terça-feira, 25 de agosto de 2009

A GRANDE MENTIRA


A grande mentira
O programa “Repórter Record” do último dia 16 trouxe à tona questões que a “Rede Globo” de televisão tem que responder. O programa mostrou que a compra da estação da emissora carioca em São Paulo está entre os casos mais nebulosos envolvendo as “Organizações Globo”. Na década de 50, Oswaldo Ortiz Monteiro, que era o principal acionista da “TV Paulista”, decidiu vender a emissora para o empresário Vitor Costa Petraglia. No papel, porém, a venda nunca chegou a se concretizar, pois Petraglia morreu antes da transferência. Mas, na prática, a história foi outra: mesmo sem os documentos, o filho de Petraglia vendeu a “TV Paulista” para Roberto Marinho, em 1964. Conforme mostrou o “Repórter Record”, a família de Oswaldo Ortiz Monteiro começou a investigar o caso na década de 90, após a morte dele, e só conseguiu acesso aos documentos da “Rede Globo” depois de entrar na Justiça. Mesmo assim, após passarem por perícia, foram verificadas várias falsificações, como o uso de dois nomes no termo de transferência, o uso de assinaturas de pessoas que já haviam morrido no ano em que o contrato foi firmado ou em procurações fraudulentas, e o uso da mesma máquina de escrever em documentos datados com anos diferentes. De acordo com a perícia, as assinaturas foram montadas. Em 2003, dois pareceres do Ministério Público Federal reforçaram as fraudes. Hoje, a ação aguarda julgamento do Superior Tribunal de Justiça. As irregularidades com a sede da “Rede Globo” em São Paulo não param por aí. Vizinho à propriedade da emissora, na zona sul da capital paulista, um enorme terreno da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, avaliado em mais de R$ 11,4 milhões, está cercado e inserido dentro das instalações da “Globo”, como se fosse sua propriedade, revelou o “Repórter Record”. A área, um espaço público de quase 12 mil metros quadrados, teve o acesso fechado. A emissora da família Marinho também já foi alvo de dezenas de autos de infração aplicados pelo Ministério da Fazenda e outras infrações que passam por análise nesse momento. Entre elas, o telebingo Papa Tudo – criado em 1996 e que prometia prêmios milionários, muitos deles nunca pagos, cujo processo está parado – e a compra do Projac, centro de teledramaturgia da “Globo”. A emissora conseguiu emprestados R$ 40 milhões dos cofres públicos num ato considerado ilegal, pois, como permissionária de concessão pública, a empresa não poderia obter o empréstimo.

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