sábado, 1 de setembro de 2012

“O olhar dele era demoníaco”


Meu pai pediu para o monstro ir me buscar todos os dias. O que eu faço? Não posso contar para ele, porque está trabalhando muito e minha mãe está doente. Não posso trazer mais preocupações para eles! Meu Deus, me ajude, não sei o que fazer.

Naquele dia eu não consegui sair da sala de aula, meu corpo tremia de novo, meus dentes estavam cerrados, tive até náuseas. A professora me chamou e disse:

– Crysti, minha querida, seu amiguinho veio buscá-la, ele está lá no saguão te esperando.

Meu coração estremeceu: eu não quero ir, alguém faça algo, pelo amor de Deus!

Mas quem? Ninguém sabe dessa história, eu não posso falar.

– Vamos, Crysti, o sinal já bateu faz dez minutos, só tem você nessa sala, a outra turma já está chegando.

Eu fiquei enrolando com meu material escolar, Disse que havia perdido minha caneta, mas nada disso adiantou. Eu tive que sair da sala e ir ao encontro do monstro.

Minha vontade era pular no pescoço dele e bater tanto até sangrar, do mesmo modo como ele me fez sangrar por dentro e por fora.

Ele me olhou e seus olhos brilhavam como se estivessem vendo algo que desejasse muito, como um prêmio que tinha ganhado. Veio até mim e pegou em minha mão. A professora me entregou para ele:

– Vou cuidar dela, dona Clara, vou levar para casa direitinho. Falou o monstro, sorrindo para minha professora.

– Eu não quero ir com você, monstro!

– Cala a boca agora e entra no carro, senão já sabe o que vai acontecer com a sua mãe!

– Ela está doente, não toca em minha mãe!

– Então faz tudo o que eu mandar!

O olhar dele era demoníaco. Ele suava muito e o cheiro era horrível. Continuava com aquela barba grande e suja. Eu senti o cheiro daquela casa fedorenta de novo

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