sábado, 3 de novembro de 2012

O Brasil subnutrido

Apesar de ter reduzido a pobreza nos últimos anos, 

por conta de programas sociais, o Brasil ainda tem 

13 milhões de pessoas consideradas subnutridas, 

segundo dados divulgados pela ONU



Uma em cada oito pessoas no mundo passa 
fome, segundo o relatório “Estado da 
Insegurança Alimentar no Mundo 2012”, publicado
 pela ONU no início deste mês. Ao todo, 870 
milhões sofrem com desnutrição e, de acordo 
com as Nações Unidas, uma ação imediata 
ainda é necessária para combater o 
problema, principalmente nos países 
desenvolvidos. No Brasil, onde cerca de 13 
milhões 
são subnutridos, houve redução dos índices. De 
acordo com o relatório, o País diminuiu o 
percentual de 14,9%, no período de 1990 a 1992,
 para 6,9% nos anos de 2010 a 2012. Programas 
sociais desenvolvidos pelo governo, como o 
Programa Bolsa Família, são citados como 
referência no documento da ONU.


“O Bolsa Família inspira as famílias a lutar por um 
futuro melhor para crianças e jovens”, declarou 
Josette Sheeran, diretora-executiva do Programa 
Mundial de Alimentação da Organização das 
Nações Unidas, durante a abertura do evento 
Diálogo Brasil-África sobre Segurança 
Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento
 Rural, um dia após a publicação do relatório,
 em Brasília. 


Na ocasião da publicação, o diretor-geral da 
Organização das Nações Unidas para 
Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da 
Silva, afirmou em entrevista coletiva que, do total de
 870 milhões de pessoas, 850 milhões vivem em 
países em desenvolvimento. Para ele, é um 
número “inaceitável” num mundo que dispõe de 
recursos suficientes.




“No mundo de hoje, de oportunidades 
técnicas e econômicas sem precedentes, 
achamos totalmente inaceitável que mais de 100 
milhões de crianças menores de 5 anos estejam 
abaixo do peso e, portanto, incapazes de realizar
 o 
seu potencial humano e socioeconômico, e 
inaceitável que a desnutrição infantil seja uma 
causa de morte para mais de 2,5 milhões de 
crianças a cada ano”, revela o prefácio do 
relatório. 
Entre os anos de 1990 e 1992, o percentual 
mundial
 era de 18,6% Entre os anos de 2010 e 2012, 
caiu 
para 12,5%. A maioria, 852 milhões, vive em 
países
 em desenvolvimento da Ásia e da África.


O continente africano, que registra atualmente
 239 milhões de pessoas em situação de fome, 
foi o único que registrou aumento no número de 
pessoas com desnutrição. A América Latina e o 
Caribe registraram progressos, reduzindo o 
número de 65 milhões para 49 milhões, no 
mesmo período de 
1990 a 2012. “Se a redução da fome média anual 
dos últimos 20 anos continuasse até 2015, o 
percentual de desnutrição nos países 
em desenvolvimento atingiria 12,5% – ainda 
acima da meta do Objetivo de 
Desenvolvimento do Milênio 
(ODM), de 11,6%, mas muito mais perto do 
que o estimado anteriormente”, aponta o relatório.


Direito


Em 2010, o Brasil alterou o artigo 6º da 
Constituição federal, por meio de emenda, e 
tornou a alimentação um direito social. Até então, 
eram direitos sociais educação, saúde, 
trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência 
social, proteção à maternidade e à infância e 
assistência aos desamparados. A campanha 
nacional pela inclusão da alimentação na 
Constituição foi liderada pelo Conselho 
Nacional de Segurança 
Alimentar e Nutricional (Consea) e teve a 
participação de entidades civis, movimentos 
sociais, órgãos 
públicos e privados, organizações não 
governamentais, artistas e cidadãos de todo o País. 


A inclusão tem o objetivo de garantir que 
ações de combate à fome se tornem políticas de 
Estado, além de favorecer a manutenção de 
políticas de combate à miséria.


O que você precisa saber sobre a fome


O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU lista os fatos essenciais para você entender por que a fome é o maior problema solucionável que o mundo enfrenta hoje.


• Aproximadamente 925 milhões de pessoas no mundo não comem o suficiente para serem consideradas saudáveis. Isso significa que uma em cada sete pessoas no planeta vai para a cama com fome todas as noites.


• A fome é o número um na lista dos dez 
maiores 
riscos para a saúde. Ela mata mais pessoas 
anualmente do que Aids, malária e tuberculose 
juntas.


• Bem mais que a metade dos famintos do 
mundo – cerca de 578 milhões de pessoas – vive 
na 
Ásia e na região do Pacífico. A África responde por 
pouco mais de um quarto da população com 
fome do mundo.


• Um terço das mortes entre crianças menores de 

anos de idade nos países em desenvolvimento 
estão ligadas à desnutrição.


• Mães desnutridas muitas vezes dão à luz bebês 
abaixo do peso. Essas crianças têm 20% 
mais probabilidade de morrer antes dos 5 anos de 
idade. Cerca de 17 milhões de crianças nascem 
abaixo do peso a cada ano.


• Os primeiros mil dias da vida de uma criança, 
desde a gravidez até os 2 anos de idade, são a 
janela crítica para combater a desnutrição. Uma 
dieta adequada nesse período pode protegê-las 
contra o nanismo mental e físico, duas 
consequências da desnutrição.


• Custa apenas 25 centavos de dólar por dia 
alimentar uma criança com todas as vitaminas 
e os nutrientes de que ela precisa para crescer 
saudável.


• Em 2050, as alterações climáticas e os 
padrões climáticos irregulares levarão mais 
de 24 milhões de crianças à fome. Quase metade 
dessas crianças vive na África Subsaariana.

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