tão almejada receita. A ciência já mostrou que uma parte da configuração emocional das pessoas é genética, passada de pais para filhos. Pesquisa realizada pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, avaliou 837 pares de irmãos gêmeos para comprovar que essa herança é mais determinante no grau de felicidade alcançada do que o ambiente em que se vive.

O objetivo da pesquisa liderada pelo psicólogo Timothy Bates foi comparar gêmeos univitelinos (idênticos) e bivitelinos para identificar a influência do DNA. Ele descobriu que os genes que agem sobre o bem-estar são os mesmos que atuam na formação da personalidade.

Mas as condições externas também desempenham um papel relevante. “Acima de tudo, podemos intencionalmente nos engajar em atividades que aumentem essa sensação de bem-estar”, afirma a antropóloga e psicóloga norte-americana Susan Andrews, autora do livro “A ciência de ser feliz”. A soma da genética com atividades intencionais, mais a interferência do ambiente em que se vive resulta em felicidade. É o que afirma a fórmula criada por cientistas. (Veja arte abaixo).


Susan explica que a prática de boas ações ativa os mesmos centros de prazer no cérebro que são estimulados por comida e sexo, especialmente se a pessoa praticar a ação sem esperar nada em troca. “Depois de ter as necessidades básicas satisfeitas, a felicidade duradoura deriva da sensação de se dedicar a algo maior que si próprio. Ter um significado na vida, uma crença em algo maior. Essa sensação traz mais satisfação do que o dinheiro pode comprar.”

Mas há quem diga que o dinheiro é primordial. Um estudo feito pela consultoria Skandia International apontou que a riqueza é considerada importante para a satisfação pessoal. A pesquisa foi realizada em 13 países, incluindo o Brasil, e contou com a participação de 5 mil pessoas. Para os brasileiros, a felicidade se resume a uma renda de US$ 143,650 mil por ano, o equivalente a R$ 302 mil ou cerca de R$ 25 mil mensais. A média global foi de US$ 161,810 mil (pouco mais de R$ 28 mil por mês). Ao todo, 80% dos entrevistados atribuíram a felicidade ao dinheiro. No Brasil, 93% dos entrevistados acreditam nisso.

O auxiliar administrativo Thiago de Souza Rocha, de 21 anos, acredita que 50% da felicidade pode, sim, ser atribuída ao dinheiro. “Precisamos das coisas materiais para viver. Para mim, falta um emprego para que eu me sinta realmente pleno. Mas sei que isso não é o único motivo para a felicidade”, admite.

O aposentado Aguinaldo Duarte, de 64 anos, discorda da pesquisa e garante que felicidade não é uma questão de dinheiro. “Não adianta ser rico se você não tem saúde. Também não adianta ser feliz de forma isolada. Ninguém é feliz sozinho”, acredita.

Na opinião do vendedor Daniel Rodrigo de Oliveira, de 27 anos, as pessoas estão sempre em busca de algo mais. “A gente sempre acha que falta algo em nossas vidas, mas essa felicidade não está nem na beleza, nem no dinheiro. Está na conquista das metas”, diz ele.

A terapeuta e especialista em comportamento Margareth Signorelli ressalta que a felicidade vem de dentro para fora. “Gastos cobertos e contas pagas podem dar tranquilidade e essa tranquilidade faz parte de ser feliz, mas não apenas ela. Existem vários milionários que consomem grande quantidade de antidepressivos”, ratifica.

Margareth esclarece que traçar metas é importante, mas é preciso ter consciência de que possíveis barreiras podem surgir no caminho. Segundo ela, a cada obstáculo é preciso fazer a seguinte pergunta: “O que eu tenho que experimentar nesta situação difícil?” Dessa forma, explica a terapeuta, o obstáculo deixa de ser motivo de frustração ou tristeza. “Se transforma em desafio.”

Foi no ano passado que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a data 20 de março como o Dia Internacional da Felicidade. Na ocasião, apresentou o “Relatório Global da Felicidade” e revelou que Dinamarca, Noruega e Finlândia lideram o ranking dos países mais felizes. O Brasil ficou na 25ª posição.

Os critérios levados em consideração foram riqueza, liberdade política, redes sociais fortes e ausência de corrupção. A proposta da ONU é chamar a atenção para a elaboração de políticas públicas que incluam a felicidade nas diretrizes de desenvolvimento dos países.

No Brasil, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) está em discussão no Senado e pretende vincular os direitos sociais à realização da felicidade coletiva. Com a mudança, o artigo 6º da Constituição acrescentaria a felicidade à lista dos direitos sociais dos brasileiros (educação, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados).

Ações de mobilização social em prol da felicidade já existem. O Instituto Visão Futuro, sediado em Porangaba (SP) elabora metodologias para sensibilizar a população sobre a importância da felicidade para o progresso. A proposta é fazer valer a Felicidade Interna Bruta (FIB), um indicador de desenvolvimento criado pelo país asiático Butão, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Leia box na página 13).

“O movimento FIB capacita as lideranças locais, especialmente os jovens, para a gestão do processo de desenvolvimento sustentável. Isso nos leva à elaboração de planos de ação, que são executados por meio de parcerias entre sociedade civil, governos, empresas e universidades”, diz a antropóloga Susan, embaixadora do FIB no Brasil.

