segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DENÚNCIA VAZIA

Denúncia vazia
Na última segunda-feira (10), o juiz Glaucio Roberto Brittes de Araújo, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou uma denúncia elaborada pelo Ministério Público de São Paulo acusando o bispo Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Os crimes aconteceriam no repasse de dinheiro da IURD para o exterior, e posterior repatriação para compra de empresas, entre elas, a “Rede Record”. Não é a primeira vez que a instituição e suas figuras mais importantes são atacadas desta forma, muito pelo contrário: “Estes fatos são recorrentes há mais de 10 anos. Em 2006, houve um arquivamento de um inquérito deste pelo Supremo Tribunal Federal”, lembra Arthur Lavigne, advogado da IURD e das pessoas incluídas na denúncia. Todas as ações semelhantes tiveram o mesmo destino – o arquivamento – ou terminaram inocentando os acusados. Além disso, as empresas acusadas de serem fachada para a compra de outras já tiveram as contas aprovadas pela Receita Federal. Assim como já ocorreu anteriormente, dois veículos de imprensa foram os primeiros a receber o material que, em tese, estava protegido por segredo de Justiça, e fazer alarde: “Rede Globo” e “Folha de S. Paulo”. Os textos, tendenciosos, alinham frases como: “(...) vendeu um imóvel e doou parte do dinheiro à Universal, acreditando que seria recompensada e que o dinheiro seria empregado em obras de caridade, o que nunca aconteceu”, publicada na edição de 11 de agosto do jornal “O Globo”. O conteúdo agride os membros não só por considerá-los incapazes de decidir o que fazer com o próprio dinheiro como ignora uma série de importantes ações sociais da instituição. As reportagens não fazem esforço para lembrar que as duas empresas, “Folha” e “Globo”, são sócias no jornal “Valor Econômico” e nem que a “Rede Globo” tem seu monopólio na televisão cada vez mais ameaçado pelo crescimento da “Rede Record”, o que pôde ser verificado apenas 48 horas antes dos virulentos 11 minutos dedicados pela “Globo” à requentada denúncia do Ministério Público de São Paulo. No domingo (9), o programa “A Fazenda” registrou 21,3 pontos de média no Ibope, contra 12,8 da atração global “No Limite”, o que obrigou a cúpula da emissora a pensar em uma reformulação do programa. Na terça-feira (11), o reality show da “Record” liderou, com 21 pontos de média e 24 de pico, das 23h02 à 0h10.A volta à carga contra a IURD e a “Record” vem no momento em que a empresa, em plena expansão, prepara-se para lançar o portal de internet “R7”, que competirá diretamente com sites dos dois grupos concorrentes, “Folha” e “Globo”. É também o momento em que os jornais “O Globo” e “Folha de S. Paulo” apresentam acentuada queda de circulação. Segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), a média de circulação em dias de semana da “Folha de S. Paulo” foi de 430.094 exemplares, em junho de 2000, para 285.675 em junho de 2009, uma queda de 33%. No mesmo período, o diário “O Globo” também teve queda, de 19% (de 306.441 exemplares para 247.400). Certamente, contribuem para isso episódios como o da “ditabranda”, em que a “Folha de S. Paulo” usou o editorial do dia 17 de fevereiro deste ano para amenizar as barbaridades ocorridas na Ditadura Militar brasileira (1964 a 1985). Ou ainda a lamentavelmente histórica edição do dia 5 de abril, quando o mesmo jornal publicou uma ficha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como sendo do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), quando, na verdade, tratava-se de uma fraude recebida por e-mail. A “Rede Record”, por outro lado, sobe ano a ano nos índices de audiência, arremata importantes direitos de transmissão como o da Olimpíada de Londres 2012 e conquista prêmios e anunciantes. Por tudo isso, se firma como exemplo de jornalismo e entretenimento de qualidade. A história mais uma vez se repete, mas Lavigne tem confiança de que o desfecho será o mesmo dos outros 20 processos e inquéritos criminais que tinham a IURD e Edir Macedo como alvo. Depois do estardalhaço da denúncia, vem o arquivamento ou a absolvição que nunca merecem o mesmo destaque. “Agora, eu espero o mesmo caminho dos outros, seja com o arquivamento ou com a absolvição dos acusados, no final”, diz Lavigne.

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