Nos últimos anos o Brasil vem assistindo à disseminação constante de novas e severas leis de âmbito nacional, o que tem aumentado consideravelmente o controle do Estado sobre a população, principalmente entre os mais jovens. Mas se para alguns tais medidas ameaçam a liberdade individual, para outros garantem a proteção coletiva.
"BOA PARTE [DA POPULAÇÃO] NÃO RESPEITA
OS LIMITES IMPOSTOS PELO BOM SENSO"
(Olavo de Carvalho, filósofo, sociólogo e jornalista)
Segundo os sociólogos, a proibição acaba sendo o modo mais efetivo de organizar uma sociedade carente de educação sólida e de senso de coletividade. "É sabido que a população brasileira conhece muito pouco sobre seus direitos e obrigações, já que grande parte dela não respeita os limites impostos pelo bom senso", diz o filósofo, sociólogo e jornalista Olavo de Carvalho. Desta forma, o surgimento de leis cada vez mais severas e polêmicas, bem como o aumento da vigilância de muitas famílias sobre os filhos, acabam sendo o reflexo daquilo que os brasileiros fizeram no passado e continuam a fazer no presente.
"A POPULAÇÃO BRASILEIRA CONHEÇE MUITO POUCO DE SEUS DIREITOS E OBRIGAÇÕES"
(Olavo de Carvalho, filósofo, sociólogo e jornalista)
Uma das leis mais polêmicas, a 577/2008, idealizada pelo então governador de São Paulo José Serra, proíbe o consumo de tabaco e seus derivados em todos os locais fechados do Estado, públicos ou privados. Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná são apenas alguns dos que também adotaram posteriormente a medida. Há indícios de que a Lei Antifumo alcançará âmbito nacional. Apesar da rigidez imposta, pesquisas mostram que mais de 80% dos fumantes se mostraram favoráveis à restrição.
"OITENTA POR CENTO DOS FUMANTES
SÃO FAVORÁVEISÀ LEI ANTIFUMO"
Pouco tempo antes do surgimento da Lei Antifumo, a Lei Seca também deu o que falar. Em vigor desde junho de 2008, determina punição a quem dirigir sob qualquer dosagem de álcool no sangue. Desta forma, um simples enxágue de boca feito com produtos à base de álcool já se torna motivo suficiente para punir o motorista. O mesmo acontece com quem degustar um bombom de licor e se sentar ao volante. A lei surgiu como tentativa de inibir os inúmeros prejuízos aos cofres públicos relacionados a acidentes de trânsito envolvendo motoristas embriagados, principalmente entre a população na faixa de 20 a 35 anos, responsável por cerca de 75% dos acidentes automotivos motivados pelo consumo de álcoo.
"PARA O ESTADO, ENCURTAR AS RÉDEAS
DO POVO SAI MUITO MAIS BARATO DO QUE EDUCÁ-LO"
Enfim, leis como a antifumo, a lei seca, os toques de recolher e outras mais ousadas e menos necessárias (a exemplo da regulamentação do tamanho do colarinho dos chopes paulistas e tantas outras) são, para muitos, uma maneira eficaz, rápida e barata de o Estado "encurtar as rédias do povo", pois suprir o déficite de conscientização e responsabilidade dos brasileiros são tarefas que despendem muito mais dedicação, boa vontade e, logicamente, investimentos.
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