quarta-feira, 16 de maio de 2012

QUEIXAS DE PRECONCEITO E RACISMO NO BRASIL


DE CADA 3 MORTES VIOLENTAS OCORRIDAS NO BRASIL, RACISMO É RESPONSÁVEL POR 2

PARA HISTORIADORES, O PRECONCEITO DE RAÇA ENTRE OS BRASILEIROS É FORTE O SUFICIENTE PARA DIVIDIR O PAÍS EM DOIS: METADE NORUEGA, METADE CONGO

A tese de que o Brasil acolhe povos de todas as raças e nacionalidades, de braços abertos e como nenhum outro país o faz, está ameaçada depois que o Mapa da Violência 2011 divulgou a situação de riscos em que vivem os negros no País. Segundo as estatísticas, de cada três assassinatos cometidos no Brasil, dois são de negros. No ano passado a situação esteve ainda pior,  morreram 103% mais negros do que brancos por motivos de violência. Dez anos antes, essa diferença já existia, mas era de 20%.  Ou seja, enquanto os assassinatos de brancos vêm caindo, os de negros continuam a subir de forma exponencial, comprovando que o racismo no Brasil continua a ser um traço marcante de sua cultura.

"Se dividíssemos o Brasil pela linha da cor e acesso às oportunidades, teríamos entre nós dois Brasis distintos: uma Noruega e um Congo"
(Douglas Belchior, historiador)

Para o historiador e jornalista Douglas Belchior, o preconceito de raça no País é intenso o suficiente para segregar radicalmente a nação. "Se dividíssemos o Brasil pela linha da cor e acesso às oportunidades, teríamos entre nós dois Brasis distintos: uma Noruega e um Congo.  Isso equivale a dizer que, passado mais de um século  da abolição da escravidão, a população negra continua sendo uma dor de cabeça para as elites do País", diz.

MERCADO DE TRABALHO E EDUCAÇÃO

O Relatório Global sobre a Igualdade no Trabalho, de 2011, aponta que, entre as 500 maiores empresas brasileiras, quanto maior o nível hierárquico, menor a probabilidade de negros ocuparem o quadro de direção. O último estudo sobre o tema, realizado no ano passado, mostrou que os negros representavam 5% dos executivos e 13% dos gerentes das 500 megaempresas situadas no Brasil.

No caso da mulher negra a situação é ainda pior: ela representa apenas 0,5% dos cargos de chefia ou gerência e,   no geral,  ganham em média 70% menos do que ganha o homem branco, e a metade do que ganha o homem negro. No que se refere ao grau de escolaridade, os números se repetem: do total de analfabetos brasileiros, 78% é composto por negros, sendo que, deste universo, 83% são mulheres.

HOMOSSEXUAIS

Depois dos negros, os homossexuais são a parcela da população mais atingida pelo preconceito. Até meados da década de 1990, por exemplo, a homossexualidade foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um transtorno tipicamente mental. Só em 17 de maio de 1990 a assembleia geral da OMS aprovou a retirada do código 302.0 (Homossexualidade) da Classificação Internacional de Doenças e declarou que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio, nem perversão". Mesmo assim, a repressão contra esse grupo não foi amenizada.

Dados da própria OMS mostram que, em média, um homossexual é assassinado no Brasil a cada dois dias. Ou seja, esse tipo de preconceito, no País, faz quase 200 vítimas por ano. Ainda de acordo com a OMS, dos 2 mil homossexuais ouvidos pela Organização no Brasil no último ano, 96%  disseram já ter sido vítima de preconceito em casa, no trabalho e até na igreja que frenquentam.

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