terça-feira, 16 de abril de 2013

Eu sufoquei minha filha



Para psicólogo, resultado pode ser devastador, prejudicando a autoestima, a personalidade e a autonomia da criança ou do adolescente


A superproteção dos filhos tem dois lados. Bem distintos, deve-se dizer. O lado bom é a preocupação com a segurança, a demonstração, mesmo excessiva, de amor, carinho e afeto pela criança ou adolescente. O lado ruim, no entanto, pode ser devastador e causar sequelas irreversíveis: infantilização e dependência extrema dos pais, prejudicando a autoestima, a personalidade e, especialmente, a peça-chave do desenvolvimento humano: a autonomia.

Karina Gomes, 14 anos, sofreu com o excesso de amor da mãe, Elaine Gomes. Tudo começou com uma eclâmpsia no parto. Trata-se de uma doença grave de hipertensão arterial, específica da gravidez, que põe em risco a vida da mãe e do feto. Karina apresentou problemas neurológicos, convivendo com um déficit cognitivo (dificuldade de aprendizagem). O quadro piorava com a superproteção da mãe, que não deixava a filha dar um passo sem a sua presença e orientação, que poderia ser comparada a uma opressão afetiva, segundo o psicólogo André Tavares.

“Os pais superprotetores abandonam a parte mais difícil da paternidade, que é deixar os filhos seguirem em frente. A invasão de privacidade é altamente prejudicial para o desenvolvimento da criança e do jovem em todos os aspectos”, analisa o especialista.

A reação de Karina

Elaine Gomes precisava de um tratamento de choque. Segundo ela, as consultas ao psicólogo melhoravam seu comportamento, mas não reduziam a ânsia e a necessidade de proteger cada vez mais a filha. Foi quando ela, aconselhada por amigas, colocou Karina no TF Teen, grupo de adolescentes, entre 11 e 14 anos, da Universal. O movimento surgiu na Escola Bíblica Infanto-juvenil (EBI) e já conta com mais 100 mil integrantes no Brasil.

“Logo na primeira semana, entendi o que estava fazendo com a minha filha. À medida que conversava com as orientadoras do TF Teen, compreendia que aquele comportamento destruía aos poucos a autoestima da Karina. Alguns meses depois, toda essa situação mudou. Hoje, sou uma mãe tranquila e minha filha, que deixou de aproveitar a infância como uma criança normal, é uma adolescente feliz”, comenta, aliviada.

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