Um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que o grau de felicidade da população brasileira é de 7,1, numa escala de 0 a 10. Cerca de 2 mil pessoas foram ouvidas. O Nordeste foi a região que obteve a maior nota, seguida pelo Centro-Oeste, Sul e Norte. O Sudeste teve a nota mais baixa.

Para a estudante paulistana Paloma Moraes, de 20 anos, a felicidade é uma certeza. “É saber que as pessoas que eu gosto estão bem. Acredito na lei do retorno. O que a gente faz de bem volta para a gente.”

A psicóloga Sonja Lyubomirsky, professora da Universidade da California (EUA), explica em seu livro “A ciência da felicidade” que as ações intencionais, determinadas pela própria vontade, oferecem as melhores perspectivas para aumentar a satisfação. “A felicidade não é um golpe de sorte. Temos o poder de transformá-la por nós mesmos.”

Qualidade de vida, o melhor indicador


O FIB, sigla para Felicidade Interna Bruta, é um indicador capaz de medir o progresso de uma nação por meio da qualidade de vida das pessoas e da preservação do meio ambiente. Foi criado pelo Butão, pequeno país localizado na Cordilheira do Himalaia (Ásia), onde, além do Produto Interno Bruto (PIB), o governo utiliza o FIB para medir o desenvolvimento do local.

O indicador analisa os fatores que conduzem à felicidade e se baseia na premissa de que o objetivo de uma sociedade não é apenas a economia, mas a integração do desenvolvimento material, psicológico, cultural e espiritual. “Essa metodologia promove um diagnóstico para identificar as potencialidades e vulnerabilidades de uma comunidade em nove dimensões: padrão de vida, educação, cultura, bem-estar psicológico, meio ambiente, governança, saúde, vitalidade comunitária e uso equilibrado do tempo”, explica a antropóloga norte-americana Susan Andrews, que coordena o FIB no Brasil, onde mora há duas décadas.

Em território brasileiro, o FIB propõe a mobilização social para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes, com metodologia criada pelo Instituto Visão do Futuro – sediado em Porangaba (SP) – fundado e dirigido por Susan. Começa com a sensibilização das comunidades locais e o desenvolvimento da iniciativa e participação da população. “Isso conduz à elaboração de planos de ação que são executados por meio de parcerias entre a sociedade civil, os governos, as empresas e as universidades. O movimento FIB capacita as lideranças locais, especialmente os jovens, para a gestão do processo de desenvolvimento sustentável.”

Projetos-piloto foram implementados em cooperação com as prefeituras de Angatuba, Itapetininga e Campinas, no Estado de São Paulo, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e em Rajadinha, no Distrito Federal. Susan revela que o projeto será implementado ainda este ano nas cidades de Fortaleza (CE) e no Rio de Janeiro (RJ).

Nutrientes essenciais

O consumo de alguns alimentos pode contribuir para espantar a tristeza e promover a sensação de prazer. Banana, chocolate amargo, aveia, grão-debico, espinafre, salmão, batata doce, mandioca, mandioquinha e cereais integrais compõem o cardápio da felicidade e são indispensáveis em qualquer refeição.

“Esses alimentos fornecem nutrientes essenciais para a formação da serotonina, que é um neurotransmissor que atua no cérebro e promove a sensação de bem-estar”, explica a nutricionista funcional Karin Paciulo, do Instituto RV, em São Paulo. Ao menos um desses alimentos deve ser consumido todos os dias, fazendo parte de uma dieta balanceada.

A especialista ressalta que existem alimentos que podem causar um efeito contrário no organismo. “O consumo excessivo de açúcar, gorduras trans e saturadas, cafeína e alimentos industrializados ricos em aditivos químicos, com certeza, aumentam a irritabilidade e o mau humor, podendo levar a quadros de desânimo e até depressão.”

"A verdadeira felicidade é ter o Senhor Jesus"

“A busca intensa pela felicidade, consciente ou inconsciente, faz parte da essência de todo ser humano.Você conhece alguém que diga ‘eu não desejo ser feliz’? Acredito sinceramente que não. E nesta busca incansável, muitos se envolvem com pessoas erradas, trilham caminhos errados, fazem escolhas erradas, alegando sempre estarem tentando. Outros tantos desistem e se rendem aos fracassos obtidos, confessando que a felicidade não existe e que é um privilégio de poucos.

Mas o que muitos não sabem é que a verdadeira felicidade existe, sim, e pode ser alcançada por todos, independentemente da idade, sexo, raça, cor ou classe social. O Senhor Jesus disse: ‘Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, (Atos1:8)’. Este poder nos capacita para enfrentarmos todos os problemas que surgem no nosso dia a dia, pois ninguém está livre de situações difíceis, que nos causam dor e tristeza. Porém, quando se tem a Presença do Espírito Santo (a verdadeira felicidade), então somos capazes de superarmos tudo e vencermos.

É evidente que as conquistas produzem momentos felizes: quando a pessoa se casa, quando se forma, quando se realiza profissionalmente etc. Mas nenhuma dessas conquistas é suficiente para nos fazer plenamente felizes, pois a verdadeira felicidade só é obtida quando se tem o Senhor Jesus como o primeiro em sua vida.”

Bispo Sidnei Marques, responsável pelo trabalho evangelístico da IURD no Brás (SP) – Futuro Templo de Salomã
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