quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Projeto Nova Canaã comemora resultados


Em dois dias de festa, crianças são presenteadas e assistem com os pais à retrospectiva do trabalho em 2012


Em todo o País, a maioria das crianças está de férias. Em Irecê (BA), no colégio do Projeto Nova Canaã, não é diferente e a chegada do recesso escolar teve um significado especial. Em dois dias de festa, pais e alunos fizeram um balanço do ano de 2012 de forma divertida e recheada de presentes. Há 13 anos, crianças carentes da cidade do interior da Bahia recebem gratuitamente aulas regulares, participam de oficinas e praticam esportes. Hoje, 550 alunos estão matriculados no projeto. Recentemente, cerca de 700 familiares de alunos se encontraram no Projeto Nova Canaã para tomar conhecimento dos resultados do ano letivo, ocasião em que participaram de uma reunião especial durante a qual assistiram a um vídeo com a retrospectiva de 2012 e os planos para o futuro do projeto. Eles também assistiram a uma apresentação dos filhos e fizeram um gostoso lanche. 

“O projeto é a única oportunidade de garantir um futuro melhor para os nossos filhos”, afirmou Maria Aparecida Pereira da Silva, de 36 anos, mãe de Michelle, de 8, presente ao evento. Ela, que não sabe ler nem escrever, pediu à filha que fizesse uma carta de agradecimento para a assistente social do projeto, Vanice Pau Ferro.


Para a assistente, demonstrações de carinho como essa são “o reconhecimento por todo o esforço feito durante o ano para que tudo desse certo”. 

Na manhã seguinte, os pequeninos chegaram à fazenda e tomaram o tradicional café da manhã reforçado: iogurte, pães, queijo, presunto e bolo, quase tudo produzido dentro da própria fazenda. Em seguida, eles se reuniram no pátio da escola para assistir às apresentações dos colegas, que incluíram balé, street dance, coral em inglês e em espanhol.

Padrinhos foram generosos 


Durante o mês de dezembro, a Rede Record promoveu uma campanha entre os funcionários. Cada um, voluntariamente, adotaria uma criança e doaria presentes. Os “afilhados” receberam dos “padrinhos” roupas, sapatos, tênis e brinquedos, como bonecas e jogos. 

“Eu já sabia que ia ganhar presentes, mas não esperava que fossem tantos”, contou Lailane Félix, de 11 anos, que recebeu calça, blusa, sapatilha e uma boneca, além de uma caixa de chocolates e um conjunto de elásticos de cabelo. 

Para muitas dessas crianças, as férias escolares são um período de insegurança, quando não encontram em casa o apoio material e psicológico dado pelo Projeto. Entre lágrimas, Vivian Priscila, de 12 anos, diz não querer jamais sair do Projeto Nova Canaã. “Mãinha chega a se emocionar quando pensa como ele mudou nossas vidas”, diz a menina.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Dinheiro sujo





Cerca de 90% das células de dólar que circularam nos Estados Unidos possuíam de 0,006 a 1,240 microgramas de cocaína. A quantidade é insuficiente para causar danos à saúde, mas preocupa por 

