SINAL AMARELO: QUANDO A BUSCA PELO PRAZER SEXUAL SE TORNA A ÚNICA META DE VIDA, É HORA DE ATENÇÃO; POR TRÁS DESSE COMPORTAMENTO PODE ESTAR UMA DOENÇA COMPULSIVA, MAIS DIFÍCIL DE SER IDENTIFICADA NA ADOLESCÊNCIA, QUANDO OS HORMÔNIOS ESTIMULAM NATURALMENTE A LIBIDO
"EU PRECISAVA SAIR COM SETE, OITO MULHERES OU ATÉ MAIS NUMA MESMA NOITE PARA ME SATISFAZER. Enquanto não acabasse o dinheiro, a adrenalina, até eu ficar exaurido, eu não parava". O depoimento acima, de um empresário paulistano, de 46 anos, de classe social alta, é típico de quem sofre do distúrbio classificado pela medicina como "dependência do sexo ou disfunção sexual". O drama dele é comum a muitos outros que, intimidados com o problema, preferem viver no anonimato a buscar por ajuda especializada. Em casos extremos, como o verificado acima, é comum o portador da dependência por sexo chegar à falência para sustentar o "vício".
"EM MENOS DE CINCO ANOS
GASTEI MAIS DE R$ 1 MILHÃO COM SEXO"
(J.P.O., empresário carioca)
É O QUE ACONTECEU, POR EXEMPLO, COM J.P.O., famoso empresário do setor imobiliário do Rio de Janeiro. "Em menos de cinco anos, gastei mais R$ 1 milhão com sexo. Paguei tanto para ter prostitutas, gastei tanto com bebidas e drogas que cheguei à falência.", diz. Atualmente, J.P.O. frequenta a entidade Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (DASA). A filosofia da entidade é a mesma da dos Alcoólicos Anônimos (AA). Pessoas se reúnem em sessões periódicas para compartilhar os problemas. Lá, tudo é na base do diálogo e na premissa de que "só por hoje" o dependente será uma pessoa melhor, sem recaídas. "Depois de quase seis meses frequentando as reuniões, não sinto mais a necessidade de olhar para um cara desconhecido na rua e sair com ele para transar, como era comum antes", diz.
ESSE TIPO DE DISTÚRBIO PODE SURGIR EM QUALQUER IDADE, E A PESSOA ACOMETIDA POR ELE PERDE TOTALMENTE o controle sobre o desejo sexual. "A necessidade de buscar mais prazer, mais parcerias nunca é saciada. Muitos buscam isso através do sexo ou da masturbação", explica o diretor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ainda segundo o médico, os centros de ajuda como o DASA e o oferecido pelo Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) são os que dão os melhores resultados. "Nessas entidades, o tratamento dispensa o uso de medicação e foca apenas na terapia comportamental. Assim, cura-se o problema, e não apenas procura-se camuflá-lo", explica.
NA ADOLESCÊNCIA, DOENÇA PODE SER CAMUFLADA
NO MUNDO TODO, O PROBLEMA ATINGE HOMENS E MULHERES, CASADOS OU SOLTEIROS, NA MESMA PROPORÇÃO, sejam eles de vida regrada ou promíscua. A faixa etária mais atingida é a que vai dos 20 até os 45 anos, mas o problema é mais difícil de ser identificado entre os mais jovens, porque, dos 16 aos 20 anos, a compulsão sexual provocada pelos picos hormonais acabam camuflando a doença.
Tudo que é demais se torna uma doença!!!!
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