terça-feira, 3 de julho de 2012

"TE PEGO NA SAÍDA"



DE 500 ESCOLAS PÚBLICAS ANALISADAS NO ESTADO DE SÃO PAULO, 84% JÁ FORAM ALVO DE ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA, MOSTRA PESQUISA

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS SE REFEREM À DEPREDAÇÃO DO PRÉDIO, DETONAÇÃO DE BOMBAS, ROMBOS, TRÁFICO DE DROGAS E RIXA ENTRE ALUNOS; ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL, QUE ABRIGAM ALUNOS DE 6 A 14 ANOS, SOFREM COM O MESMO PROBLEMA

Recentes pesquisas realizadas em escolas de todo o Estado de São Paulo concluíram que 84% das escolas da rede estadual sofrem periodicamente algum tipo de violência, como depredação e rixas entre os alunos. Quanto às instituições de ensino fundamental (de 1ª. a 4ª séries) a situação é a mesma, com registros de depredação do patrimônio, agressão física entre os próprios aluno e alunos e professores, além de roubo e tráfico de drogas. Apesar de esses casos serem verificados com maior frequência nas escolas de ensino médio e durante o período noturno, eles também existem nas instituições de ensino fundamental (que geralmente abrigam crianças de 6 a 14 anos).

Das 500 escolas públicas analisadas do Estado e que serviram de base para a pesquisa, em 33% delas houve depredação de automóveis de professores e demais funcionários da unidade. Outras 51% sofreram arrombamento. Em mais de 3,5% ocorreu, no interior do prédio, detonação de granadas, e outras 3% sofreram disparos de armas de fogo. Em 88% dessas escolas não há policiamento preventivo.

Na opinião da direção e do Conselho de Escola, uma das principais causas para que o ensino público no País atingisse esses níveis é a degradação familiar. "A violência tem origem em casa. Muitos dos alunos transgressores fazem na escola aquilo que aprendem nas ruas e dentro da própria casa. A maioria deles vem de famílias desfeitas, em que a mãe trabalha durante o dia todo, uma grande porcentagem vive longe do pai, que está cumprindo pena na cadeia", afirma a diretora de uma das escolas que serviram de amostra à pesquisa, Ruth dos Santos.

O Conselho também aponta a falta de profissionais qualificados na sala de aula ou daqueles que se sintam verdadeiramente motivados a trabalhar.  Baixos salários, jornada excessiva de trabalho, formação deficiente, falta de habilitação, metodologia inadequada, rotatividade excessiva, falta de treinamento e de capacitação contribuem para que o professor se torne cada vez mais um profissional insatisfeito e desmotivado a cumprir o seu papel.

O sistema de aprovação progressiva (em que o professor é impedido de reprovar o aluno) também é apontado como vilão da crise escolar por tirar o pouco de poder que se atribuía ao docente. "A recuperação nas férias constitui uma aberração didática, pois, sem nenhum planejamento, alunos vão encontrar professores que nunca viram na vida, para trabalhar aquilo que nunca aprenderam (ao longo do ano letivo), num espaço de tempo que nunca foi o suficiente (cerca de vinte dias úteis)", desabafa um profissional.

Atualmente, o Brasil ocupa segunda posição na América em analfabetismo e desigualdade social. Em primeiro está o Haiti.           

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