terça-feira, 28 de agosto de 2012

Todo dinheiro que eu ganhava era para comprar a droga. Eu sempre dizia para todos: "Ninguém tem nada a ver com minha vida, quando eu quiser, eu paro".



Acordei e já era noite novamente, tinha que me preparar para o trabalho. Levantei, tomei banho, bebi um copo de uísque e coloquei minha roupa preta. Olhei para a porta do banheiro e lá estava a "coisa" me observando. Fingi que não a conhecia. Por onde eu andava a coisa ficava me olhando como se quisesse se aproximar de mim. Eu pensava: "se isso chegar perto eu mato ela".

– Fui para o hospital, fiquei com dor.

Fingi que não a ouvi falar.

– Fui para o hospital, fiquei com dor.

Continuou insistindo a "coisa" de 3 anos.

Peguei minha bolsa e sem olhar para trás fui para minhas noitadas. Estava sentindo ódio daquela situação.

Naquela noite fui apresentada ao crack, que foi o meu companheiro por muito tempo. Crack é uma droga, geralmente fumada, feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio. É uma forma impura de cocaína e não um subproduto.

Comecei a fumá-lo numa lata de alumínio. A fumaça produzida pela queima da pedra chegava ao meu sistema nervoso central em 10 segundos, seu efeito durava de 3 a 10 minutos. A sensação era de euforia, mais forte que a cocaína. Depois, eu ficava com muita depressão e tinha que usar novamente para tirar aquela sensação ruim que a depressão causava. Então, fiquei dependente.

Todo dinheiro que eu ganhava era para comprar a droga. Eu sempre dizia para todos: "Ninguém tem nada a ver com minha vida, quando eu quiser, eu paro".

Esse era o meu pensamento: eu acreditava que tinha domínio sobre mim, que era a dona da verdade. Passei a ter alucinações e paranoia. Sempre que usava o crack, via pessoas me perseguindo, se escondendo atrás de árvores, postes apareciam do nada e corriam atrás de mim. Eu via coisas estranhas atrás de mim.

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