domingo, 4 de dezembro de 2011

Fim do silêncio

Passeatas em todo o Brasil e no mundo, com apoio direto de diversos grupos da Igreja Universal, mobilizam mulheres e conscientizam sociedade sobre violência doméstica

Ivonete Soares

Ivonete.soares@folhauniversal.com.br


No último dia 26, milhares de voluntárias em todo o Brasil e em diversos países do mundo, realizaram o evento “Rompendo o Silêncio”, idealizado pela escritora Cristiane Cardoso.


Com o objetivo de alertar o mundo sobre os riscos da violência doméstica e o perigo de calar-se, já que, somente no Brasil, a cada 15 minutos, uma mulher é morta vítima desta violência, diversos movimentos aconteceram no decorrer do dia, com o total apoio dos grupos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD): Sisterhood, A Mulher V, Força Jovem Brasil (FJB) e AMC (Associação de Mulheres Cristãs).



Em São Paulo, milhares de mulheres saíram do Largo da Concórdia, na região do Brás (centro da capital paulista), e seguiram pela Avenida Celso Garcia até o número 499, onde está localizado o Cenáculo do Espírito Santo.


Durante a caminhada, de aproximadamente um quilômetro, a avenida ficou tomada por mulheres. Além de rosas e convites, elas também entregaram uma cartilha contendo informações sobre a Lei Maria da Penha (11.340/2006), que assegura à mulher o direito à integridade física, psíquica, sexual e moral.


Transeuntes e motoristas foram convidados a participar de uma palestra especial no Cenáculo do Brás, que aconteceu momentos depois, com a promotora de Justiça, Eliana Passarelli, conhecida em todo o País, especialmente pela sua postura enérgica. “Infelizmente, apenas 10% das que sofrem agressão têm coragem de denunciar. Isso porque falta o conhecimento. Mas, quando elas decide agir, obtêm uma reestruturação diante da posição que ocupam dentro da própria família”, disse, em um dos momentos da palestra.


Maria da Penha


No Ceará, Maria da Penha – que deu origem à lei e foi vítima de um caso real de violência doméstica e familiar – participou do evento e ministrou palestra no Cenáculo da capital, em Fortaleza. Ela, que ficou paraplégica após o ex-marido ter tentado matá-la em 1983, parabenizou os organizadores pela iniciativa. “São estes movimentos que possibilitam mais mulheres de tomarem conhecimento sobre a lei que as protege e isto contribui para a cultura de paz no Brasil”, defendeu, lembrando, durante a palestra, do terror vivido ao lado do, então, marido, e da luta pela justiça, conquistada devido à intervenção internacional da Organização dos Direitos Humanos.


Para a idealizadora do evento, Cristiane Cardoso, que participou por meio de videoconferência em todos os Estados e países onde o evento foi realizado, muitas mulheres têm se desvalorizado por causa do que aconteceu no passado.


“Se nos colocarmos à disposição delas, poderemos ajudá-las no presente e no futuro. É por isso que decidimos investir todas as nossas forças neste evento”, disse.


Nos demais Estados, a exemplo do Rio de Janeiro, Goiânia, Manaus, Belo Horizonte e em todo o País, bem como em diversas partes do mundo, a mesma sintonia dos grupos de voluntárias era vista pelas ruas das cidades.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

MACACO LADRÃO PM 1