mostrar que as notas podem ter sido utilizadas como “aspirador da droga, manuseada por quem a possuía nos dedos ou entrado em contato com outras notas contaminadas”, de acordo com pesquisa da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. O levantamento foi realizado com 234 notas de 1, 5, 10, 20 e 50 dólares e indicou aumento com relação a estudos anteriores. “Não sabemos com certeza porque houve esse aparente aumento, mas ele pode estar relacionado à crise econômica mundial, que fez com que mais pessoas estressadas recorressem à cocaína”, declarou o autor do estudo, Yuegang Zuo, à “BBC Brasil”. Bo Mathiasen, representante do Escritório das Nações Unidas para Drogas e 
Crime (Unodc) no Brasil, tem opinião semelhante: “Por um lado, a crise faz com que a disponibilidade de recursos fique menor. Por outro, o desemprego pode levar as pessoas a buscar uma fuga da realidade ou a procurar emprego na economia ilegal”, aponta. A pesquisa analisou ainda cédulas dos mesmos valores em outros quatro países, incluindo o Brasil, onde os traços foram encontrados em 8 das 10 cédulas analisadas. O Canadá tem média de 85%, mas China e Japão, têm, ambos, entre 12% e 20%. Outro estudo, referente a 2007 e divulgado pelo Unodc, em junho, localizou o Brasil como o décimo do mundo em apreeensão de cocaína, com mais de 17 toneladas, o que pode representar aumento no consumo ou esforço da polícia no combate ao narcotráfico. Na opinião de Mathiassen, houve aumento no consumo da droga no Brasil. “Enquanto na Europa Ocidental e na América do Norte o consumo vem caindo, indicação de que o investimento em prevenção dá retorno, na América do Sul, principalmente no Brasil, ele aumenta pelo fato da região ter crescido social e economicamente, o que pode ter provocado maior disponibilidade de recursos para compra de drogas”, finaliza. Em 2005, 890 mil brasileiros (cerca de 0,7% da população de 12 a 65 anos) eram usuários de cocaína. (G.B.)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crianças querem comprar




Crianças entre 5 e 10 anos, sentadas no chão, são indagadas sobre o que mais gostam de fazer. “Aqui está escrito comprar, e aqui brincar”, diz a entrevistadora, mostrando dois pedaços de papel. Na sequência, pede que elas coloquem as mãos sobre o que preferem. A maioria, sem hesitar, deposita a mãozinha sobre o “comprar”. Apenas duas delas optam por “brincar”. Surpresa diante da reação dos demais, uma menina pergunta: “Ninguém gosta de brincar?” Essa é uma das cenas do documentário “Criança, a Alma do Negócio”, dirigido pela publicitária e cineasta Estela Renner, mãe de três crianças entre 2 e 7 anos. Por que decidiu fazer o filme? Para conscientizar a todos sobre o que está em jogo nesta batalha comercial, que é o bem-estar da criança. Infelizmente, a publicidade de hoje não apenas fala diretamente com a criança para vender produtos infantis, mas também para vender produtos para os adultos. Tudo é anunciado diretamente para a criança, que tem um poder de persuasão sobre os pais muito maior do que os comerciais. Como o mercado captou isto, usa as crianças, pois sabe que elas são como mensageiras. O filme retrata, por meio de depoimentos e várias situações, as consequências dos excessos da propaganda dirigida às crianças. Há alguma saída para minimizar esse impacto sobre as crianças? Muitas empresas já perceberam que aquelas que não enterrarem este tipo de publicidade junto com a de cigarro vão ficar para trás. Tenho sido convidada por empresas e agências mais conscientes para mostrar o filme, dar palestras e participar de debates. A culpa por esse consumismo infantil não seria dos pais ou responsáveis? No meu ponto de vista, os pais devem insistir na construção dos valores dos filhos e mostrar, de todas as formas, que o “ser” é mais importante do que o “ter”. Infelizmente, a propaganda diz o inverso o tempo inteiro. Por isso, os pais devem redobrar a atenção. Esse consumismo atinge todas as classes sociais? É uma batalha que não vê classe social. Um dia, recebi uma carta de uma senhora que se dizia de uma classe social privilegiada e havia assistido ao meu documentário. Na ocasião, ela relatou: “É cruel ver minhas netas buscando no ‘ter’ a resposta para as suas angústias, e as crianças da favela culpando o ‘não ter’ pelas suas angústias”, disse. Computador, celular e outros eletrônicos são sonhos de consumo de muitas crianças. Seus filhos têm? Eu ainda não dei para os meus filhos. Eles são atarefados o bastante, e não acredito que precisem de mais ocupações. Entretanto, quando der, colocarei limites. Percebo nos pais de hoje um medo muito grande de dizer “não” para os filhos. Digo “não” para os meus sempre que acho prudente, e nem por isso acredito que me amem menos. É claro que sofrem diante da negativa de algo que desejam, mas, ao mesmo tempo, amadurecem. Se tudo fosse “sim”, eles estariam sendo criados num mundo irreal.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Raiva uma tipo de emoção forte, que gera vingança e mata.

