QUANDO ANALISADAS APENAS AS MULHERES, A SITUAÇÃO SE
INVERTE; ELAS ESTÃO TRAINDO MAIS, TANTO NO BRASIL QUANTO NO RESTANTE DO
MUNDO OCIDENTAL
Uma recente pesquisa dirigida por uma das mais
conhecidas especialistas em separações conjugais dos Estados Unidos,
Emily Brown, diretora do Key Bridge Therapy and Mediation Center em
Arlington, mostrou que cerca de 60% das americanas têm um ou mais
relacionamentos extraconjugais. Praticamente o mesmo cenário se repete
entre os homens: aproximadamente 65% relatam manter algum tipo de
relação afetiva fora do casamento.
No Brasil, ao contrário do que se imagina, os casos
de traição conjugal vêm diminuindo nos últimos anos. Segundo o
psiquiatra Gley Costa, a infidelidade dos brasileiros é mais comum em
momentos em que os casais passam por momentos que ele chama de
"desajustes" ou "crises", diferentemente dos americanos, que traem mesmo
quando tudo parece estar bem. Apenas 20% dos 4.500 brasileiros ouvidos,
incluindo homens e mulheres, confessaram manter relações extraconjugais
mesmo quando o casamento não está em crise.
TRAIÇÃO FEMININA EM ALTA
Apesar de as pesquisas mostrarem que os brasileiros
são mais fiéis que os americanos, Gley Costa, por meio de uma pesquisa
desenvolvida em parceria com o Projeto Sexualidade da Universidade de
São Paulo (Prosex), que ouviu 3 mil pessoas em vários estados
brasileiros, concluiu que, apesar da queda geral de traições, quando
analisado apenas o comportamento feminino a situação se inverte: elas
estão traindo mais. Atualmente, elas representam cerca de 52% dos
integrantes dos declarados infiéis.
DESCOBERTAS E REAÇÕES
Ainda de acordo com Costa, a reação ao descobrir que
se está sendo traído pouco mudou ao longo dos anos. "O homem se sente
envergonhado e tem sua masculinidade diretamente atingida e até
diminuída, enquanto as mulheres partem para a briga e questionam sua
capacidade de amar", explica.
Com relação ao perdão, elas continuam sendo mais
toleráveis. Aproximadamente 70% delas disseram que perdoariam o parceiro
por traição, contra apenas cerca de 30% deles. Além da tolerância maior
à infidelidade, a pesquisa mostrou que elas também são mais habilidosas
na hora de esconder que têm outra pessoa. "Os homens são bem menos
cuidadosos, talvez por questões culturais. Eles são ensinados desde
crianças que é homem trai mesmo, e até que é ‘qualidade’ agir assim",
diz Costa
CIÚMES
Quando o assunto é o ciúme, no entanto, o quadro se
inverte. As mulheres não conseguem esconder o que estão sentindo. "O
ciúme é sempre mais evidente nelas, ao contrário dos homens, que
conseguem administrar bem melhor essa emoção", diz Costa. Com relação a
qual sexo é mais atingido pelo ciúme, as pesquisas mostram que homens e
mulheres são atingidos por ele quase que na mesma proporção.
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