segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Superar a perda de um parente ou amigo em uma tragédia exige muito mais que força de vontade. É preciso enfrentar o desafio de continuar a vida e acreditar que, com apoio, é possível recomeçar




O maior desafio para as pessoas envolvidas em acidentes de grandes proporções, desastres naturais e tragédias como a de Santa Maria (RS), em que 238 jovens morreram, é superar a dor e retomar a vida. As marcas são profundas e não cicatrizam facilmente. As consequências vão desde dificuldades de concentração e transtornos até patologias desenvolvidas após o incidente. Neste momento, é fundamental que haja todo tipo de apoio, sobretudo espiritual, para superar o trauma. Com esta finalidade, centenas de voluntários da IURD entraram em ação logo após a tragédia no Sul. 

“Estamos dando todo apoio espiritual e psicológico. Por vezes, até mesmo material, como alimentos, e convidamos as pessoas para participar das nossas reuniões. Domingo passado tivemos 150 presenças pela primeira vez”, ressaltou o pastor Anselmo Santos, responsável pelo trabalho da Igreja Universal em Santa Maria.

“A evangelização, o grupo jovem, obreiros, todos estão dando apoio. Estamos trabalhando contra a depressão que eles vêm sentindo, realizando orações e palestras. Há pessoas que não querem voltar para casa e pensam em vender seus imóveis. Por isso, fazemos visitas frequentes a essas pessoas. Vamos também aos hospitais e realizamos concentrações nas praças, levando consolo através da Palavra de Deus”, acrescentou o pastor.


Os grupos de mulheres Godllywood e Mães em Oração, da IURD, também se solidarizaram: “assim que fomos informados da tragédia, após a reunião da manhã, partimos em direção a Santa Maria. Nunca havíamos visto tantos caixões juntos e um silêncio aos gritos de uma dor única que somente Deus pode ouvir e curar, trazendo a fé para prosseguirem depois dessa tragédia. Continuamos a orar e acompanhar todas as mães que precisam desse apoio”, disse Ísis Regina, coordenadora do grupo Mães de Oração.

A ajuda da IURD teve início logo nas primeiras horas após o incêndio, segundo confirmou o pastor Carlos Cucato, responsável pelo trabalho da IURD no Rio Grande do Sul. Uma mobilização que tem sido constante por parte da Igreja Universal em situações de desespero como esta em Santa Maria.

Impactos psicológicos

O psiquiatra Manoel Garcia Junior explica que podem ser identificados três momentos de impactos pós-tragédias. “O primeiro é o da perda, do sofrimento agudo. O segundo, quando doenças ou traumas podem surgir. Em Santa Maria, as pessoas podem adoecer nos próximos meses. Ou por condições prévias ou por conta do choque”, explica o médico, presidente da filial gaúcha da Cruz Vermelha. “O terceiro é o momento de se preparar para lidar com a situação.”

Antes mesmo de superar a dor pela morte do filho mais velho, Deivis, de 33 anos, Helaine Gonçalves recebeu a notícia de que o mais novo, também vítima em Santa Maria, não havia resistido. Gustavo, de 25 anos, estava internado em estado grave desde o dia 27, quando fogos de artifício usados durante um show provocaram o incêndio na boate Kiss. Ele teve morte cerebral e foi sepultado dois dias depois do irmão.

“Além dos meus filhos, quantos outros morreram? Quantas famílias estão sofrendo o que eu sofri?”, questionou durante entrevista concedida ao programa Hoje em Dia, da Rede Record. “Espero que todos nós possamos pedir justiça.”

Justiça é o que Maria Estela Outor Teixeira, mãe de Douglas, de 28 anos, espera até hoje. Ele foi uma das 199 vítimas do voo JJ3054 da TAM, que explodiu contra o prédio de cargas da própria empresa, em julho de 2007. O julgamento do caso só acontecerá em agosto deste ano, quase seis anos após a tragédia. 


