quinta-feira, 3 de maio de 2012

A proteção nas mãos delas

SUS inicia distribuição de 20 milhões de camisinhas femininas para grupo de mulheres vulneráveis
Em tempos modernos, as mulheres adquiriram muitos direitos sobre o próprio corpo. A maior representação disso foi a chegada da primeira pílula anticoncepcional no mercado, em meados da década de 1960, que permitiu que elas assumissem o controle do planejamento familiar.


Hoje, a camisinha feminina é um dos únicos métodos que confere independência total às mulheres que não conseguem negociar o uso do preservativo com o parceiro e, principalmente, para as que sofrem algum tipo de violência doméstica ou sexual.


Com esse objetivo, o governo federal começa a distribuir agora em maio o primeiro lote de 20 milhões de preservativos femininos. A distribuição não é geral e foca justamente as mulheres mais vulneráveis. Além das já citadas, profissionais do sexo, as que vivem ou convivem com o vírus da aids, usuárias de drogas, as que têm algum tipo de doença sexualmente transmissível e as de baixa renda também poderão retirar gratuitamente o preservativo na rede pública.


"É para isso que ela serve, para colocar nas mãos das mulheres a capacidade de se proteger", destaca a médica Carolina Ambrogini, que é ginecologista, obstetra e sexóloga.


Com relação à proteção, os benefícios da camisinha feminina são os mesmos da masculina: protege contra o HIV, outras infecções sexualmente transmissíveis e do vírus da hepatite, além de evitar uma gravidez indesejada. "A diferença é que ela é introduzida pela mulher no canal vaginal", explica Carolina. Segundo a ginecologista, diferentemente do masculino, o preservativo feminino pode ser colocado até 8 horas antes da relação sexual. "É muito simples e rápido. Existem vários vídeos na internet que ensinam a usar. A colocação é igual a do absorvente íntimo. A camisinha não sai durante a relação e não causa desconforto", completa.


Apesar das afirmações da médica, a camisinha feminina ainda é envolta em preconceitos. ‘É feia’, ‘é grande’, ‘incomoda’, ‘é difícil de colocar’ são algumas das reclamações mais comuns entre as mulheres, mesmo entre as que nunca utilizaram o preservativo feminino. "A melhor maneira de lidar com o preconceito é se informando, buscando relatos de quem já usou. É importante as mulheres pensarem antes na própria proteção, em se cuidar", pontua Carolina.

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