sexta-feira, 27 de maio de 2011

AMOR QUE ENLOUQUECE



PAIXÃO PODE, SIM, TRANSFORMAR-SE EM ÓDIO E MOTIVAR ATITUDES VIOLENTAS, MAS PROCESSO É LONGO

QUANDO AS BARREIRAS ENTRE UM SENTIMENTO E OUTRO SE TORNAM EVIDENTES, QUASE SEMPRE É TARDE DEMAIS
Há muito tempo a ciência tenta explicar como um dos sentimentos mais nobres do homem, o amor, pode pegar a contramão e acabar destruindo violentamente a quem se ama. Os inúmeros casos de crimes ditos passionais trazem à tona, também, o instigante enigma de como a mente pode se transformar num vulcão de sentimentos devastadores quando alguém vive uma paixão patológico-obsessiva.

PAIXÃO X ÓDIO: APESAR DE SEREM SENTIMENTOS OPOSTOS, ORIGEM É A MESMA
Uma corrente de psiquiatras acredita que amor e ódio são como cabeça e cauda de uma mesma serpente. Ou seja, um não pode viver sem o outro. Segundo esse princípio, nenhum ser humano ama, nem odeia outro absolutamente. Apesar do quase contrassenso, ainda de acordo com essa teoria, nenhum amor sobrevive ou prospera sem algum resquício mínimo de aversão, e vice-versa.

APAIXONADOS E DOENTES: PERFIS SEMELHANTES
A medicina acredita que nos casos patológicos possa haver desequilíbrio de um desses dois sentimentos antagônicos, que acaba ganha proporções anormais. Quando isso acontece, punir o outro é quase sempre um dos objetivos de quem tira a própria vida em nome do amor. Quem se mata pode ser incapaz de conviver com a frustração de não ter o objeto amado. Mas a transformação da paixão em ódio muitas vezes é um processo muito longo, o que dificulta saber exatamente quando o amor saudável se transformou em nocivo. Às vezes, quando as barreiras entre um sentimento e outros se tornam evidentes pode ser tarde demais.

“Quem se mata pode ser incapaz
de conviver com a frustração
de não ter o objeto amado”

Apesar da complexidade do assunto, psiquiatras e psicólogos deixam uma dica importante: O amor saudável se caracteriza por sentimentos de generosidade e de solidariedade. A pessoa que ama quer, antes de tudo, a realização pessoal do ser amado, e não apenas a dela própria. Já o amor patológico inverte essa proposição. A pessoa amada precisa servir ao narcisismo daquele que ama. Então, pode-se dizer que essa pessoa não ama a outra. Ele apenas a usa para reforçar sua autoestima.

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