quarta-feira, 27 de abril de 2011

Perdoe.



Por Kátia Mello katia.mello@folhauniversal.com.br
Você consegue perdoar? Uma pesquisa realizada recentemente pela Universidade do País Basco, na Espanha, mostrou que as mulheres têm mais facilidade de perdoar alguém do que os homens. A diferença também existe entre pais e filhos: pais têm mais facilidade de perdoar os rebentos do que o contrário. “O amor pelos filhos é incondicional, principalmente de mãe para filho. O amor permanece igual em qualquer situação, mesmo que o filho esteja na cadeia ou tenha cometido algo que pareça indesculpável. Uma mãe sempre perdoa”, explana a socióloga e sexóloga Maria Helena Matarazzo. Para uma das autoras do estudo, Carmen Maganto, “as mulheres são mais empáticas do que os homens”. O emprego da palavra empatia pela psicóloga se refere à capacidade que as pessoas têm de se colocar no lugar das outras e, portanto, compreender e aceitar o pedido de desculpas. O exercício de procurar entender o que se passa com os outros antes de julgá-los é bom para os indivíduos e a sociedade. Não ao ressentimento O estudo se aprofundou e buscou respostas para as concepções mais populares do que é perdão: em primeiro lugar vem “mostrar remorso”, seguido de “não guardar rancor”. As palavras “compreensão” e “empatia” também foram bastante usadas pelas 140 pessoas pesquisadas, com idades que variavam dos 17 aos 65 anos. “Tem que perdoar e esquecer. Ressentimento é raiva que vai cozinhando em fogo baixo”, define Maria Helena. Crianças e adultos também enxergam o perdão de modo diferente: para os mais jovens o perdão vem com o tempo, e para os mais velhos é o remorso que leva ao pedido sincero de desculpas. O perdão é tão primordial para o bom relacionamento humano que existem institutos no mundo que o defendem e fazem pesquisas sobre o tema, como o Forgiveness Institute (Instituto do Perdão), da Universidade de Wisconsin (EUA), e o Stanford Forgiveness Projects, da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA). “O perdão melhora a capacidade de lidar com o sofrimento e a perda. Quando você perdoa, vê que pode superar a dor sem fazer um inimigo. Você dá novamente um voto de confiança à pessoa sabendo que você é forte o suficiente para lidar com as falhas humanas. Além disso, o perdão alivia o estresse e melhora o sistema imunológico”, conta o psicólogo norte-americano Frederic Luskin, diretor da Stanford Forgiveness Projects. E complementa: “Quando você perdoa alguém, está fazendo um bem principalmente a si mesmo. Rancor e raiva não colaboram em nada, não fazem sua vida melhor, mas o contrário: dão tristeza, atrapalham na recuperação de doenças, podem chegar a causar transtornos físicos e psicológicos.” Quem tem dificuldade de perdoar, pode pedir ajuda. “Seja com terapia, com a religião, por amor próprio ou pelo próximo. O perdão sempre pode ser alcançado”, acredita Maria Helena.

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