Golpes Amorosos

"Don Juan 171": muitas mulheres só acabam desconfiando de que estão sendo vítimas de um crime depois de longo tempo ao lado deles, ou quando percebem que estão quebradas financeiramente.
"Don Juan 171". É desta forma que estão sendo chamados os praticantes de um crime cada vez mais comum no País, que se aproveitam de mulheres afetivamente frágeis para praticarem o golpe de estelionato. Para capturar suas vítimas, geralmente mulheres sozinhas com mais de 30 anos, eles apostam na lábia da conquista, são corteses, carinhosos e prestativos e, por isso mesmo, elas são unânimes ao dizer que esses estelionatários, a princípio, são "o tipo de homem com o qual toda mulher sonha". O crime está descrito no Código Penal Brasileiro, no artigo 171, daí a origem do nome "Don Juan 171". Devido ao modo cuidadoso de agir dos "estelionatários do coração", muitas mulheres só acabam desconfiando de que estão sendo vítimas de um crime depois de longo tempo ao lado deles, ou quando percebem que estão quebradas financeiramente.Mulher é enganada por falso "Don Juan" durante mais de 1 ano Foi exatamente o que aconteceu com a funcionária pública do Estado do Ceará, L.D.A, de 36 anos. Ela só descobriu que fora enganada durante mais de um ano depois receber um telefonema da Polícia Civil, avisando que o marido estava preso e precisava de alguns objetos pessoais. No Ceará, ele estava trabalhando como promotor de eventos, sem levantar suspeitas das pessoas mais próximas. Segundo a Polícia local, mesmo durante o período em que o criminoso estava "casado", ele continuava a aplicar golpes, situação essa muito comum a esse tipo estelionatário. O "Don Juan 171" se aproximava das vítimas, se passando por técnico em informática, examinava os notebooks das mulheres e dizia que os equipamentos estavam com defeito. Depois, levava os produtos com a promessa de que faria o conserto e nunca mais aparecia. Levantamentos da Polícia Civil mostram que o número de denúncias de crimes de estelionato contra mulheres aumentou 16%, entre os anos de 2009 e 2010, mas a corporação acredita que, na realidade, esse número seja bem maior, uma vez que muitas mulheres se sentem constrangidas e acabam não denunciando. Ainda de acordo com a polícia, desconfiança é a principal dica para não cair nesse tipo de golpe.