segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Crack se não combate-lo,será o fundo do poço do Brasil.


Como tirá-los do vício?

Campeão mundial em consumo de crack, o País 
lida com a ineficiência de políticas para combater
 o tráfico e recuperar viciados ao mesmo tempo 
em que enfrenta o desafio de minimizar os efeitos
 da droga






















O Brasil é o país onde mais se consome crack 
no mundo, com 1 milhão de pessoas que já 
usaram a substância pelo menos uma 
vez, segundo o Levantamento Nacional 
de Álcool e Drogas (Lenad), feito pelo 
Instituto Nacional de Pesquisa de 
Políticas Públicas do Álcool e Outras 
Drogas (Inpad) da Universidade Federal
 de São Paulo (Unifesp). A epidemia que atinge 
1,4% dos adultos do Brasil revela a ineficiência 
das políticas para o combate ao tráfico e à 
recuperação de viciados. 


“Estamos falando de um fenômeno parecido 
ao de usuários de cocaína injetável no passado.
 São casos graves e de alto impacto familiar e 
com um agravante: agora o crack tem sido 
oferecido para indivíduos extremamente 
frágeis, vulneráveis, que precisam ser 
muito mais protegidos”, observa o psiquiatra
 Carlos Salgado, conselheiro da Associação 
Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas 
(Abead).


Para Salgado, é urgente a necessidade de se agir 
para combater a disponibilidade da droga e para 
atender o usuário. “O Ministério da Saúde não 
tem se mobilizado para abrir leitos para 
dependência química e, paradoxalmente, o 
Ministério da Justiça tem feito isso, mas são 
poucas as oportunidades e está sendo 
feito pelo ministério errado. Por outro lado a 
Saúde tem investido em agentes de repressão 
e não de assistência, fica complicado”, critica 
Salgado. “Sem contar o jogo de empurra que a 
gente vê nos Centros de Atenção Psicossocial 
(Caps) entre a Federação e os municípios, 
enquanto o usuário que procurar atendimento 
não terá equipamento ou estará sem pessoas 
para o atendimento, já que há uma expectativa 
de contar com o trabalho voluntário.” 


Em São Paulo, onde o problema do crack 
começou há mais de 20 anos, antes de 
virar uma epidemia nacional, as políticas 
públicas para conter o avanço das drogas na 
sociedade também têm se mostrado ineficientes,
 apesar do esforço feito, segundo comentou 
o atual coordenador estadual de políticas sobre 
drogas, Luis Alberto Chaves de Oliveira, o Laco, 
médico que desde 1985 atua em projetos contra 
abuso de drogas e que também trabalhou 
para a Coordenadoria Municipal de Atenção às
 Drogas, na cidade de São Paulo.




“A questão das drogas é crônica e, sem dúvida, 
vem se agravando. O crack foi escolhido como 
bola da vez: é uma droga importante, 
produz dependência grave muito intensa e 
destrói rapidamente a vida da pessoa, gerando 
um 
série de fenômenos de aparência grotesca, o 
uso das drogas nas ruas e a dificuldade das pessoas
 em sair dessa situação”, reconhece Laco, que 
não vê uma solução a curto prazo para o problema.


“Tem saída, mas não há único modelo de 
atenção e tratamento. A perspectiva de reinserção 
social vai depender do modelo e da excelência do tratamento. É a mesma coisa do câncer: tem 
cura, embora muita gente morra ou não tenha 
condições de tratamento eficaz. Vai do 
tipo de tratamento e de como vai seguir o 
tratamento. Eu conheço modelos de caraterísticas de acolhimento religioso com eficácia de 50% a 
60%, e outros modelos mais padronizados, 
com ação médica e social, onde há eficácia 
menor, de 20% a 30%”, aponta Laco, citando 
estudos que indicam a chance de recuperação 
em um terço dos usuários – sendo que o 
mesmo percentual morre por causas como a 
violência. 


Apesar de reconhecer o tamanho do desafio,
 o coordenador estadual de políticas sobre 
drogas 
vê um avanço nos trabalhos. “Temos melhor 
atenção 
do que há 3 ou 4 anos. Acredito que não diminuiu 
o problema, mas estamos trabalhando para 
diminuir e isso não vai ocorrer de forma imediata,
 tem sempre gente nova entrando”, diz o 
médico. “Problema de drogas tem que 
combater de forma continuada e, mesmo 
com investimento e gente boa trabalhando, 
tratar problema de drogas faz parte da 
história da humanidade”, acrescenta Laco.




O uso de entidades religiosas também foi citado 
como auspicioso pelo psiquiatra Jorge Jaber, 
presidente da Associação Brasileira de 
Alcoolismo e Drogas (Abrad). “Existem 
condutas médicas, psicológicas, 
condutas de aconselhamento de 12 passos de 
narcóticos anônimos e, finalmente, o 
tratamento religioso, que acho importante 
frisar: é recomendado pela Associação 
Psiquiátrica Americana, a mais tradicional e 
antiga do mundo. Médicos não podem falar do 
ponto de vista religioso, por obrigação ética. 
Mas, estatisticamente, pessoas que se 
dedicam a atividade religiosa cristã têm 
probabilidade maior de recuperação. O psiquiatra 
deve indicar a pessoa a procurar entidades 
religiosas 
que tenham trabalho nessa área”, diz Jaber.


