terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desafios dos RJ



Somente a cocaína e a maconha movimentam cerca de 120 milhões de dólares (cerca de R$ 240 milhões) ao ano nas favelas cariocas. Se consideradas também drogas ilícitas, esse valor ultrapassa os 260 milhões de dólares anuais, ou R$ 520 milhões. Os dados são da própria polícia militar do Rio de Janeiro.
Mas se os 2.700 homens das Polícias Civil, Militar e Federal e das Forças Armadas no tivessem fechado o cerco no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, a tendência seria de que esses números continuassem a crescer de forma exponencial, como veio ocorrendo nas últimas três décadas. Mesmo assim, durante a ocupação da semana passada, aproximadamente 500 traficantes conseguiram fugir ou se esconder nas casas dos moradores do morro. Há informações de que alguns seguiram para a Rocinha, na zona sul, região dominada por outra facção. Apesar do “êxodo” do tráfico na Vila Cruzeiro, a intervenção da polícia enfraqueceu consideravelmente o poder do Comando Vermelho (CV).
Isso porque duas importantes prisões aconteceram durante essa semana de conflitos. Uma foi a de Sandra Maciel, conhecida como “Sandra Sapatão”, que comandava o tráfico no Complexo do Borel, já dominado por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Sandra estava intimamente ligada aos traficantes Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. A outra prisão, do traficante Elizeu Felício de Souza, o Zeu, acusado de comandar o assassinato do jornalista Tim Lopes, também colaborou para desmantelar a força do CV. Além disso, durante as operações pelo menos outras 30 pessoas envolvidas com o tráfico foram presas, duas pessoas não identificadas morreram e um traficante perdeu a vida no confronto.
Depois de quase 170 horas de combate intenso nos morros cariocas, neste domingo (28), por volta das 9h30, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, declarou: “Vencemos, Vencemos! Trouxemos a liberdade para a população do Alemão”. Para representar a vitória, policiais fincaram a bandeira do Brasil e a do Estado do Rio de Janeiro na estação do teleférico, localizada no ponto mais alto do Complexo do Alemão. Os moradores, aos poucos, vão retomando a rotina do local, ao mesmo tempo que imploram para que a polícia não abandone o lugar, temendo que a situação de horror volte a fazer parte do dia a dia do carioca.

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