BRASIL POSSUI MAIS DE 900 MUNÍCIPIOS ONDE
CERCA DE 500 MIL CRIANÇAS SÃO EXPLORADAS SEXUALMENTE
"ALGUMAS CHEGAM A TROCAR ALGUNS
MINUTOS DE SEXO POR UM PRATO DE COMIDA", DIZ UMA FONTE DA UNICEF
Em todo o País, mais de 500 mil
crianças, em 927 municípios, ainda são exploradas sexualmente. Os dados
foram colhidos a partir de uma pesquisa elaborada pela Unicef, em parceria com
e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SNDH).
"É comum que muitas
crianças troquem
alguns minutos de sexo
por um prato de comida"
A pobreza, o abandono das famílias
e a falta de perspectiva de vida são apontados pelos estudos como os principais
responsáveis pelo problema. "É comum que muitas crianças troquem alguns minutos
de sexo por um prato de comida", relata um membro da Unicef que participou
do levantamento. Segundo a fonte, "muitas meninas trabalham de três a
quatro horas e chegam a ter mais de cinco parceiros em um único dia". Em
decorrência disso, essas crianças são expostas a inúmeros tipos de doenças
sexualmente transmissíveis, entre elas, a AIDS, que já atinge grande parte
delas.
"Há relatos de
adolescentes que
engravidaram aos nove
anos de idade."
Ainda de acordo com relatórios
divulgados pela Unicef e pela SNDH, essas crianças e adolescentes vêm
majoritariamente de famílias desestruturadas, em que pais, padrastos e até
irmãos abusam sexualmente delas. São frequentes também os casos em que a
própria mãe sabe do crime que acontece dentro e fora de casa, mas prefere
ignorá-lo, quase sempre por medo de represália ou por influência de alguns
trocados que esse crime chega a render.
Outro grave problema decorrente dessa
exploração é a gravidez precoce, verificada até mesmo entre garotas entre 13 e
15 anos de idade, mas há relatos de adolescentes que engravidaram aos nove
anos. Sendo assim, muitas delas recorrem ao aborto clandestino, seja por
vontade própria, seja por imposição da família, que não pode perder a 'renda'
da exploração sexual.
"Muitas famílias preferem
sabem que a filha se prostitiu
Mas não intervêm por
medo de represália ou porque a prática
Rende alguns trocados
no final do dia"
Os métodos abortivos mais utilizados por
essas adolescentes são os chás caseiros (extremamente tóxicos e nocivos à
saúde), a utilização de agulhas de crochê para matar o feto, a ingestão
desorientada de remédios (geralmente provocam também a deterioração do útero) e
a procura por charlatões, ditos especializados no assunto, que cobram para
realizar o aborto.
Segundo a SNDH, o maior indicativo da
dimensão da exploração sexual infantil no Brasil ainda é o disque-denúncia.
Criado em 2003, a Secretaria recebe cerca de 60 ligações ao dias.
"Todas as denúncias são imediatamente
encaminhadas às instituições que combatem esse crime", informa a
Secretaria.
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