De acordo com o psiquiatra, a utilização da
 droga é como descobrir Deus, mas de 
maneira contrária. “Quando se descobre a 
existência de um poder superior, a pessoa tem 
sensação de grande revelação. Com a droga 
também, mas falam que é ‘um grande barato’.
 É uma sensação forte, de revelação, que 
ela quer repetir. Da mesma forma depois que 
descobre Deus é muito difícil esquecer e ela vai 
querer Deus sempre presente e precisará renovar 
essa relação com o poder superior 
frequentemente”, compara Jaber.


O médico explica como o crack age para tornar o 
usuário dependente. “O pulmão tem muitos 
vasos sanguíneos para absorver o oxigênio e 
respiramos 16 segundos para manter o 
organismo funcionando. O crack vai com a 
mesma velocidade do oxigênio para o 
cérebro e, rapidamente, o usuário já precisa de 
outra dose. Fica uma necessidade vital de 
consumir a substância. A sensação que eles têm 
é como se ficássemos 1 minuto sem respirar. 
Por isso ficam desesperados.”


Esse desespero faz os viciados 
se sujeitarem a tudo para 
conseguir novas pedras de 
crack, como relatam ex-usuárias 
da droga. “Eu morei na rua
 por 8 anos e fumei crack 
por 5. O pico do prazer durava
 pouco e eu queria sempre 
mais. Depois da euforia vinha
 uma dor no corpo, 
estômago, depressão e eu 
ficava nervosa. Nem me 
preocupava com banho ou 
comida”, conta Fernanda Alves, 
de 33 anos, que chegou a 
abandonar a filha e deixou que a 
mãe morresse antes de 
voltar ao mundo real. 


Fernanda saiu de casa aos 15 e buscou apoio 
em uma entidade religiosa para se livrar 
do vício. Atualmente trabalha para recuperar 
viciados e se depara com situações em 
que, por exemplo, recolhe pedras e cachimbos 
das mãos de usuários em busca de tratamento. 
Ao sentir o cheiro da droga, confessa, tem a 
sensação de que fumou no dia anterior. 


Experiência parecida foi vivenciada por Tatiana
 Gomes Martins, de 25 anos. “Com 11 anos 
eu saí de casa e aos 12 eu estava no crime, já 
viciada em maconha e loló (lança-perfume). 
Comecei a traficar e um dia resolvi experimentar
 o crack. Foi eu dar uma ‘lapada’ e acabou 
a vida”, descreve Tatiana. “Fiquei 6 anos como 
se fosse aquele mesmo dia, perdi o sentido da 
vida. Fui morar na cracolândia, em São Paulo, 
e para conseguir mais pedra cometia delitos 
e até cheguei a me prostituir”, acrescenta.


Para deixar as drogas, Tatiana contou com a 
ajuda da mãe, mudou de cidade, buscou auxílio
 religioso e também trabalha para tirar as 
pessoas da dependência química. “Tenho 
vontade de dizer a todos os usuários para 
acordarem para a vida, enquanto é tempo.
 E os pais nunca devem desistir dos filhos. 
Minha mãe lutou por mim. Ela acreditava 
que eu ia mudar”, diz ela, lembrando que o
 desejo do viciado de sair das drogas é o primeiro
 e mais importante passo para a recuperação.



BLOCO DE AJUDA AOS DEPENDENTES QUÍMICOS NA
FUNDAÇÃO CASA DE SÃO PAULO.

ESTE PALESTRANTE, SABE ENSINAR COM TIRAR, UMA PESSOA DAS DROGAS LEIA.

Quando jovem aos 13 anos, meus amigos 
ofereciam as drogas eu sempre dizia não, 
mas chegou um momento por curiosidade 
dentro da Escola comprei a cocaína e provei. 
Comecei a ficar dependente dadroga e na 
seqüência roubar para manter o vicio.Passei 
por varias situações durante 10 anos no 
mundo do crime e das drogas,as coisas que 
não pratiquei no crime , foi matar e seqüestrar
Quando estava drogado sentia-me corajoso, forte 
com ar de heroísmo, eu lembro que éramos cinco 
na quadrilha 04 morreram eu fui o único que restou
 e sem uma parte.
do meu corpo. DEUS livrou minha vida e hoje 
pela sua graça estou aqui para dar esta palestra.
 Muitas pessoas da Igreja, obreiros me falavam 
de JESUS CRISTO, mas.
Eu dizia que o meu DEUS era as duas pistolas que carregava na minha cintura.

2 comentários:

  1. Acredito que o 'BLOCO DE AJUDA' é de extrema importância no combate à dependência química. Onde a sociedade não consegue êxito, por não abordar a raiz do problema, o 'BLOCO', pura e simplesmente, através de seus depoimentos reais, é mais uma oportunidade palpável, perceptível, de que a mudança é possível. Porém, sem a ajuda dos "médicos dos médicos", o Senhor Jesus, nada se concretizaria. Deus os abençoe.

    Lourdes,
    Jd. Novo Santo Amaro

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  2. No comentário acima, na penúltima linha leia-se:
    do "médico dos médicos".

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