SENTIMENTO HERDADO DOS ANCESTRAIS HUMANOS JÁ TEVE UMA FUNÇÃO BEM DEFINIDA, HOJE, NO ENTANTO, NINGUÉM PRECISA DELE PARA VIVER
O desejo de vingança, apesar de ser uma demonstração clara do politicamente incorreto, é um sentimento inerente a todos os seres humanos e, portanto, tem um fundo fisiológico. Isso é o que diz a maioria dos psicólogos. Outros, mais audaciosos, chegam a afirmar que o instinto vingativo é uma ferramenta necessária à perpetuação da espécie e necessário para a existência da vida em sociedade. "Mesmo as pessoas mais boazinhas e pacíficas, de vez em quando, sentem vontade de retrucar com mais vigor, em demonstração clara de vingança e defesa de seus valores", exemplificam.
A vingança, portanto, funciona feito um gatilho, acionado sempre que um estímulo externo provoca algum tipo de prejuízo a pessoa. Ou seja, ela está diretamente relacionada ao desejo, mesmo que inconsciente, de fazer justiça, a fim de que o prejuízo tomado seja reparado. Só assim o acometido por esse sentimento perturbador volta ao estado normal de equilíbrio emocional.
HERANÇA ANCESTRAL
Por isso é comum que os estudiosos definam vingança como uma sirene que se dispara indicando que algo está errado. Desarmá-la, portanto, passa a ser um grande desafio que, além de trazer equilíbrio, apaga um pouco os "costumes tão ancestrais" do ser humano, dos quais, definitivamente, ninguém mais precisa para viver.
Mesmo admitindo-se que a vingança seja uma ferramenta de defesa primitiva, o grande problema é que o conceito de justiça não é o mesmo para todas as pessoas. Uma situação que para alguns é apenas incômoda, para outros é motivo de consternação, ira e necessidade urgente de vingança. Por isso, impor limites à sociedade e a si mesmo é a ordem a ser seguida. Agir de forma racional e com bom senso pode ser uma tarefa árdua para muitos, mas é também essencial para a vida em comunidade.
É aí que entra o papel do Sistema Judiciário existente na cultura ocidental: padronizar as situações que caracterizam injustiça. Através dele, tenta-se frear o instintivo vingativo e substituí-lo por algo mais universal, justo, lógico e imparcial.
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