sábado, 5 de maio de 2012

DISPUTA POR AMOR

"A DISPUTA POR UM AMOR É, ANTES DE TUDO, UMA DISPUTA ENTRE RAZÃO E EMOÇÃO", DIZ JEFF LOWER, PESQUISADOR DO LOVEHURTS


QUESTIONADO SOBRE A QUAL DOS SENTIMENTOS DEVE-SE DAR OUVIDO, LOWER É CATEGÓRICO: "NÃO EXISTE UMA RESPOSTA LÓGICA, NÃO ESTAMOS TRATANDO DE UMA CIÊNCIA EXATA"

Quem nunca disputou um grande amor, mesmo que a disputa fosse vã e o amor, platônico? Quem nunca lutou com todas as forças, competiu contra outros e contra a si mesmo e sofreu solitariamente? Quem nunca se deixou levar por um relacionamento absolutamente impossível e infrutífero? Nessas horas, o senso comum diz que o amor é cego, e que a pessoa apaixonada perde por completo a razão. Mas será que, por mais conflituosa que possa parecer a circunstância, não resta outro caminho que não seja o da frustração de um sonho impossível? Afinal, a quem dar ouvidos? À razão ou à emoção?

"O SER HUMANO É UM ABISMO DE SURPRESAS"
(Jeff Lower, pesquisador do Lovehurts)

Segundo pesquisadores ingleses do Instituto Lovehurts, especializado em relações humanas, emoção e razão são dois conceitos complementares e que, portanto, não devem ser administrados ou sentidos de forma individualizada, apesar de algumas pessoas deixarem mais à mostra um lado do que outro, o que, de acordo com os estudiosos, está longe de ser uma qualidade. "A emoção pede a você que se entregue a um amor descabido. Mas aí vem a lógica e lhe avisa que agir assim não será bom, e ouvi-la pode evitar o sofrimento", aconselha Jeff Lower, do Loverhurts.

"QUEM SE ATREVE A EXPLICAR O QUE NEM A LÓGICA, NEM O AMOR EXPLICA?"
(Jeff Lower)

Lower explica que o binômio razão/emoção deve funcionar de modo parecido com o empregado na hora de atravessar uma rua movimentada. Se você está com pressa, a emoção pede que se atravesse no meio dos carros, a fim de atingir o outro lado da rua o mais rápido possível, afinal, essa é a primeira e mais instigante vontade que surge. Ao mesmo tempo, a razão entra em ação. E é partir dela que iremos calcular a velocidade desenvolvida pelos carros e pelo própria pedestre, para saber se a travessia será segura ou trará prejuízos à integridade física. Só a partir da ponderação dessas duas análises é que a decisão será tomada.

"O AMOR PODE SURPREENDER, MESMO QUANDO NÃO ADMINISTRADO SOB OS CONSELHOS DA LÓGICA"
(Jeff Lower)

"Com o coração acontece a mesma coisa", explica o pesquisador. "É preciso avaliar os riscos, pois nem sempre atravessar a rua das emoções é garantia de chegar ao outro lado a salvo. Mas como o amor tem razões que a própria razão desconhece, não raro ele pode surpreender mesmo quando não é administrado sob os conselhos da lógica".

"QUEM NUNCA DISPUTOU UM AMOR,
MESMO QUE A DISPUTA
FOSSE VÃ E O AMOR, PLATÔNICO?"

Interrogado sobre como explicar os casos em que a pessoa agiu exclusivamente pela emoção e teve êxito, Lowe diz que, às vezes, é preciso deixar a filosofia e a lógica de lado. "Não estamos tratando de uma ciência exata. O ser humano é um abismo de surpresas. Quem se atreve a explicar o que nem a lógica, nem o amor explica?", indaga.

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