“Eu não consigo colocar uma guirlanda de Natal na minha porta. Não faço certas sobremesas, bife à parmegiana, comidas que ele adorava”, conta ela, que toma antidepressivos todos os dias. Segundo Manoel Garcia Junior, pessoas que vivenciaram o desastre da TAM passaram por acompanhamento médico e psicológico por dois ou três anos.

O psicólogo Othon Vieira de Melo trabalha há mais de 17 anos atendendo vítimas e sobreviventes de grandes tragédias. Segundo ele, as doenças que se desenvolvem com mais frequência são depressão e transtorno de estresse pós-traumático. “Momentos de flashbacks, quando voltam à mente as lembranças vividas, e a sensação de que vai acontecer de novo.” 

De acordo com Vieira de Melo, que é coordenador da especialização em Intervenções Psicológicas e Crises do Complexo Educacional FMU, de São Paulo, essas pessoas têm dificuldade em sentir prazer de viver. Por conta disso, o acolhimento psicológico em desastres exige um trabalho imediato, com técnicas capazes de minimizar os danos psíquicos. 

“O objetivo não é eliminar a dor que já foi provocada, mas sim transformar o desespero em algo suportável, evitar que vire doença. Fazer com que a pessoa veja que ainda existe futuro, perspectiva de vida mesmo após o trauma”, explica o psicólogo. 

Archelau Arruda Xavier também perdeu a filha, Paula Xavier, de 24 anos, na tragédia da TAM. Ela voltava de uma viagem para Gramado (RS) com o namorado e o rapaz também morreu. “Pela primeira vez na vida fiz um tratamento psicológico. É muito difícil aceitar a morte de uma filha nessas circunstâncias”, admite. 

Vice-Presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054 (Afavitam), Xavier afirma que reunir as pessoas que passam pelo mesmo problema é confortante. Maria Estela, mãe de Douglas, compartilha a mesma ideia. “Para quem está tão ferido com as perdas, a associação se torna muito importante. Não traz os filhos de volta, mas luta por uma causa em comum. (Leia mais sobre associações formadas após catástrofes).

As pessoas afetadas nas tragédias não são apenas familiares e amigos. Voluntários e testemunhas também ficam transtornados. “Eu fui até o local, vi uma cena de terror. Corpos carbonizados, pisoteados. Parecia cena de guerra. Quem viu nunca mais esquece”, relembra o pastor Anselmo Santos. 


Do seu apartamento, em frente ao Centro Desportivo Municipal, local para onde os corpos das vítimas foram levados, o pastor acompanhou toda a movimentação. Ele foi ao encontro das famílias e fez orações. “Deslocamos todo o grupo de evangelização para lá. Quase 600 pessoas mobilizadas para ajudar as que sofriam”, concluiu o pastor da IURD.

Ajuda bem-vinda

No dia 10 de fevereiro de 2010, um helicóptero da Record caiu no Jockey Clube, na zona sul de São Paulo. O cinegrafista Alexandre Silva Moura sobreviveu, mas o piloto Rafael Delgado Sobrinho, de 45 anos, morreu. Após enfrentar depressão e síndrome do pânico, Moura   voltou a sorrir. “O acompanhamento psicológico em momentos como esse é fundamental”, reconhece.




"Leilão de uma alma"











































Tarde de sábado muito agradável na unidade Vila Maria Boa Vista, os voluntários da IURD e o Pr. Geraldo Vilhena ofereceram aos internos e funcionários desta unidade as seguintes atrações:- Cia Treatral (Força Jovem) com a peça "Leilão de uma alma"
- Banda Nova Aliança de Cidade Ademar
Foram distribuídas bíblias e kits de higiene para os internos (Quem pensa no próximo, pensa como Deus), demonstração de amor e carinho com estes jovens que muitas das vezes estão sem esperanças e já esquecidos pela sociedade.
O Pr. Geraldo Vilhena fez uma oração por todos e relatou que os problemas dos jovens são espirituais, o mal entra em suas vidas trazendo mudanças de caráter / personalidade. A unica saída é uma libertação e um encontro com Deus para voltar a ter uma nova vida na sociedade e construir um futuro repleto de alegria e realizações.

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