sexta-feira, 10 de agosto de 2012

“Ódio, um obstáculo”

Um mês se passou. Dias e noites com fortes dores no corpo. Em minha mente, a cada segundo o desejo pela droga. Os enjoos eram constantes. Já não tinha mais vontade de morrer e sim de viver, de mudar de vida, mas quão difícil foi.


Eu ouvia palavras de fé, que Deus mudaria minha vida, mas em troca deveria dar a minha vida a Ele.


Consegui um emprego. O que eu ganhava no mês não chegava aos pés do que eu tirava num dia de programa. Mas havia uma diferença: o dinheiro rendia, eu não sei como...


Comecei a me arrumar, deixei meu cabelo loiro e com cachos crescer.


Não usava mais aquelas roupas apertadas que pareciam que iam rasgar no meu corpo, minha maquiagem não era mais escura e sim suave. Meu sorriso estava voltando; às vezes ainda pensava nas drogas, mas meu desejo de sair delas era tão grande que todo dia eu pedia a ajuda de Deus.


Meu corpo estava parando de tremer, as náuseas haviam sumido, não fui mais aos pontos de drogas, eu queria muito mudar, para isso eu tive que negar meus desejos e me sacrificar.


Fui mudando aos poucos, com muita luta, e perseverando na minha fé.


Havia um grande problema em minha vida, maior até que o crack... O ódio. Ódio pela menina que agora já não era mais a "coisa", e sim uma menina. Eu não conseguia falar o seu nome, era algo que estava dentro de mim, não conseguia tirar.

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