Cresce no País o número de assassinatos por impulso e motivo fútil. Ódio, rancor e mágoa são algumas características desses crimes





























Matar por motivo fútil tem sido cada vez mais recorrente no País. Casos recentes chamam a atenção pela violência que tira vidas de forma banal. “Descontrole de impulso, manifestação de ódio, rancor, mágoa e orgulho são, geralmente, as características envolvidas nesses crimes”, explica o psiquiatra Hélio Lauar, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).


Pouco antes da virada do ano, no Guarujá, litoral paulista, o estudante Mario dos Santos Sampaio, de 22 anos, morreu após uma briga iniciada por uma diferença de R$ 7 na conta do restaurante. Segundo o boletim de ocorrência, o rapaz e seus amigos jantaram no local esperando pagar o valor de R$ 12,99, como anunciava a placa, mas receberam cada um a cobrança de R$ 19,99. 



Durante a discussão sobre o valor a ser pago, Sampaio recebeu um tapa no rosto de Diego Passos, o gerente do restaurante. A polícia foi chamada e formou-se uma confusão com outros funcionários, que começaram a agredir o rapaz. O dono do estabelecimento, José Adão, entrou em ação e matou o estudante a golpes de faca.


Levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) mostra que episódios como o ocorrido no Guarujá não são raros. Entre 2011 e 2012, assassinatos por impulso e motivo fútil representaram entre 25% e 80% do total, variando entre os 15 Estados consultados. Em São Paulo, de janeiro de 2011 a setembro de 2012, chegaram a 83% os registros desse tipo.


“Em vez de pensar e planejar uma ação que possa dar à pessoa uma maneira de se safar daquela situação, a pessoa parte para a ação de uma vez. No lugar de um processamento cognitivo para avaliar a melhor intervenção para aquela situação, tem uma ação hostil”, observa o psiquiatra Lauar.


Com o orgulho ferido, humilhado, como alegou em depoimento à polícia de Planaltina, perto de Brasília (DF), Paulo Henrique Miranda de Melo matou Josafá Pereira da Silva, de 46 anos, no dia 15 de janeiro. Um dia antes, ele havia almoçado no restaurante da vítima e tinha sido avisado de que poderia comer à vontade por R$ 7,99, mas não era permitido deixar sobras no prato. Como houve desperdício de comida, o cliente foi advertido. No dia seguinte, voltou ao local com um revólver calibre 38, fuzilou Silva e fugiu. Foi preso uma semana depois. Em Guará 2, próximo ao DF, um cliente insatisfeito com o atraso no conserto de seu carro matou com dois tiros o mecânico que consertava o veículo.


Em outubro de 2012, Caroline Silva Lee, de 15 anos, morreu durante um assalto na capital paulista ao se recusar a entregar a bolsa para um trio de assaltantes. “A impunidade é uma das razões dessa violência, associada à cultura onde a vida humana não tem valor, muito forte no nosso País, e à desigualdade social”, avalia Antonio Carlos Costa, presidente da ONG Rio de Paz. “As pessoas, em geral, se sentem frustradas com sua existência. Então, diante da mínima ofensa, reagem da forma mais cruel possível.”






Pense antes de fazer, propõe campanha


Existe, desde novembro do ano passado, uma campanha para combater os crimes banais: “Conte até 10”, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em parceria com a Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp).


