QUESTIONADO SOBRE A QUAL DOS SENTIMENTOS DEVE-SE
DAR OUVIDO, LOWER É CATEGÓRICO: "NÃO EXISTE UMA RESPOSTA LÓGICA, NÃO
ESTAMOS TRATANDO DE UMA CIÊNCIA EXATA"
Quem nunca disputou um grande amor, mesmo que a
disputa fosse vã e o amor, platônico? Quem nunca lutou com todas as
forças, competiu contra outros e contra a si mesmo e sofreu
solitariamente? Quem nunca se deixou levar por um relacionamento
absolutamente impossível e infrutífero? Nessas horas, o senso comum diz
que o amor é cego, e que a pessoa apaixonada perde por completo a razão.
Mas será que, por mais conflituosa que possa parecer a circunstância,
não resta outro caminho que não seja o da frustração de um sonho
impossível? Afinal, a quem dar ouvidos? À razão ou à emoção?
"O SER HUMANO É UM ABISMO DE SURPRESAS"
(Jeff Lower, pesquisador do Lovehurts)
Segundo pesquisadores
ingleses do Instituto Lovehurts, especializado em relações humanas,
emoção e razão são dois conceitos complementares e que, portanto, não
devem ser administrados ou sentidos de forma individualizada, apesar de
algumas pessoas deixarem mais à mostra um lado do que outro, o que, de
acordo com os estudiosos, está longe de ser uma qualidade. "A emoção
pede a você que se entregue a um amor descabido. Mas aí vem a lógica e
lhe avisa que agir assim não será bom, e ouvi-la pode evitar o
sofrimento", aconselha Jeff Lower, do Loverhurts.
"QUEM SE ATREVE A EXPLICAR O QUE NEM A LÓGICA, NEM O AMOR EXPLICA?"
(Jeff Lower)
Lower explica que o
binômio razão/emoção deve funcionar de modo parecido com o empregado na
hora de atravessar uma rua movimentada. Se você está com pressa, a
emoção pede que se atravesse no meio dos carros, a fim de atingir o
outro lado da rua o mais rápido possível, afinal, essa é a primeira e
mais instigante vontade que surge. Ao mesmo tempo, a razão entra em
ação. E é partir dela que iremos calcular a velocidade desenvolvida
pelos carros e pelo própria pedestre, para saber se a travessia será
segura ou trará prejuízos à integridade física. Só a partir da
ponderação dessas duas análises é que a decisão será tomada.
"O AMOR PODE SURPREENDER, MESMO QUANDO NÃO ADMINISTRADO SOB OS CONSELHOS DA LÓGICA"
(Jeff Lower)
"Com o coração acontece a
mesma coisa", explica o pesquisador. "É preciso avaliar os riscos, pois
nem sempre atravessar a rua das emoções é garantia de chegar ao outro
lado a salvo. Mas como o amor tem razões que a própria razão desconhece,
não raro ele pode surpreender mesmo quando não é administrado sob os
conselhos da lógica".
"QUEM NUNCA DISPUTOU UM AMOR,
MESMO QUE A DISPUTA
FOSSE VÃ E O AMOR, PLATÔNICO?"
Interrogado sobre como
explicar os casos em que a pessoa agiu exclusivamente pela emoção e teve
êxito, Lowe diz que, às vezes, é preciso deixar a filosofia e a lógica
de lado. "Não estamos tratando de uma ciência exata. O ser humano é um
abismo de surpresas. Quem se atreve a explicar o que nem a lógica, nem o
amor explica?", indaga.
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