SUS inicia distribuição de 20 milhões de camisinhas femininas para grupo de mulheres vulneráveis
Em
tempos modernos, as mulheres adquiriram muitos direitos sobre o próprio
corpo. A maior representação disso foi a chegada da primeira pílula
anticoncepcional no mercado, em meados da década de 1960, que permitiu
que elas assumissem o controle do planejamento familiar.
Hoje, a camisinha feminina é um dos
únicos métodos que confere independência total às mulheres que não
conseguem negociar o uso do preservativo com o parceiro e,
principalmente, para as que sofrem algum tipo de violência doméstica ou
sexual.
Com esse
objetivo, o governo federal começa a distribuir agora em maio o primeiro
lote de 20 milhões de preservativos femininos. A distribuição não é
geral e foca justamente as mulheres mais vulneráveis. Além das já
citadas, profissionais do sexo, as que vivem ou convivem com o vírus da
aids, usuárias de drogas, as que têm algum tipo de doença sexualmente
transmissível e as de baixa renda também poderão retirar gratuitamente o
preservativo na rede pública.
"É para isso
que ela serve, para colocar nas mãos das mulheres a capacidade de se
proteger", destaca a médica Carolina Ambrogini, que é ginecologista,
obstetra e sexóloga.
Com relação à
proteção, os benefícios da camisinha feminina são os mesmos da
masculina: protege contra o HIV, outras infecções sexualmente
transmissíveis e do vírus da hepatite, além de evitar uma gravidez
indesejada. "A diferença é que ela é introduzida pela mulher no canal
vaginal", explica Carolina. Segundo a ginecologista, diferentemente do
masculino, o preservativo feminino pode ser colocado até 8 horas antes
da relação sexual. "É muito simples e rápido. Existem vários vídeos na
internet que ensinam a usar. A colocação é igual a do absorvente íntimo.
A camisinha não sai durante a relação e não causa desconforto",
completa.
Apesar das
afirmações da médica, a camisinha feminina ainda é envolta em
preconceitos. ‘É feia’, ‘é grande’, ‘incomoda’, ‘é difícil de colocar’
são algumas das reclamações mais comuns entre as mulheres, mesmo entre
as que nunca utilizaram o preservativo feminino. "A melhor maneira de
lidar com o preconceito é se informando, buscando relatos de quem já
usou. É importante as mulheres pensarem antes na própria proteção, em se
cuidar", pontua Carolina.
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