quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Mulheres estão mais vulneráveis?

Elas reclamam da dificuldade de encontrar o parceiro ideal; eles, no entanto, dizem que elas estão muito "fáceis"

Por Ivonete Soares / Foto: Thinkstock 





Se você tem a impressão de ver muito mais mulheres do que homens nos últimos tempos, isso não é um engano. O Brasil tem mesmo mais mulheres do que homens. De uma população de 195,2 milhões de habitantes, 100,5 milhões (51,5%) são mulheres, e 94,7 milhões (48,5%), homens, de acordo com  dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Talvez isso explique, em parte, a reclamação delas quando afirmam a dificuldade de encontrar o parceiro ideal, que seja companheiro, fiel, verdadeiro e, de fato, interessado em algo sério, definitivo. Mas há algo que também deve ser levado em conta: além de ter muito mais mulheres "à disposição", existe a forma como os homens as veem ultimamente.
Inversão
A conquista pela independência feminina inverteu um pouco os papéis. Se de um lado elas passaram a ter seus direitos garantidos, os deveres também se igualaram. As mulheres buscaram, conquistaram, e agora está difícil "pagar" o preço por isso.
“Falta cavalheirismo e cordialidade. Eles nos conhecem e logo já querem ter algo mais íntimo. Quando se propõem a sair, muitas vezes nem a conta do restaurante querem pagar sozinhos, temos de dividir. Fora outros detalhes, como grosserias quando chegam para conversar”, diz uma bem-sucedida designer de interiores, de 30 anos, que prefere não se identificar.
Solteira, ela tem a vida financeira e profissional estabelecida, mas sente na pele essa dificuldade de encontrar um parceiro, um amigo, alguém com quem possa dividir a vida, o dia a dia.
Porém, se elas reclamam da dificuldade de encontrar o companheiro ideal, os homens também têm muitas reclamações das mulheres de hoje em dia.
Mas o que será que está acontecendo? Só para efeito de comparação, viajemos um pouquinho no tempo.
Algumas décadas atrás, a conquista era tudo no início de um namoro. Os homens padeciam para conquistar aquela menina com quem tanto sonhavam. E quando conquistavam, quanta realização. Faziam de tudo para não perdê-la. Havia respeito. Em contrapartida, elas também se respeitavam, sabiam o limite, não avançavam, eram "caçadas" e não "caçadoras".
E hoje? Infelizmente não precisa muito para que a etapa da conquista seja pulada. De uma conversa para o sexo propriamente, geralmente, é uma questão de horas. Isso mesmo, horas. Basta apenas o interesse, meias palavras, um elogio e pronto.
Talvez isso explique a queixa dos homens quando afirmam que as mulheres estão bastante vulneráveis, muito mais fáceis, por isso o desinteresse em algo mais sério da parte deles.
Obviamente isso não é uma regra, contudo, uma coisa é certa: muitas têm desperdiçado as oportunidades e depois ficam reclamando e tentando entender o porquê de serem tão infelizes no amor.
Para Tiago Amorin, escriturário, de 25 anos, que atualmente está solteiro, as mulheres de hoje são mais "atiradas". "Antes eram os homens que chegavam, pediam em nomoro. Hoje são elas que se atiram e fazem de tudo para ter o homem, que, por sua vez, se tornou mais tímido", destaca, acrescentando que a maioria deles não gosta de mulheres assim, que se desvalorize.
O gerente administrativo Alexandre Guimarães, de 30 anos, concorda com Tiago. Ele prefere o gostinho da conquista. "O legal é ir atrás, conquistar." diz ele.  
Fácil demais
O animador de festas E.R., de 39 anos (que também prefere não se identificar), acredita que a facilidade de encontrar "namoradas" fez dele um homem bastante instável em seus relacionamentos.
“Eu sempre tive a mulher que quis, não tinha a menor dificuldade em ficar com quem quisesse, era sair para uma 'balada' e praticamente escolhia com quem passar o resto da noite. Parece pretensão falar assim, mas era o que acontecia comigo. Não estou afirmando que todas as pessoas são iguais, ou que todas as mulheres estão por aí dando bandeira, nada disso, mas é bastante comum a gente ver isso acontecer. Os homens, por sua vez, também não estão muito preocupados em assumir um relacionamento sério. E eu era exatamente assim”, comenta.
Confusão de sentimentos
E.R. lembra de ter começado a namorar muito cedo, ainda adolescente, aos 15 anos, e recorda-se de que, naquela época, tudo era diferente, o namoro era puro.
“Vi as coisas mudarem com o tempo. Desde namoros pacatos e encantadores, passei por muitas fases. Ficava com uma e outra, até que acabei engravidando uma delas, com quem fui viver, mas nem por isso deixei de sair pelas noites e me relacionar com outras mulheres”, recorda.
Hoje, ele é viúvo, pai de dois filhos e, apesar da pouca idade, já é avô. E não se gaba da vida que levou, ao contrário, diz que muitas vezes sente até vergonha.
Atualmente, está namorando, e consegue identificar perfeitamente o que está acontecendo nos dias de hoje.
“De fato a competição entre as mulheres – especialmente nos ambientes de paquera – é cada vez mais acirrada. Só que é preciso cautela. Sempre haverá alguém especial para a sua vida. Me arrependo de muita coisa que fiz e se eu pudesse voltar atrás faria tudo diferente. Mas agora o correto é seguir em frente, aprendendo com os erros.”

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