EM POUCO MENOS DE 9 HORAS, SEM DISPARAR NENHUM TIRO E SEM DEIXAR FERIDOS, 1,5 MIL AGENTES DAS FORÇAS DE SEGURANÇA RETOMARAM O CONTROLE DAS PRINCIPAIS COMUNIDADES CARIOCAS DOMINADAS PELO TRÁFICO; META É INSTALAR 40 UPPs ATÉ A COPA
SEM CONFRONTOS, SEM NENHUM DISPARO E SEM NENHUM FERIDO. Foi desta forma que as forças de segurança retomaram o controle, ontem (13), das principais comunidades cariocas dominadas pelo tráfico de drogas. A operação, que teve início às 4h10 da manhã, ainda no escuro, contou com blindados da Marinha e de agentes federais, durou apenas duas horas e, antes do início da tarde, Rocinha, Comunidade do Vidigal e da Chácara do Céu, todas na Zona Sul, já estavam pacificadas. A única resistência oferecida pelos criminosos foi jogar óleo no asfalto das principais vias que dão acesso aos morros, para tentar dificultar o avanço dos carros blindados.
POR VOLTA DO MEIO-DIA, CERCA DE OITO HORAS APÓS O INÍCIO DA OCUPAÇÃO, os moradores das comunidades mais expressivas do Rio já estavam caminhando pelas vielas do bairro. Antes das 13h, centenas de policiais e moradores acompanharam o hasteamento das bandeiras do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro.
PRÓXIMOS DESAFIOS
AS OPERAÇÕES DE OCUPAÇÃO DA ROCINHA OCORREM DOIS DIAS APÓS A PRISÃO do líder do tráfico, Antônio Bonfim Lopes, o 'Nem'. O principal desafio, agora, é formar mais 21 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) até a Copa, completando 40 delas no complexo. "Nós estamos caminhando com passos que, talvez, não tenham a velocidade que todos nós gostaríamos, mas são passos sólidos", disse o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
APESAR DE CONFIANTE NAS ESTRATÉGIAS ADOTADAS PARA ACABAR COM o tráfico nos morros, Beltrame admite que as maiores dificuldades são recrutar novos policiais e aumentar os salários da corporação. Como exemplo das barreiras geradas por esse cenário, está a tomada do Morro do Alemão. Passado todo esse tempo, o governo do Rio ainda não conseguiu formar policiais para substituir a ocupação no Complexo. Mesmo assim, Beltrame afirmou, hoje (14), em entrevista aos principais jornais do País, que o programa de expansão sustentável das UPPs vai ser cumprido. "Não podemos deixar de tirar território dos bandidos achando que não vamos conseguir cumprir", afirmou.
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