Com vídeos que têm a participação dos lutadores de MMA (artes marciais mistas) Anderson Silva e Junior Cigano, e dos judocas Sarah Menezes e Leandro Guilheiro, a ação tenta “romper o ciclo de violência”, como explica Taís Ferraz, conselheira do CNMP e coordenadora da campanha.
Mostrar às pessoas a importância de “pensar antes de fazer é o que qualquer psiquiatra receitaria”, aprova Hélio Lauar, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).


Este ano, o “Conte até 10” passará por escolas, estádios de futebol e para o carnaval apresentará novos vídeos e jingles. “As pessoas precisam voltar a se indignar, o que está acontecendo não pode ser considerado normal”, pede Taís.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Prazer perigoso


Excessos no videogame podem prejudicar o desempenho escolar, o convívio social e outras atividades



Muitos psicólogos são taxativos em dizer que o uso excessivo de internet ou de jogos não deve ser encarada como uma dependência. O problema é quando prejudica o desempenho escolar, o convívio social e outras atividades. Outro sintoma, que pode preocupar, é a necessidade cada vez mais de jogo para obter prazer. São casos parecidos com o de Lucas Langamer, de 14 anos, e o de Rebeca, de Pontes, de 7. Foram. Não são mais.

A mãe de Lucas, a cabeleireira Luciene Langamer, de 34 anos, não esconde o alívio depois que pediu ajuda na Educação Bíblica Infanto-juvenil (EBI). O problema quando o filho, aos 10 anos, passou a jogar em vários períodos do dia, não se interessou mais pelos estudos, tirando nota baixa nas provas. O resultado não poderia ter sido pior: Lucas repetiu duas séries, para desespero da mãe.

“Ele dormia na sala de aula. Não tinha a mínima concentração nos estudos. Passou a ser ótimo no videogame e péssimo na escola. Não tinha problema de comportamento, mas não desenvolvia”, lembra.

Hoje, Lucas vai todos os dias para a Igreja, é atencioso com os pais, estudioso e tem prazer em evangelizar. A reação de alívio de Andréia Rosa não foi diferente com Rebeca. A concentração nos jogos eletrônicos era total no videogame, no computador e até no celular do pai.


“Ela estava preguiçosa para estudar. Hoje, depois de algumas orientações que recebeu das educadoras da EBI, ficou mais estudiosa, mais comportada. Ela me ensina a orar, passa óleo no pai, no cachorro. Quando eu me estresso com a avó dela, ela diz que isso não é de Deus. Minha filha é uma herança de Deus”, comemora.

O psicólogo Cláudio Moura Nunes destaca a importância dos pais buscarem ajuda para evitar que esse comportamento se arraste e atrapalhe a criança ou o adolescente durante toda a vida. 

“Os pais precisam se aproximar do filho sem recriminá-lo para abrir um canal de comunicação. A ideia é reaprender ao usar o computador e colocar outras atividades no lugar. O uso da internet não deve ser totalmente cortado, mas sim moderado”, ensina o psicólogo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O flagelo da cocaína




Um levantamento feito pela Secretaria Estadual da Saúde, de São Paulo, aponta que o número de mulheres internadas por consumo de cocaína cresceu 91% no estado. A pesquisa considerou o número de internações na rede ligada ao Sistema Único de Saúde (SUS) de 2006 a 2008, quando as internações quase dobraram: aumentou de 365 para 696 no ano passado. Segundo Luizemir Lago, diretora do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), o salto nas internações reflete o aumento da oferta por tratamento. Por outro lado, segundo ela, “as mulheres estão sofrendo com o vício ainda mais jovens, o que compromete, em muito, sua capacidade de trabalho em um momento em que elas estão ainda em início da carreira profissional”. A boa notícia é que, se comparado há 10 anos, as mulheres estão procurando ajuda mais cedo. “Antes, elas chegavam em estado lastimável, com a saúde bastante comprometida pelo efeito da droga”, diz Luizemir. Embora o número de internações de mulheres tenha crescido, elas continuam minoria em comparação aos homens. “Dos consumidores da cocaína, 70% são do sexo masculino.”

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