FAMOSOS E MÍDIA: UMA RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA, AMOR E ÓDIO MÚTUOS QUE PERDURA HÁ MAIS DE 2 SÉCULOS. E SEM NENHUMA PREVISÃO PARA ACABAR.
MUITO SE TEM FALADO SOBRE A ETERNA RELAÇÃO DE AMOR E ÓDIO ENTRE A MÍDIA E OS FAMOSOS. E uma questão que ainda dá muito que falar é: hoje, vive-se uma época em que predomina a falta de ética dos famosos e da sociedade em geral ou são os meios de comunicação que precisam acalmar os ânimos?
DIFERENTEMENTE DO QUE A MAIORIA IMAGINA, ESSA ONDE DE ESCÂNDALOS fartamente explorada pela mídia, não é um fenômeno da atualidade. O primeiro jornal publicado no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro, que entrou em circulação dia 10 de setembro de 1808, tinha só quatro páginas, todas elas dedicadas exclusivamente ao mundo da fama. Semanalmente, era possível à população ficar por dentro do estado de saúde de cada um dos príncipes da Europa, por exemplo. Assim nasceu a famosa revista 'Caras', uma das mais populares no Brasil. A moda pegou. A popularidade, o interesse por bisbilhotar a vida alheia e os escândalos do mundo da fama, cada vez mais inusitados, também.
A PERIODICIDADE COM QUE ESSES ESCÂNDALOS OCORREM NESSE MEIO, aliada à farta exploração desses casos por parte da mídia, acabaram por produzir uma espécie de anestesia pública. São raros os episódios capazes de causar espanto popular. Nada mais choca.
FAMOSOS QUE SE ENVOLVEM COM BEBIDAS, DROGAS E SEXO não convencional passaram a não surpreender tanto. Em determinadas situações socioculturais, contribuíram até mesmo para reforçar a aura de libertário dos envolvidos, como aconteceu com os "rebeldes" Beatles, ou então com o músico Gilberto Gil, presos por posse de maconha numa época em que isso era visto como ato heroico.
FATO É QUE, TANTO A MÍDIA GLOBALIZADA QUANTO AS CELEBRIDADES ENVOLTAS EM ESCÂNDALOS têm o poder de influenciar diretamente o comportamento social. Com maior ou menor intensidade, eles ditam regras, apontam o que é certo e o que é errado, e podem até mesmo inverter esses conceitos. Portanto, mesmo que seja uma aspiração utópica, é preciso que haja bom senso de ambos os lados, pois, do contrário, e principalmente nas sociedades em fase inicial de desenvolvimento, a mídia e suas personalidades podem funcionar não como ferramentas a serviço do povo, mas como máquinas repressoras e destrutivas.
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