JURADOS DE MORTE

"NATUREZA E INTENSIDADE DA VIOLÊNCIA BRASILEIRA SÃO ÚNICAS NO MUNDO", ALERTA ONU. JUNTAS, ELAS GERAM PREJUÍZOS NA ECONOMIA LOCAL DA ORDEM DE R$ 130 BILHÕES AO ANO

OS CUSTOS DA VIOLÊNCIA E DA CORRUPÇÃO NO BRASIL, que inclui crimes contra o ambiente, o enfrentamento ao tráfico, os desvios de verbas públicas e demais delitos políticos, superam os R$ 130 bilhões ao ano, o equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Com isso, o Brasil deixa de crescer 2% ao ano. É o que revela um estudo publicado recentemente pela Fundação Getúlio Vargas e divulgado no mês passado. No mesmo período, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou alerta no qual a natureza e a intensidade da violência brasileira são únicas no mundo e que, por isso, o País corre sério risco de não conseguir mais reverter sua situação.

GRUPOS DE EXTERMÍNIO: "A GRANDE CHAGA DA AMÉRICA LATINA E, AGORA, TAMBÉM DO BRASIL"

O crime praticado pela maioria dos grupos de extermínio vai além do extermínio de pessoas. Sequestros, assaltos e a formação de esquemas de narcotráfico sempre se instalam na área de atuação desses grupos, afirma a ONU, que chegou a definir o problema, em relatório publicado no final de 2009, como "uma das principais chagas da América Latina, que agora também vem amedrontando a população brasileira".

AUTORIDADES NA "LISTA NEGRA"

Com relação às vítimas dos grupos de extermínio, a ONU verifica que são, em sua maioria, pessoas pobres, adultos e até crianças, todas suspeitas de cometerem delitos. A 'limpeza' local visa também a eliminar homossexuais, negros e imigrantes. A presa mais almejada e caçada por esses grupos, no entanto, são as grandes autoridades que têm a "audácia" de denunciá-los. "Os critérios são altamente subjetivos e preconceituosos", diz o relatório.

BRASIL VAI MAL NA LISTA DOS PAÍSES MAIS PACÍFICOS, ELABORADA PELA ONU: ESTÁ NA 83ª POSIÇÃO

Com apenas 3% da população mundial, o Brasil concentra 9% dos homicídios cometidos em todo o planeta, com crescimento de 29% a cada década. Entre a população mais jovem (entre 14 e 25 anos), esse crescimento tem sido ainda maior: 48%. As mortes violentas nessa faixa etária, no País, são 88 vezes maiores do que os números verificados nos países europeus, como França e Dinamarca. Os dados foram divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), no final do primeiro semestre deste ano.