A CADA TRIMESTRE, MAIS DE 300 MÉDICOS PROCURAM AJUDA PARA TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NAS CLÍNICAS DA UNIFESP
SEGUNDO O CREMESP, USO DE ENTORPECENTES NA CLASSE MÉDICA ATINGE NÍVEIS SEMELHANTES AOS DO RESTANTE DA POPULAÇÃO
Somente na capital paulista, cerca de 100 médicos assumem o papel de pacientes na Unidade de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo (Unifesp) para o tratamento da dependência química. Esse número, segundo pesquisadores, comprova que o diploma em medicina, em vez de proteger os profissionais da saúde, retarda o reconhecimento da dependência, o pedido de socorro e o início do tratamento.
"NÃO SOMOS SEMIDEUSES"
(Mauro Aranha, vice-presidente do Cremesp, justificando a incidência de médicos nos mundo das drogas)
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), em parceria com a Unifesp, depois de analisar os casos de médicos que chegam até a unidade para tratar o vício chegaram a conclusão de que, entre os profissionais da saúde, a incidência de uso de entorpecentes é praticamente a mesma verificada entre o restante da população.
"AS PESSOAS PRECISAM PERDOAR OS MÉDICOSELES TAMBÉM FICAM DOENTES"
(Idem)
Quando questionado sobre a estatística - a cada trimestre mais de 300 médicos e residentes são atendidos na clínica de recuperação da Unifesp -, o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Mauro Aranha, é categórico: "Não somos semideuses. As pessoas precisam perdoar os médicos, eles também ficam doentes. O caso de Sócrates, ex-jogador e líder do Corinthians, é um exemplo disso".
ÁLCOOL, MACONHA E CRACK
As substâncias mais consumidas por médicos e residentes, segunda a Unifesp, são o álcool e a maconha. Dos 308 profissionais médicos com idade média de 35 anos e em tratamento por dependência, 48,2% são dependentes do álcool e 17,8%, da maconha. Os benzodiazepínicos e os opiáceos somam 24% entre as drogas mais consumidas pela classe médica. Crack, cocaína, anfetaminas e inalantes pontuaram, juntos, 8,5% entre as drogas mais usadas.
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