terça-feira, 24 de maio de 2011

KIT ANTI-HOMOFOBIA


MEC COMEÇA A DISTRIBUIR KIT ANTI-HOMOFOBIA EM MAIS DE 6 MIL ESCOLAS PÚBLICAS A PARTIR DO SEGUNDO SEMESTRE
COM CUSTOS QUE SUPERARÃO R$ 1,5 MILHÃO, MATERIAL GERA POLÊMICA AO CONTAR HISTÓRIA DE RICARDO, QUE SE APAIXONA POR COLEGA DE ESCOLA E EXIGE SER CHAMADO DE BIANCA

O Ministério da Educação (MEC), em parceria com entidades ligadas aos direitos LGBTs, produziu um kit de material educativo que será distribuído oficialmente para os professores de 6 mil escolas públicas a partir do segundo semestre de 2011. O projeto, batizado informalmente de “kit anti-homofobia”, é uma das ações do programa federal “Escola sem Homofobia” e tem como principal objetivo promover os Direitos Humanos no que diz respeito à diversidade sexual e criar um ambiente escolar menos homofóbico, que consequentemente se estenderá fora dela, na sociedade.

O KIT

Destinado ao Ensino Médio, o kit é composto de caderno, pôster, carta ao gestor da escola, seis boletins (boleshs) e cinco vídeos. O caderno, considerado peça-chave do material, é um livro de 165 páginas, no qual o educador encontra referências teóricas, conceitos e sugestões de atividades e oficinas para trabalhar o tema da diversidade sexual.


“MEU NOME É BIANCA”
(Ricardo, de 14 anos, personagem de uma história que compõe o ‘kit’, se dirigindo à professora durante à chamada)

Criado por uma equipe multidisciplinar, o kit completo levou cerca de dois anos para ser pesquisado, construído e validado e custará aos cofres públicos mais de R$ 1,5 milhão.

ROMANCE NO BANHEIRO
Na principal história que listra o caderno “anti-homofóbico”, um garoto de nome Ricardo, de 14 anos, certa hora vai ao banheiro da escola urinar e encontra um colega seu. Enquanto ele urina, Ricardo dá uma olhada para o lado e se apaixona pelo garoto, que também está urinando. Em outro episódio, Ricardo, quando atende à chamada do professor na escola, fica constrangido, pois não quer mais ser chamado de Ricardo, e sim de “Bianca”.

LESBIANISMO EM PAUTA
O comportamento de duas meninas lésbicas de aproximadamente 13 anos de idade é posto como exemplar em uma outra história, o que também tem gerado polêmica entre os opositores do projeto do MEC. Na “trama” que ilustra o lesbianismo, discute-se a profundidade que a língua de uma menina deve entrar na boca da outra ao realizar o beijo lésbico.

OPOSITORES VEEM INCONSTITUCIONALIDADE NO ‘KIT’
A decisão de lançar um kit anti-homofóbico nos moldes como os sugeridos pelo MEC, de acordo com os opositores, fere explicitamente alguns artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), uma vez que o material pode constranger profundamente alguns alunos criados em famílias mais conservadoras.
Como exemplo são citados o artigo 17, que afirma que “O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais” e o 18: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.

TRECHOS DA CARTILHA ANTI-HOMOFÓBICA
“Me lembro do primeiro dia em que fui à escola com as unhas pintadas de vermelho. Zoaram tanto comigo que eu não fui à escola no dia seguinte.” (Ricardo).
“Aquelas roupas de menino, aquele cabelo... Não tinham nada a ver comigo.” (Idem).
“Me sinto bem assim, como hoje, sendo chamado pelo nome de minha atriz preferida: Bianca.” (Idem).
“ Sofri muito, e demorou muito para as pessoas começarem a me aceitar.” (Idem).
“Sendo a Bianca, eu deveria usar o banheiro feminino, mas geralmente não me deixam. Por que não, se eu me sinto mulher? Aliás, esse ‘lance’ de banheiro já deveria estar superado.” (Idem).
“Eu gosto de estudar, e sou boa aluna. Só fiquei de recuperação uma vez.” (Idem).

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