EM APENAS 5 ANOS,
PROCURA POR SERVIÇOS DE DETETIVES PARTICULARES TRIPLICOU NO BRASIL, FAZENDO DO
PAÍS UM DOS MERCADOS MAIS LUCRATIVOS PARA ESSES PROFISSIONAIS
CASOS CONJUGAIS SÃO O
"CARRO-CHEFE" E CONCENTRAM 80% DO TRABALHO DOS AGENTES, SEGUIDOS POR
PAIS QUE QUEREM SABER SE OS FILHOS USAM DROGAS E DE EMPRESAS QUE DESCONFIAM DE
ATITUDES ILÍCITAS DE FUNCIONÁRIOS
Contratar um detetive particular não é
mais coisa de cinema. Hoje, principalmente nos grandes centros urbanos, esses
profissionais estão vendo sua clientela triplicar nos últimos anos. A grande
demanda pelos serviços de espionagem é comprovada pelo detetive Eloy Lacerda,
um dos mais requisitados de São Paulo. Lacerda explica que a maioria de seus
clientes são mulheres que querem provar a traição ou o desvio de bens por parte
do marido. Segundo ele, a cultura de banalização sexual e dos relacionamentos
tem deixado as pessoas mais dispostas a traírem, o que se reflete diretamente
na atividade profissional dos detetives particulares.
Ainda de acordo com o agente, nem todas
as provas levantadas pelos detetives chegam à Justiça, porque muitas vezes são
obtidas de forma ilícita. "Mas elas servem para nortear os advogados sobre
o caminho a seguir", diz. Desta forma, os detetives se transformaram nos
maiores aliados na hora do divórcio legal, já que, de acordo com a lei, se as
provas apontam que um dos cônjuges é responsável pelo fracasso da união, ele
pode ter de pagar indenização ao parceiro por danos materiais e emocionais.
Atualmente, as investigações conjugais
representam 80% do trabalho dos detetives brasileiros, seguidas de pais que
querem saber se os filhos usam drogas (10%) e de grandes empresas que querem
investigar seus funcionários (5%). Outras 5% das investigações têm outros
motivos mais particulares. Mas devido à grande demanda pelas espionagens entre
casais, esse serviço ainda é o “carro-chefe” dos detetives, o que faz com que a
maioria deles se especialize apenas nesse tipo de caso, classificado pelos
profissionais como um dos mais complexos, devido às diferentes expectativa que
os clientes têm para o caso.
"Há quem gaste fortunas
com a contratação desses profissionais, que provam inúmeras vezes à pessoa que
seu parceiro não tem caso extraconjugal, mas ela nunca se dá por satisfeita e,
passado pouco tempo, ela pede uma nova investigação. Mas existem também as
personalidades mais inflamadas, que optam por acabar com a relação
imediatamente, sem nenhuma prova concreta de traição nas mãos", relata
Lacerda.
Como nos casos das investigações
conjugais o emocional está envolvido no caso, o detetive diz que é preciso
evitar atitudes precipitadas e, que, na hora em que a dúvida de uma suposta
traição surgir, toda cautela pode ser pouco. "Dar prioridade à razão e ao
bom senso nunca é demais. Uma conversa franca com o parceiro é, sim, uma
questão delicada, mas muitas vezes traz bons resultados. E o melhor: quase
sempre sai bem mais barato que contratar um detetive", finaliza o
detetive.
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