terça-feira, 18 de outubro de 2011

Acima de qualquer suspeita


ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA

"ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA": EM QUASE 70% DOS CASOS DE VIOLÊNCIA FÍSICA E SEXUAL CONTRA CRIANÇAS NO PAÍS, AGRESSOR É UM CONHECIDO PRÓXIMO OU UM MEMBRO DA PRÓPRIA FAMÍLIA, ALERTA ONU


DE CADA 150 CASOS DE VIOLÊNCIA REGISTRADOS NO BRASIL, 60% envolvem crianças recém-nascidas e pré-adolescentes de até 12 anos, vítimas de estupro, exploração e abuso sexual. Quarenta e oito por cento delas são de etnia branca; aproximadamente 60% frequentam escolas e 66% conhecem o agressor. Em mais de 60% dos casos a violência ocorre dentro da própria casa da criança. Os dados são da ONU.

EM RELAÇÃO AOS TIPOS DE ABUSO, a pesquisa revelou que 44,7% foram vítimas de estupro; 33% de atentado violento ao pudor e 7% de atentado com penetração anal. Quanto ao agressor, 47% dos casos foram praticados por pessoas da própria família (intrafamiliar) e 46% por pessoas extrafamilares. Em 54% dos casos, quem fez a denúncia da agressão foi algum membro da própria família.

"Não podemos mais admitir que o Brasil

tenha baixado a taxa de mortalidade infantil

por doenças, mas ainda deixe milhares

morrerem vítimas dos mais variados crimes"

(Marie-Pierre Poirier, representante da Unicef no Brasil)

A MAIORIA DOS ESPECIALISTAS ACREDITA que alguns pais matam os filhos ou os agridem na intenção inconsciente de preservá-los de algum tipo de sofrimento, como, por exemplo, a fome. "Essa é uma incoerência ainda pouco conhecida, o de preservar alguém do sofrimento e dar-lhe proteção tirando-lhe a vida", dizem. Mesmo assim, eles ainda apostam nas doenças psíquicas graves como a melhor explicação para esses atos violentos.

SITUAÇÃO PREOCUPA TAMBÉM FORA DO BRASIL

DIFERENTEMENTE DO QUE SE IMAGINA, crimes contra crianças, mesmo aqueles que têm a morte como resultado, não são uma particularidade dos países subdesenvolvidos. América do Norte e Europa, nas últimas duas décadas, têm apresentado aumento de registros de violência contra crianças. Ainda assim, é na América Latina onde ela se faz mais presente. E o Brasil é o principal nome das estatísticas do continente. "Não podemos mais admitir que o Brasil tenha baixado a taxa de mortalidade infantil por doenças, mas ainda deixe milhares morrerem vítimas dos mais variados crimes", desabafa a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier.


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