Uso indiscriminado de remédios controlados preocupa autoridades. No Brasil, são consumidas 2 toneladas ao ano. Nas baladas, medicamentos são usados para potencializar o efeito de drogas como maconha e cocaína. Coquetel pode matar
Apesar de a venda de remédios controlados – os tarja preta – só poder ser feita por meio de prescrição médica, e com a retenção da receita na farmácia para controle da Anvisa, muitos jovens têm falsificado o receituário ou comprado esses medicamentos via Internet, situação que vem preocupando as autoridades brasileiras.
Prova disso estão nos dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária de 2009, que mostram que são usadas aproximadamente duas toneladas desses medicamentos no Brasil todos os anos. A média nacional de consumo está em torno de 5,4mg/1000 hab/dia, enquanto a média mundial é de 2,7mg/hab/dia.
Entre os mais procurados pelos jovens brasileiros está o antidepressivo conhecido comercialmente por Ritalina, que vem sendo usado nas baladas como alucinógeno e alucinante. O maior risco, segundo os especialistas, é que esse medicamente vem sendo usado junto com bebidas alcoólicas ou com outras drogas como a maconha e a cocaína, o que pode ocasionar convulsões, arritmias cardíacas e infarto agudo do miocárdio.
Efeito bem-estar
Se para muitos o uso desse tipo de medicação tem a finalidade de potenciar o efeito de algumas drogas, para outros o objetivo é "melhorar os ânimos". O problema, no entanto, é que muitos desses jovens têm ignorado que estados eventuais de desânimo não têm nenhum relação com doença, ou com a depressão em si. "Todo mundo passa por momentos de felicidade, euforia e também por momentos de angústia e tristeza. Faz parte da natureza humana ser assim", diz Beatriz M.B, psiquiatra da Universidade Estadual Paulista.
"Todo mundo toma o ‘milagroso remedinho’ na faculdade.
É tipo fumar maconha, tomar cerveja.
E ele ainda melhora o seu dia rapidinho"
Existe ainda, de acordo com a psiquiatra, um problema muito sério no atendimento médico ao paciente, seja na rede pública de saúde, seja na particular. "Basta dizer que você não está bem e o médico logo receita o ansiolítico [medicamento para combater a ansiedade]. Com isso, cria-se a sensação de bem-estar, mas não se resolve o real problema", explica.
Preço: O grande atrativo de alguns tarja preta
O preço é outro fator essencial para a grande procurado desses remédios. É possível comprar uma caixinha com 30 comprimidos de alguns ansiolíticos por apenas R$ 9. Via Internet, o medicamente pode ser encontrado por preços ainda menores. Mesmo assim, se não houver acompanhamento médico, os riscos à saúde são grandes e podem ser fatais, fator esse que parece estar sendo ignorado pelos jovens, como é o caso de A.M.B, de 23 anos, estudante de engenharia civil. “Todo mundo toma o "milagroso remedinho na faculdade. É tipo fumar maconha, tomar cerveja. E ele ainda melhora o seu dia rapidinho", explica.
Apesar de a venda de remédios controlados – os tarja preta – só poder ser feita por meio de prescrição médica, e com a retenção da receita na farmácia para controle da Anvisa, muitos jovens têm falsificado o receituário ou comprado esses medicamentos via Internet, situação que vem preocupando as autoridades brasileiras.
Prova disso estão nos dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária de 2009, que mostram que são usadas aproximadamente duas toneladas desses medicamentos no Brasil todos os anos. A média nacional de consumo está em torno de 5,4mg/1000 hab/dia, enquanto a média mundial é de 2,7mg/hab/dia.
Entre os mais procurados pelos jovens brasileiros está o antidepressivo conhecido comercialmente por Ritalina, que vem sendo usado nas baladas como alucinógeno e alucinante. O maior risco, segundo os especialistas, é que esse medicamente vem sendo usado junto com bebidas alcoólicas ou com outras drogas como a maconha e a cocaína, o que pode ocasionar convulsões, arritmias cardíacas e infarto agudo do miocárdio.
Efeito bem-estar
Se para muitos o uso desse tipo de medicação tem a finalidade de potenciar o efeito de algumas drogas, para outros o objetivo é "melhorar os ânimos". O problema, no entanto, é que muitos desses jovens têm ignorado que estados eventuais de desânimo não têm nenhum relação com doença, ou com a depressão em si. "Todo mundo passa por momentos de felicidade, euforia e também por momentos de angústia e tristeza. Faz parte da natureza humana ser assim", diz Beatriz M.B, psiquiatra da Universidade Estadual Paulista.
"Todo mundo toma o ‘milagroso remedinho’ na faculdade.
É tipo fumar maconha, tomar cerveja.
E ele ainda melhora o seu dia rapidinho"
Existe ainda, de acordo com a psiquiatra, um problema muito sério no atendimento médico ao paciente, seja na rede pública de saúde, seja na particular. "Basta dizer que você não está bem e o médico logo receita o ansiolítico [medicamento para combater a ansiedade]. Com isso, cria-se a sensação de bem-estar, mas não se resolve o real problema", explica.
Preço: O grande atrativo de alguns tarja preta
O preço é outro fator essencial para a grande procurado desses remédios. É possível comprar uma caixinha com 30 comprimidos de alguns ansiolíticos por apenas R$ 9. Via Internet, o medicamente pode ser encontrado por preços ainda menores. Mesmo assim, se não houver acompanhamento médico, os riscos à saúde são grandes e podem ser fatais, fator esse que parece estar sendo ignorado pelos jovens, como é o caso de A.M.B, de 23 anos, estudante de engenharia civil. “Todo mundo toma o "milagroso remedinho na faculdade. É tipo fumar maconha, tomar cerveja. E ele ainda melhora o seu dia rapidinho", explica.
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